Meditação para o Dia 15 de Janeiro
Não sejamos tão impacientes no sofrimento. A impaciência duplica-nos a dor. O ferido necessita de repouso. Quanto mais o enfermo se agita, arranha, coça e mexe as feridas, tanto pior. Sofre mais e até se arrisca a uma infecção, que pode ser fatal. Dá-se o mesmo com as feridas da alma, as feridas do coração. Quando elas aparecem, vamos logo ao Médico Divino e Ele, tão misericordioso, há de pensá-las carinhosamente, derramando sobre as mesmas o bálsamo suavíssimo do seu Amor.
“Vinde a Mim, diz-nos Ele. Eu vos aliviarei”
Jesus, tão bom, ouve toda queixa, cura todas as feridas do coração. Na ordem da graça, porém, como na da natureza, o processo da cura, se bem que seguro, é lento. Por que tanta impaciência? O remédio queima, arde, mas é eficaz. Os doentes irascíveis e impacientes arrancam o curativo e metem na ferida as unhas venenosas. É perigoso. Não façamos assim, oh! Não. Poderia ser fatal. Convençamo-nos desta verdade, já tantas vezes experimentada; a impaciência agrava o sofrimento, rouba-nos o mérito da cruz, torna-a mais pesada e insuportável! Não digamos, portanto:
“É demais! É demais!”
– Santa Teresinha dizia o contrário:
“Ainda mais, ainda mais, Senhor!”
– Se não pudermos chegar a tanto, resignemo-nos a dizer:
“Nunca é demais, Senhor, nunca é demais o que sofremos, mas ajudai-nos a tudo suportar!”
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 24)