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Tag: desapego

Palco e Vida

Meditação para o Dia 20 de Julho

1. A vida nesta terra parece-se com uma representação teatral. Quantas vezes aquele que no palco se vê honrado e obedecido por fazer o papel de rico ou de príncipe, após o espetáculo é menosprezado por ser pobre! Termina sua glória e sua posição invejável, ao cair do pano. Pois bem, quer seja brilhante, quer seja modesto o papel que Deus te confiou para o espetáculo da vida, não tens razão de gloriar-te daquele, nem de queixar-te deste. Jesus, rico e adorado no céu, é pobre e perseguido na terra; o Pai eterno o quis, eis por que o Filho obedeceu. Apenas, porém, terminou a vida, começou, sem tardar, a glorificação que não terá fim.

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Os Gozos do Mundo

Meditação para o Dia 14 de Julho

1. Satanás, inimigo jurado de todo o bem, não deixará de armar também a ti mil ciladas e cercar-te de artimanhas engenhosas, capazes de te fazer capitular. O mundo convida, apresentando-se de modo fascinante, como amigo verdadeiro. Desconfia!... Não sairás ileso, a não ser que domines qualquer propensão desordenada a divertimentos puramente mundanos ou excessivos em número ou qualidade. Durante os divertimentos e as recreações, sê comedido e modesto, tendo sempre Jesus e Maria diante de teus olhos.

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Que valem os Bens da Terra?

Meditação para o Dia 07 de Julho

1. Que pensas a respeito dos bens deste mundo? Tens talvez o coração a eles apegado desordenadamente? Examina-te, pois, até um apóstolo caiu nesta infelicidade que o levou ao suicídio. Bens terrenos, na opinião de alguns, às vezes compensam a falta de virtude e bondade; fazem crer no próprio poder, dispensando Deus e abrindo as portas a todos os vícios. A cobiça tem por consequência infidelidades e injustiças, dureza para com os pobres, avareza para consigo e outros e esquecimento do céu, de Deus e da eternidade.

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Que doce e amável é o jugo do Senhor! Só levando-O podemos ser felizes

Pegue sua cruz e segue-me!

Capítulo XLV

Venite ad me, omnes qui laboratis et onerati estis, et ego reficiam vos. Tollite jugum meum super vos, et invenietis requiem animabus vestris, jugum enim meum suave est, et onus meum leve - "Vinde a mim todos que andais em trabalho e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e achareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve" (Mt 11, 28-30)

Os homens buscam naturalmente a felicidade; para a conquistarem sacrificam muitas vezes o repouso e a saúde, expõem até a vida aos maiores perigos; mas quantos a acham? Ai! Ainda se com todos os seus esforços alguns chegassem a consegui-la! Donde procede isto? É que eles a procuram onde ela não existe; querem ser felizes, mas procurar a felicidade onde ela reside não querem. Querem achá-la nas riquezas, nos prazeres dos sentidos, nas honras, na ciência; mas cedo ou tarde se convencem que tudo isto não lhes pode de modo algum contentar o coração. Vede este homem: toda a vida trabalhou por adquirir riquezas; no meio de tantos trabalhos, tantas fadigas, tantas vigílias um só pensamento o sustentava, o pensamento da felicidade. Agora que ele nada no seio da abundância, que vive no meio dos seus tesouros, que tudo parece sorrir-lhe, agora por certo é feliz. Ai! Reconhece que suas riquezas estão abaixo de si, e que não é para elas que foi feito; sente que, longe de lhe darem a felicidade, só lhe dão inquietações e cuidados; não lhe falta nada, e está devorado de desejos sempre renascentes; queria repouso, e ei-lo em incessante movimento por causa destas mesmas riquezas. Pobre infeliz! Tantas fadigas para adquirir seus tesouros, para agora só os possuir com temor, e os perder com dor!

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Tristezas de Nosso Senhor no Jardim das Oliveiras, seu suor de sangue, sua resignação à vontade de Deus

Capítulo XVIII

Tristis est anima mea usque ad mortem - "A minha alma está numa tristeza mortal" (Mt 26, 38)

Começa aqui o cruento curso da paixão do nosso divino Salvador; agora é que nós vamos ver este bom Mestre vitima de anil e mil tormentos por nosso amor. Depois de haver instituído o sacramento da Eucaristia, depois de haver dado aos seus apóstolos as ultimas instruções, Jesus, a quem agora neste mundo só restava sofrer e morrer, “foi, como costumava, para a outra banda do Ribeiro de Cedron, ao monte das Oliveiras, a um lugar chamado Getsemani, onde havia um horto no qual entrou ele e seus discípulos”. Como chegava o momento do combate, quis para nossa instrução preparar-se para ele com a oração.

“Disse, pois, a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou acolá e oro ; orai também vós para que não entreis em tentação. E levou consigo Pedro, Thiago e João”

Mas mal chegou ao lugar mais retirado do horto, “começou a ter pavor, e a angustiar-se em extremo”, e esta angustia foi tanto além, que ele, que nunca se queixou de nada, ele que tanto ansiava sofrer, julgou dever dizer a seus discípulos:

“A minha alma acha-se numa tristeza mortal”...

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Sejamos peregrinos sobre a terra

Dum sumus in corpore, peregrinamur a Domino - “Enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor” (2 Cor 5, 6)

Sumário. Enquanto estivermos sobre esta terra, sejamos como uns peregrinos, que vão errando longe de sua pátria, o paraíso onde Deus nos espera para gozarmos eternamente de sua beleza divina. Se, pois, amamos a Deus e a nossa alma, devemos suspirar continuamente por sairmos deste nosso exílio e separarmo-nos do corpo, a fim de entrarmos na posse de Deus. Quando nos sentirmos oprimidos pelos trabalhos, levantemos os olhos ao céu e consolemo-nos com a lembrança do reino da bem-aventurança.

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Sempre Humilde

Meditação para Dia 19 de Janeiro

1. "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração"

Isto já diz o divino Infante desde o presépio. Deus se humilha ao ponto de vestir-se com a nossa carne. E mais. Aceitando um corpo humano, escolheu o que dos homens é mais desprezado: por mãe - uma virgem pobre; por pai nutrício - um humilde artista; por casa - uma estrebaria; por berço - um presépio; por vestes - pobres faixas. Escondeu sua majestade, seu poder, sua sabedoria e as demais qualidades divinas. Que contraste entre Jesus e teu modo de ver e de agir!

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Bem-aventurados os Humildes

Meditação para Dia 18 de Janeiro

1. Jesus despreza a glória e o bem-estar humano. Nasceu à noite, ao reinar silêncio e não havendo sinal algum de esplendor mundano. Sua vinda é anunciada a pobres camponeses. Ele tem comum sua morada com animais. Dispensa a visita dos grandes da capital, que, ao menos, desde a viagem dos Magos, sabiam de seu nascimento. O Salvador, a quem a humanidade estava obrigada a render homenagem, continuou a ficar escondido 40 dias na lapa de Belém, morada indigna do mais pobre.

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Na morte tudo acaba

José Moreno Carbonero, Conversão do Duque de Gandia (S. Francisco de Borja), 1884, Museo del Prado, Madrid
José Moreno Carbonero, Conversão do Duque de Gandia (S. Francisco de Borja), 1884, Museo del Prado, Madrid

Dies mei breviabuntur; et solum mihi superest sepulchrum - “Os meus dias se abreviam, e só me resta o sepulcro" (Jó 17, 1)

Sumário. A felicidade da vida presente é comparada por Davi ao sono de um homem que desperta; porque os bens deste mundo parecem grandes, mas em realidade nada são e duram pouco, como pouco dura o sono e logo se evapora. Já que nos temos que separar um dia desses bens, desprendamo-nos de tudo aquilo que nos afasta ou nos pode afastar de Deus, e não deixemos para amanhã o bem que podemos fazer hoje. Por terem procrastinado o bem, quantos se acham agora no purgatório e quiçá no inferno!

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A glória e o poder no leito da morte

“A morte não respeita riqueza, nem poder, nem a púrpura; tanto os súditos como os príncipes serão reduzidos à corrupção e à podridão.” - Teodoreto (Cemitério, pintura de Katherine Tucker)
“A morte não respeita riqueza, nem poder, nem a púrpura; tanto os súditos como os príncipes serão reduzidos à corrupção e à podridão.” - Teodoreto
(Cemitério, pintura de Katherine Tucker)

Cum interierit (homo), non sumet omnia, neque descendet cum eo gloria eius - “Em morrendo, nada levará (o homem) consigo; nem a sua glória descerá com ele” (Sl 48, 17)

Sumário. É certo que a morte não respeita nem riquezas, nem poder, nem a púrpura; e quem morre (ainda que seja príncipe) nada leva consigo para a sepultura; deixa toda a glória no leito em que expira. Como é possível que os cristãos, pensando nisto, se apeguem aos bens da terra e não deixem antes tudo para se consagrarem inteiramente a Jesus Cristo, que os julgará conforme as suas obras? Se no passado fomos tão insensatos, sejamos mais prudentes para o futuro, e tomemos a resolução de sermos sempre fiéis no serviço divino.

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