1. O Deus que pudesse ser compreendido não seria Deus, pois o Ente infinito não pode estar ao alcance de uma inteligência limitada como a nossa. O mistério da Santíssima Trindade, cuja existência é revelada na Anunciação, no batismo de Nosso Senhor e por palavras inequívocas de Cristo, nos mostra a infinita grandeza de Deus. Querer compreendê-Lo, seria capricho igual ao de criança que quisesse encerrar todo o mar numa concha ou na palma de sua mão. Todos os outros mistérios desvendar-se-ão à entrada do céu, como as sombras à luz do sol, mas o mistério da Santíssima Trindade subsistirá, para eterna admiração dos bem-aventurados. Que respeito merece teu Deus incompreensível, presente em todo lugar!
2. O mistério da Santíssima Trindade é nossa esperança. Vemos nela um Pai infinito, que, apesar de incompreensivelmente grande, nos ama até querer que nos chamemos seus filhos e com efeito o sejamos; vemos um Filho medianeiro, que em indizível bondade oferece o seu sangue em paga das nossas dívidas, um pontífice que roga por nós, um advogado e irmão que defende a nossa causa; e, finalmente, o Espírito Santo, um amigo, ocupado dia e noite na nossa santificação, dando-nos amparo, luz e consolo. Quanta gratidão não merece!
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(Sinzig, Frei Pedro. Breves Meditações para todos os Dias do Ano. 8ª Ed. Editora Vozes, 1944, p. 178)