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Novena da Epifania do Senhor

Visita dos Reis Magos à Jesus Menino
Visita dos Reis Magos à Jesus Menino

A novena da Epifania do Senhor inicia-se em 28 de dezembro e deve ser rezada por nove dias consecutivos, encerrando-se em 05 de janeiro, comemorando a festa no dia 06.

A Epifania do Senhor é uma celebração que marca a manifestação de Jesus como Filho de Deus e Salvador da humanidade, através de três eventos principais: a adoração dos Magos ao menino Jesus em Belém, o Batismo no rio Jordão, onde Deus Pai o apresenta como Seu Filho amado, e o milagre das bodas de Caná, com a transformação da água em vinho. Os Magos, guiados por uma estrela profetizada, viajaram para adorar o recém-nascido e oferecer presentes simbólicos: ouro, incenso e mirra. Apesar das intenções maliciosas de Herodes, eles retornaram por outro caminho, compartilhando com seus povos a boa nova do Salvador. A tradição atribui sua conversão ao cristianismo e até mesmo o batismo por São Tomé, sendo venerados como santos cujas relíquias estão preservadas na Catedral de Colônia, Alemanha. Leia mais a respeito.

Como rezar esta Novena à Epifania?

  1. Inicia-se com o Sinal da Cruz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
  2. Reza-se todos os dias a oração inicial;
  3. Faz-se a meditação do dia;
  4. Reza-se a oração à Nossa Senhora da Epifania
  5. Finaliza-se com o Sinal da Cruz.

Oração inicial para todos os dias da Novena

Em Vosso nascimento, ó Jesus, uma estrela de singular esplendor se apareceu no céu do Oriente e conduziu a Belém os reis, representantes dos longínquos povos pagãos, assim como o anjo radiante de luz havia convocado ao Vosso berço os pastores, representantes do povo eleito. Até os gentios, como os judeus, tiveram de reconhecer em Vós, um pobre e frágil infante, o onipotente Rei dos séculos, o Salvador da humanidade. Nem cetro, nem coroa demonstravam a Vossa dignidade real; nem doces melodias, nem coros de anjos pairando sobre Vosso lugar de repouso revelavam Sua natureza divina; mas a estrela radiante sobre o Vosso mísero teto assinalava o céu, a terra, o universo inteiro como Vossa possessão absoluta, e os reis, que pela inspiração da Vossa graça vieram prontamente desde longe, não curando dos perigos, vencendo dificuldades e abraçando todo sacrifício, chegaram aos Vossos pés, curvando seus joelhos e testas em reverência, adorando-Vos e oferecendo-Vos ouro, incenso e mirra. Sedentos de Deus, andaram afainados em busca de Vós; e Vós, de fato, Vos revelastes prodigiosamente ainda no berço, enchendo-os de inefável júbilo e transformando-os nos primeiros mensageiros de Vossa glória aos povos do Oriente.

Após a aparição da estrela, que bastou para tornar os reis Vossos ardentes seguidores, com quantos prodígios, ó Jesus, haveis demonstrado Vossa divindade! Contudo, quanta escuridão domina ainda a nossa pobre mente! Com quanta lentidão nossa vontade cede aos impulsos amorosos de Vossa graça, isso quando não resiste diretamente a Vós! Concede-nos, pois, ó Jesus, a força de responder sempre pronta e generosamente aos Vossos chamados e a deixar que a luz divina da fé, por Vós acesa sobre nós ainda no nosso berço, nos acompanhe sempre no caminho da vida, até que, bem-aventurados, possamos fixar as nossas pupilas em Vós no esplendor da glória.

℣. Cristo a nós se manifestou. Aleluia.
℟. Vinde, adoremos. Aleluia.

Oremos: Deus eterno e Todo-poderoso, Senhor do Céu e da Terra, que se revela aos pequeninos, concedei-nos, Vos pedimos, que, venerando os mistérios sacrossantos do Vosso Filho, o divino Infante Jesus, e seguindo-os com digna imitação, possamos alcançar o reino dos céus prometido às criancinhas. Pelo mesmo Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Sumário da Novena

Oração à Nossa Senhora da Epifania

Ó Senhora da Epifania, pelo vosso poder, glória e amor, mostrai-nos vossa salvação, Jesus Cristo. Assim como os pastores de Belém foram até Vós há tanto tempo, colocamo-nos diante de Vós neste momento. À Jesus Cristo, reinando em vossos braços, prostramo-nos em admiração. Ó Rainha e amiga íntima, lembrai-vos de nossa pobreza. Nós vos suplicamos, ó terna Mãe, tomai-nos pelas mãos e ouçais de perto os desejos e necessidades dos nossos corações. Maria, lembrai-vos … (pede-se a graça necessária).

Prometemos reformar as nossas vidas. Pela vossa poderosa intercessão, alcançai-nos a magnífica manifestação de vosso divino Filho nas vidas daqueles pelos quais tanto rezamos. Mística, gloriosa mulher coroada de estrelas, alcançai os milagres e sinais celestiais que nossos queridos necessitam para encontrar e abraçar Jesus Cristo, o Rei dos reis. Vos imploramos, revelai a nós, vossos pobres filhos, os tesouros de vosso Coração nesta hora de necessidade. Amém.

1º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, vivíeis em contínua expectativa do nascer da Estrela de Jacó, a qual anunciaria o nascimento do verdadeiro Sol da justiça; alcançai-nos um aumento da fé e da caridade, e a graça de viver em contínua esperança de contemplar um dia a luz da glória celestial e da alegria eterna. Glória ao Pai.

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2º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que ao primeiro sinal da maravilhosa estrela deixastes vossas pátrias para buscar ao recém-nascido Rei dos judeus, obtende-nos a graça de corresponder com vivacidade a toda inspiração divina. Glória ao Pai.

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3º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que não considerastes nem a severidade da estação, nem as inconveniências da viagem a fim de encontrarem o recém-nascido Messias, alcançai-nos a graça de não nos deixarmos desencorajar por quaisquer pelas dificuldades que possamos nos deparar no caminho da salvação. Glória ao Pai.

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4º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que, quando desertados pela estrela na cidade de Jerusalém buscaram/questionaram, humildemente e sem respeito humano, os chefes da Igreja, [sobre] o local onde poderiam descobrir o objeto de vossa jornada, obtende-nos a graça de fazer recurso, com fé e humildade, em todas as nossas dúvidas e perplexidades, ao conselho de nossos superiores, que fazem as vezes de Deus na Terra. Glória ao Pai.

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5º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que se alegraram com o reaparecimento da estrela que vos levou a Belém, alcançai-nos de Deus a graça de, permanecendo-lhe sempre fiéis nas aflições, sermos consolados neste século pela Sua graça, e na eternidade pela Sua glória. Glória ao Pai.

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6º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que adentrando cheios de fé no estábulo de Belém, prostraram-se por terra para adorar ao recém-nascido Rei dos judeus, apesar de cercado apenas por sinais de pobreza e fragilidade, alcançai-nos do Senhor uma fé viva na presença real de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, o verdadeiro espírito da pobreza e uma caridade semelhante a de Cristo pelos pobres e aflitos. Glória ao Pai.

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7º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que ofereceram a Jesus Cristo ouro, incenso e mirra, reconhecendo-o assim como Rei, Deus e Homem, alcançai-nos a graça de nunca nos apresentarmos diante d’Ele com mãos vazias, mas que possamos sempre oferecer-lhe o ouro da caridade, o incenso da oração e a mirra da penitência e mortificação. Glória ao Pai.

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8º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que, avisados pelo anjo para não regressarem a Herodes, retornaram às suas pátrias por caminho diverso, alcançai-nos do Senhor a graça de, após O termos reencontrado na verdadeira contrição, possamos evitar os perigos de novamente O perdermos. Glória ao Pai.

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9º dia da Novena da Epifania do Senhor

Ó santos reis, que foram os primeiros dentre os gentios a serem chamados ao conhecimento de Jesus Cristo, e que perseveraram na fé até à morte, alcançai-nos do Senhor a graça de vivermos sempre em conformidade com as nossas promessas do batismo, sempre caminhando para uma vida de fé, para que, como vós, possamos alcançar a visão beatífica do Deus que agora é objeto de nossa fé. Glória ao Pai.

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O que é a Epifania do Senhor?

Por Pe. João Baptista Lehmann

A festa que a Igreja hoje celebra, tem o nome de Epifania isto é aparição do Senhor, por apresentar-nos três grandes mistérios, em que Jesus Cristo se manifestou ao mundo como Filho de Deus e Salvador do gênero humano. O primeiro destes mistérios é a adoração que os três Magos prestaram ao menino em Belém. O segundo é o Batismo de Jesus Cristo no Jordão, ocasião em que o Pai celeste fez a apresentação de seu Filho dizendo:

“Este é meu Filho mui amado, em que pus minha complacência”

O terceiro, finalmente, é a transformação da água em vinho, milagre que Cristo fez na ocasião das bodas de Caná, para manifestar aos seus discípulos Sua missão m messiânica.

Logo após Seu nascimento no estabulo de Belém Jesus Cristo quis Se manifestar aos judeus e aos pagãos. Aos pastores, que estavam nos campos vigiando seus rebanhos, mandou celeste mensagem por intermédio dos Anjos, que lhes anunciaram o grande acontecimento, dizendo:

“Não temais; anuncio-vos uma boa nova que há de ser para todo povo motivo de grande alegria! Hoje na cidade de Davi, nasceu o Salvador que é o Cristo, nosso Senhor” (Lc 2, 10)

Aos pagãos do Oriente mandou sua estrela maravilhosa a anunciar-lhes o aparecimento daquela estrela profetizada por Balaam nas palavras:

“Uma estrela sai de Jacó, um cetro se levanta de Israel, que esmagará os príncipes de Moab”

Os pagãos bem conheciam esta profecia e ansiosos estavam pelo aparecimento da estrela preconizada. Afinal viram-na surgir na noite do nascimento do Salvador. Sobressaindo entre as outras pelo seu brilho e sua posição extraordinários, chamou a atenção de três homens, conhecidos por Gaspar, Melchior e Baltazar ou como a Bíblia os intitula os três magos do Oriente. Iluminados por uma luz divina, conheceram no aparecimento da estrela o sinal indubitável do cumprimento da palavra proferida de Balaam, e sem demora trataram dos preparos da viagem que os levasse à presença do Rei dos Judeus recém-nascido. A estrela era seu guia. Seguindo-a sem desfalecimento, chegaram a Jerusalém. Foi pela primeira vez, pela chegada à capital de Judá, que o astro maravilhoso se escondeu de suas vistas, e grande foi sua tristeza e não menos o seu desapontamento. Na convicção, porém, de se tratar de um fato por todos conhecido, e julgando que não houvesse na cidade, quem não soubesse dar-lhes as necessárias informações sobre o Rei dos Judeus recém-nascido, confiadamente entraram em Jerusalém, e perguntaram:

“Onde está o Rei dos Judeus, que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente, e viemos para adorá-lo” (Mt 2,2)

Se grande foi seu desaponto por não mais ver estrela sua fiel companheira, maior foi a decepção que experimentaram, ao notarem o espanto que sua pergunta causou às pessoas a que a dirigiram.

A chegada de três príncipes estrangeiros à capital dos Judeus, provocou grande alvoroço na cidade e na corte real. O rei Herodes perturbou-se sobremodo, não sabendo o que pensar da inesperada nova. Em seu íntimo começou a recear pelo seu trono. Reuniu os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, para que lhes dissessem algo do lugar onde devia nascer o Cristo.

Os judeus, conhecedores que eram das profecias, não duvidaram de que teria chegado o momento do Messias aparecer. Sabiam também o lugar, onde segundo o profeta Miqueias, o desejado das nações havia de nascer. A resposta dos sacerdotes não deixou nada a desejar quanto a clareza e era concisa nestes termos:

Os sagrados livros dizem: Em Belém, terra de Judá há de nascer o Cristo, pois está escrito pelo profeto: Tu, Belém, na terra de Judá não és por certo a menor entre as cidades principais da Judeia, pois é de ti que há de sair o chefe que deve governar Israel, meu povo.

Tendo Herodes ouvido resposta dos entendidos, mandou vir secretamente os Magos, e indagou deles o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. depois mandando-os a Belém, disse-lhes:

“Ide, informai-vos do menino com cuidado, e logo que o encontrares, vinde me dizer, a fim de que eu também o vá adorar”

Sua intenção não era esta. Falso que era, fingiu grande devoção e interesse de conhecer o Messias e figurar entre seus primeiros adoradores, quando sua intenção verdadeira era apoderar-se da criança e matá-la. Os Magos, cheios de alegria por ter obtido informações tão claras, partiram. A estrela que tinham visto no Oriente, caminhava diante deles, e quando chegou em cima do lugar onde estava o menino, parou. Não era um palácio que encontraram, mas um pobre estábulo. Sua fé, porém, não vacilou. Por inspiração divina sabiam, que se achavam na presença dAquele, que nascido na pobreza, era o rei do Universo. Entraram na casa e aí acharam o menino com Maria, sua mãe. Tomados de profundo respeito se prostraram por terra e adoraram ao menino como Deus e Salvador do mundo. Em seguida abriram seus tesouros e ofereceram ao divino infante ouro, incenso e mirra.

Cumpriu-se a profecia do rei Davi que diz:

“Reis de Tarsis e das ilhas virão oferecer-lhe presentes; os reis da Arábia e de Saba trarão oferendas” (SL 71,10)

Sobre o tempo que os Magos permaneceram em Belém, os santos livros nada dizem. Nada sabemos o que entre eles e José e Maria se passou. É, porém, provável, que se tenham demorado na cidade de Davi e que José e Maria lhes tenham referido tudo, que se passara nos últimos dias antes de sua chegada no Oriente.

Tratando da volta, quiseram, como a Herodes tinham prometido, passar por Jerusalém. Um anjo, porém, lhes apareceu, deixando ordem expressa, que tal não fizessem. Obedientes a este celeste aviso, voltaram por um caminho diferente para sua terra.

É fora de dúvida, que os Magos tenham comunicado aos seus súditos o aparecimento do Salvador e com eles se tenham convertido à religião de que se confessaram fiéis discípulos até o fim de sua vida. Um autor antiquíssimo na explicação que faz do Evangelho de São Mateus, diz, que o Apóstolo Tomé os batizou na Pérsia e com eles milhares de seus súditos. Uma tradição existe, segundo a qual as relíquias dos três Magos foram transportadas para Constantinopla, de lá passaram para Milão donde no século 12, o Imperador Frederico Barbaroxa as transladou para Colônia, em cuja majestosa Catedral são até hoje veneradas.