Oração da Igreja
Somos todos chamados a nos unir a Jesus Cristo e vivermos na sua graça, incorporados nEle, porém no seio de Maria. Jesus veio ao mundo por Maria e não nos quer salvar a não ser por Maria. Nossa vida espiritual, como a vida natural não nos vem, não se desenvolve a não ser pela Mãe. Nascemos, vivemos, crescemos na vida da graça como nascemos, vivemos e crescemos na vida natural por nossa Mãe e com nossa Mãe. Na Igreja de Deus, Maria é tudo depois de Cristo Nosso Senhor. Todos somos membros de Cristo que é nossa cabeça. É a sublime doutrina do Corpo Místico tão luminosamente estudada por São Paulo.
A Igreja militante, nós os que lutamos nesta vida; a Igreja padecente, os justos do Purgatório, e a Igreja Triunfante, os justos do céu, todos somos membros do Corpo Místico de que Jesus Cristo é a cabeça. O dogma consolador da Comunhão dos Santos, ensina-nos, pois, que pela oração pelo mérito, e pelas satisfações estamos unidos aqui na terra e podemos socorrer às almas do Purgatório, podemos nos aproveitar do tesouro dos méritos dos justos e obter a sua intercessão do céu. Podemos aliviar as almas do Purgatório pelas nossas orações e sacrifícios e méritos. Isto se chama a Comunicação ou Comunhão dos Santos. Na Igreja não estamos só. Unidos em Cristo e por Cristo, no seio de Maria! O Rosário é dentre as orações a que mais nos une na Comunhão dos Santos. Depois da Missa, nenhum outro meio existe mais eficaz e proveitoso na comunicação dos justos do céu, da terra e do Purgatório. É a prece da Comunhão dos Santos e um dos seus fins principais é este, afirma Leão XIII.
O Rosário nos aproveita a todos na Igreja militante porque nos ajudamos uns aos outros com nossas preces fervorosas.
Recomendo a Confraria do Rosário aos sacerdotes do mundo inteiro, diz Leão XIII:
“As vantagens do Rosário são numerosas e a Igreja inteira poderá aproveitá-las”
Aos Associados do Rosário podemos aplicar, diz o Papa, aquelas palavras de São Cipriano:
“Temos uma oração pública e comum, e quando rezamos, não é por um só, mas por todo o povo, porque todo o povo está unido em um só”
É a beleza do Rosário como prece de união de toda Igreja. E podemos por esta prece tão rica de indulgências, socorrer às almas do Purgatório, aliviar os sofrimentos de nossos irmãos da Igreja padecente. O Céu nos ouve mais propício, os santos nos ajudam pelas preces do Rosário. Que melhor e mais bela oração que o Rosário para nos fazer viver o dogma consolador da Comunhão dos Santos?
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Os Santos e o Rosário
Na Festa de Todos os Santos é justo que nos recordemos quanto os santos amaram o Rosário de Maria. Foi chamada e realmente é a devoção dos Santos e dos Papas. Desde que a Virgem deu a São Domingos a missão de pregar o seu Rosário, não houve santo da Igreja de Deus que não fosse um devoto fervoroso do Rosário da Virgem!
É a melhor maneira de rezar, diz São Francisco de Sales e rezava o seu Rosário cada dia com fervor angélico.
São Carlos Borromeu se fez apóstolo da Confraria do Rosário e não deixa uma só paróquia da sua Arquidiocese de Milão sem a Confraria.
Santo Afonso declara:
“O Rosário é a homenagem mais agradável que se possa prestar a Maria e o meio mais eficaz depois do Sacrifício da Missa para nossa santificação e alívio das almas do Purgatório”
O Santo, admirável missionário, Teólogo e Bispo, cuja vida era um prodígio de atividade, nunca deixou um só dia de recitar e meditar o Rosário todo de Nossa Senhora. Já velho e esgotado, tinha receio de se esquecer da sua devoção predileta e encarregava aos sacerdotes e empregados que todo dia lhe recordassem a obrigação de rezar o Rosário.
Desta prática de devoção à Maria, dizia ele, depende a minha salvação eterna!
Santo Inácio, o fundador da Companhia de Jesus, falava sempre com amor do Rosário e o rezava sempre.
São Luiz de Gonzaga, São João Berckmans e São Estanislau Kostha, estes três anjos de pureza não foram devotos do Rosário de Maria, este Rosário que os acompanhou até a morte?
São Pedro Canísio fez-se também como outros missionários pregador do Rosário. As mães lhe levavam os filhos para que os abençoasse. — Sim, abençoarei vossos filhos, dizia ele, contanto que me prometais fazer com que estas crianças rezem todos os dias, pelo menos uma dezena do Rosário.
São Paulo da Cruz, já no leito de morte, dizia:
“Deixai-me, quero recitar o meu Rosário enquanto tiver ainda um sopro de vida e quando meus lábios não o puderem rezar, rezá-lo-ei de coração!”
As velhas crônicas dizem que Joana D’Arc recitava o Terço ao guardar os rebanhos. Era a única oração que a pobre pastorinha sabia rezar bem. Não é possível dizer quanto os santos amaram o Rosário de Maria e o rezaram com devoção. Verdadeiramente se pode afirmar e com segurança: Não houve santo desde São
Domingos até hoje que na sua devoção ardente a Maria, não recorresse à rainha das devoções Marianas para se unir à Nossa Senhora e dela alcançar toda sorte de graças. O Rosário foi e é a devoção predileta dos santos.
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EXEMPLO
O Rosário salva a cidade
A invasão dos Turcos em 1683 causou na Europa grandes devastações e calamidades.
A cidade de Viena esteve cercada e na iminência de cair em mãos dos muçulmanos. O cerco da cidade era terrível e parecia iminente a invasão. O povo vienense todavia conservava uma ardente e fervorosa devoção a Nossa Senhora e a Ela se recomendou.
Quando já não havia mais esperança vem a boa nova que os poloneses sob a chefia de Sobiesky vinham em socorro de Viena:
As tropas de Sobiesky não eram numerosas, mas estavam animadas de grande piedade e confiança na proteção de Nossa Senhora. Antes de entrarem em combate, os soldados assistiram a missa em pleno campo e todos de joelhos, braços abertos, recitaram fervorosamente o Terço durante a Missa, implorando de Maria a vitória.
Ao terminar o Santo Sacrifício, o sacerdote falou aos heróis, e deu-lhes a bênção apostólica.
Sobiesky levantou-se e exclamou:
“Marchemos agora, meus soldados, cheios de confiança com o Rosário de Maria, sob a poderosa proteção da Santíssima Mãe de Deus”.
E pouco depois entravam em choque com os exércitos infiéis. Os Maometanos eram em número superior e não obstante se viram obrigados a fugir, porque os valorosos soldados de Sobiesky os esmagavam na investida. Uma força divina os animava. Cada soldado cristão valia dezenas de infiéis. E foi assim, graças ao Rosário, que a cidade de Viena se viu salva em 1683.
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(BRANDÃO, Monsenhor Ascânio. O Mês do Rosário, Edições do “Mensageiro do Santíssimo Rosário”, 1943, p. 259-266)