Meditação para a Sétima Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre dois outros meios de fazer bem as nossas ações. O primeiro é não pensar, quando se obra, senão na ação que se faz; o segundo é não nos preocuparmos senão do dia presente. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De concentrar sobre a ação, que nos ocupa, toda a nossa inteligência e aplicação para fazer o melhor possível; 2.° De nos propormos cada dia viver santamente até à noite. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de um antigo:"Quem pensa em muitas coisas ao mesmo tempo não faz tão bem cada uma delas" - Pluribus intentus minor est ad singula sensus
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 7, 15-
Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: «Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. 16Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. 18A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. 19Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. 20Pelos frutos, pois, os conhecereis.» 21«Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu.
Meditação para o Dia 16 de Outubro
1. "Não queirais ajuntar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem e onde os ladrões os desenterram e roubam". Jesus, ao exortar-nos para não ajuntar tesouros na terra, quer o nosso proveito. Na terra não existe o que possa saciar a sede de felicidade do coração. Os bens da terra são ilusórios; todos são breves e limitados, muito perigosos, outros diretamente nocivos. Se esta noite te pedissem tua alma, o que te valiam todos os prazeres desfrutados hoje, ontem e nos outros dias do passado, todas as honras gozadas, todos os bens acumulados?Sumário. A sombra sinistra da morte escurece o brilho de todos os cetros e coroas; faz-nos compreender que o que o mundo estima não é senão fumaça, lodo e miséria. Com efeito, para que servem as riquezas, as dignidades e as honras, já que depois da morte não nos restará nada senão um caixão, dentro do qual nosso corpo se corromperá? Para que serve a beleza e a saúde do corpo, já que afinal não restará nada senão um punhado de pó nojento e alguns ossos descarnados? Nossas obras somente acompanhar-nos-ão para a eternidade. Todavia quão poucos são os que procuram fazer provisão de boas obras?Qui utuntur hoc mundo, tamquam non utantur; praeterit enim figura huius mundi - “Os que usam deste mundo, sejam como se não usassem; porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 31)