"Na verdade este homem era filho de Deus" (Mc 15)
"Ofereçamos, pois por ele a Deus, sem cessar, sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb 13)
Isto cumpriu com todo o rigor possível a Bem-aventurada Virgem; pois estava junto da Cruz, sofrendo a maior dor com a maior constância. Aquela dor era a prova do sumo amor a seu Filho, pendente da Cruz; aquela constância asseverava a sua muito submissa obediência a Deus: doía-se de que seu Filho inocente, que afetuosissimamente amava, fosse atormentado de cruelíssimas dores; mas nem por isso a elas obstaria por palavras ou por obras, ainda que pudesse, porque sabia que Ele padecia aqueles martírios por determinação e presciência de Deus Pai (At 2)."Quem ama seu filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim" (Mt 10)
Meditação para a Vigésima Terceira Quarta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Das meditações sobre a modéstia passaremos às meditações sobre a virtude da castidade, que é como que sua irmã, e veremos: 1.° A estima e amor que devemos ter para com esta virtude; 2.° O cuidado com que devemos guardá-la. — Tomaremos a resolução: 1.° De vigiarmos constantemente sobre o nosso coração e os nossos sentidos, para conservarmos a castidade; 2.° De evitarmos tudo o que expõe a perdê-la. O nosso ramalhete espiritual será a palavra da Sabedoria:"Quão formosa é a alma casta" - Quam puchra est casta generatio cum claritate! (Sb 4, 1)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 9, 18-26
Naquele tempo, 18enquanto Jesus lhes dizia estas coisas, aproximou-se um chefe que se prostrou diante dele e disse: «Minha filha acaba de morrer, mas vem impor-lhe a tua mão e viverá.» 19Jesus, levantando-se, seguiu-o com os discípulos. 20Então, uma mulher, que padecia de uma hemorragia há doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe na orla do manto, 21pois pensava consigo: ‘Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada.’ 22Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse-lhe: «Filha, tem confiança, a tua fé te salvou.» E, naquele mesmo instante, a mulher ficou curada. 23Quando chegou a casa do chefe, vendo os flautistas e a multidão em grande alarido, disse: 24«Retirai-vos, porque a menina não está morta: dorme.» Mas riam-se dele. 25Retirada a multidão, Jesus entrou, tomou a mão da menina e ela ergueu-se. 26A notícia espalhou-se logo por toda aquela terra.
Meditação para o Vigésimo Segundo Sábado depois de Pentecostes
SUMARIO
Continuaremos a estudar a amabilidade cristã em Nosso Senhor, e veremos quanto Ele foi amável: 1.° Na vida doméstica; 2.° Para com os inferiores e aflitos; 3.° Para com os que tem defeitos; 4.° Para com os seus inimigos. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nos mostrarmos sempre amáveis e atenciosos na vida doméstica; 2.° De acolhermos sempre cordialmente os meninos, os pobres e os aflitos; 3.° De opormos somente a bondade e caridade aos defeitos e erros dos outros. O nosso ramalhete espiritual serà a palavra do Apóstolo:"Em tudo procuro agradar a todos, não buscando o que me é de proveito, senão o de muitos - Per omnia omnibus placeo, non quaerens quod mihi utile, est, sed quod multis (1Cor 10, 33).
Sede nisto meus imitadores, bem como eu também o sou de Jesus Cristo" - Imitatores mei estote, sicut et ego Christi (1Cor 11, 1)
Meditação para a Vigésima Segunda Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre o oitavo caractere da caridade, que é a amabilidade cristã; e para formarmos dela uma exata ideia, a estudaremos no mesmo Jesus Cristo, nosso adorável modelo; e veremos quanto foi amável: 1.° Pelo seu gênio; 2.° Pelas suas obras; 3.° Pelas suas palavras. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De tratarmos toda a gente com urbanidade, sem nunca praticarmos uma só ação, nem dizermos uma só palavra contrárias à mais apurada polidez; 2.° De vigiarmos muito em particular o nosso gênio, para reprimirmos os seus ímpetos. O nosso ramalhete espiritual serà a palavra do livro da Sabedoria:"O sábio faz-se amável pelas suas palavras" - Sapiens in verbis seipsum amabilem facit (Ecl 20, 13)
Meditação para a Vigésima Segunda Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre outro caractere da caridade, que é a benevolência, e veremos: 1.° Em que consiste esta benevolência; 2.° As razões que nos obrigam a ser benévolos. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De procurarmos fazer a felicidade de todos os que nos cercam, e agradar sempre ao próximo; 2.° De nos abnegarmos a nós mesmos a ponto de nos alegrarmos com os que estão alegres, e de entristecermo-nos com os que estão tristes. O nosso ramalhete espiritual serà a palavra do Apóstolo:"Cada um procure agradar ao seu próximo no que é bom" - Unusquisque... proximo suo placeat in bonum (Rm 15, 2)