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Author page: Gabriel

A Voz de Minha Mãe!

Meditação para o Dia 16 de Novembro

Escuta, filho querido e saudoso, a voz de tua santa mãe, agora no seio da vida eterna. Ela ainda te ensina a amar e a servir a Deus, ainda te fala da virtude e do bem. Não queiras manchar a tua alma no pecado nem trair a respeitável memória de tua santa mãe. Escreveu o Padre Perreupe a um amigo que houvera perdido a mãe:

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Imaculada Conceição da Virgem Maria

8 de Dezembro - Panegírico da Imaculada Conceição

Sermão para a Festa da Conceição

Nota: Deve notar-se ali e noutras frases subsequentes deste sermão, que Bossuet viveu no século XVII, em que a Conceição Imaculada de Maria Santíssima não era ainda definida como dogma católico: só o foi em 8 de dezembro de 1854.

SUMÁRIO

Exordio. O mistério que hoje celebramos parece ser para Bossuet o mais difícil de tratar. Todos estão mortos, todos estão criminosos e condenados em Adão. Como pode a esta condenação escapar a Virgem Maria? Proposição e divisão. Fecit mihi magna qui potens est: 1.° A autoridade soberana excluiu Maria da lei geral; 2.° A sabedoria divina separou-a do contágio universal; 3.º O amor eterno de Deus precaveu-a misericordiosamente da sua cólera. 1.º Ponto. — A soberania consiste, ao que parece, em fazer leis dentro da esfera da autoridade, e em suprimi-las dentro dos limites do poder; sendo a supressão justificada concedida às personagens eminentes, e a fundada no exemplo, concedida apenas à glória do soberano. É o que no caso presente se realiza. Concluamos com Tertuliano: Non tantum obsequi ei debeo, sed adulari. 2.º Ponto. — Devendo a sabedoria divina produzir a ordem e a diversidade, separa a Virgem Maria de todas as criaturas, insinuando-se nela, peculiari munere. Separemo-nos da multidão dos homens e façamos aliança com Jesus Cristo. 3.º Ponto. — Como Jesus é o ministro da graça, concede a Maria este dom em excesso, e não aguarda o progresso da idade para ser liberal para com ela. O amor do Filho exceptua a Mãe da mácula da conceição e faz com que ela fique Virgem. Peroração. — O pecador foge de Deus; mas nós devemos associar-nos a Ele. Ninguém pode contar com a misericórdia, mas ela adverte-nos a fim de evitarmos a justiça; e confessando humildemente os nossos pecados, louvaremos a Deus.

Fecit mihi magna qui potens est E o Omnipotente operou era mim grandes maravilhas (Lc 1, 49)

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Lágrimas de uma Viúva Cristã

Meditação para o Dia 15 de Novembro

A uma viúva cristã, São Francisco de Sales escreveu esta carta consoladora:
“Meu Deus, como esta vida é enganadora! E como são breves as suas consolações! Num momento aparecem e noutro se dissipam. Se não fora a eternidade para onde se dirigem nossos dias, com razão lamentaríamos a nossa condição humana. Escrevo-vos com o coração cheio de desgostos pela perda que tivestes e, ainda mais, pela ideia do golpe que o vosso deve receber quando lhe forre velada a infausta notícia de vossa viuvez, tão repentina e lamentável.

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As Duas Alianças

2º Domingo depois da Epifania - As Duas Alianças

Sermão para o 2º Domingo depois da Epifania

SUMÁRIO

Exórdio. - Jesus Cristo une-se às almas fiéis por vias misteriosas; e eis o motivo porque tantas vezes lhe chamam, e com razão, o divino Esposo das almas. Proposição e divisão. - O orador tira o assunto do seu sermão da história milagrosa das bodas de Caná. Desenvolve sucessivamente três pensamentos principais que lhe são sugeridos pela conversão da água em vinho. Jesus Cristo transformou: 1.° O símbolo em realidade; 2.° A letra em espírito; 3.° A lei de rigor em lei de misericórdia e de amor. 1.º Ponto. — Pelo milagre das bodas de Caná, quis Jesus Cristo fazer-nos compreender quê, do mesmo modo que convertia a água em vinho, convertia também o símbolo em realidade. No Antigo Testamento tudo é simbólico, no Novo tudo é real; e assim como o símbolo não pode existir sem a realidade, assim todas as Escrituras proféticas não teriam razão alguma de ser, e até nos pareceriam às vezes bem extravagantes, se nelas não se destacasse a figura de Jesus Cristo. São águas sem ímpeto e sem sabor, frias e languidas, que de repente se convertem num vinho generoso, sob a divina influência de Jesus Cristo

«A lei é, pois, um Evangelho oculto; e o Evangelho é a lei explicada»

2.º Ponto. — Deus mandará dizer pelo seu profeta:

«Eu hei de inspirar-lhes nas almas a minha lei, e hei de escrevê-la, não em tábuas de pedra, mas nos seus corações» (Jr 31, 31)

E na verdade, com Jesus Cristo, o Espírito de Deus apoderou-se dos nossos corações por uma caridade sinceríssima, por um poderoso amor que Ele nos inspira, e por uma bondade santa e arrebatadora. A lei antiga ordenava, mas não vivificava, mas não atraía; impunha-se ao espírito pelo raciocínio, mas não ao coração pela caridade; impressionava profundamente os ouvidos, como diz Bossuet, mas não comovia o coração. A lei nova, pelo contrário, entusiasma-nos com um divino fervor, alenta-nos, aquece-nos com benditos arderes. 3.º Ponto. — A lei antiga é uma lei de receio e de rigor; os seus transgressores eram punidos impiedosamente; e Deus oprimia-os muitas vezes com eternas maldições. A lei nova é uma lei toda de amor. Peroração. — Nós já não estamos sob o império da lei do temor, estamos sob o império da lei do amor. Sirvamos a Deus com um amor liberal e sincero. E vós, sobretudo, neófitas, rendei-lhe eternamente as vossas ações de graças.

Nuptiae factae sunt in Cana Galilaeae, et erat mater Jesu ibi. Vocatus est autem et Jesus et discipuli ejus. Celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda (Jo 2, 1 e 2)

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Verdadeiras Dores e Verdadeiros Consoladores

Meditação para o Dia 14 de Novembro

“Se há verdadeiras dores – escreve Joseph de Maistre – muito mais raros são os verdadeiros consoladores”

O egoísmo, a leviandade do homem moderno afastam-no do leito dos enfermos e das câmaras mortuárias, e, se acontece algum aparecer em qualquer desses lugares, orgulhoso, cheio de sensualidade, saturado de prazer, é para aconselhar distrações. Não pensa em consolar, mas em distrair. Como pode o materialista grosseiro consolar o que sofre, se lhe falta a doce esperança cristã?

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Jesus é o Cordeiro que tira os Pecados do Mundo

Festa da Circuncisão - II. Jesus é o Cordeiro que tira os Pecados do Mundo

II. Sermão para a Festa da Circuncisão

Pregado no 1° de janeiro de 1687, em Paris, na capela da Casa professa dos Jesuítas.

SUMÁRIO

Exordio. — Desenvolvimento do texto: Ipse salvum faciet populum suum a peccatis eorum... Proposição e divisão. —Jesus é o Cordeiro que tira os pecados do mundo: 1.º O pecado avilta a alma e dá-lhe a morte eterna, mas Jesus ressuscita-a pelo perdão; 2.° A alma perdoada é de novo arrastada ao mal, mas a graça de Jesus fortifica-a contra a tentação; 3.° Neste mundo estamos sempre, sujeitos a abusar da nossa liberdade, mas com a glória do céu torna-nos Jesus impecáveis. 1.º Ponto. — O pecado é um ato de rebelião contra Deus e de ódio contra o próprio indivíduo, um mal íntimo que apaga em nós por completo tudo que nos une a Deus. A graça de Jesus, fruto do Seu sangue divino, cura este mal nas almas penitentes. 2.º Ponto. — O pecado, entrando na nossa alma, e residindo sobretudo nela, faz-lhe chagas que não desaparecem juntamente com Ele, enfraquece a nossa natureza e produz-lhe as maiores alterações. A graça de Jesus, porém, está sempre preparada para nos lavar dos nossos pecados, para nos ajudar a triunfar, para nos premunir enfim contra novas fraquezas. 3.º Ponto. — Finalmente, para completar a sua vitória, a graça de Jesus Cristo há de ajudar-nos a alcançar o repouso eterno, isto é, esse estado em que a nossa alma, firmada na felicidade, não tornará jamais a pecar. Peroração. — Ai do que diz:

«Eu pequei e que mal me sucedeu?»

Não se lembra de que o Omnipotente o espera no dia fatal, e que, certo do golpe que há de dar, não  precipita a sua vingança. — Elogio do zelo da Companhia de Jesus.

Vocabis nomen ejus Jesum: ipse enim salvum faciet populum suum a peccatis eorum E vós lhe chamareis Jesus, que quer dizer Salvador, porque é Ele quem há de salvar o povo dos seus pecados (Mt 1, 21)

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Morrer para Viver e Viver para Morrer

Meditação para o Dia 13 de Novembro

“Nesta vida – diz São Francisco de Sales – vivemos morrendo e morremos vivendo continuamente. Só os que morreram no Senhor são verdadeiramente felizes, porque só eles vivem a vida verdadeira. Beati mortui qui in Domino moriuntur

Não nos aflijamos desesperadamente quando Nosso Senhor vem chamar para a vida eterna alguns dos nossos entes queridos. Ele é o Senhor da vida e da morte e só Ele sabe o que nos convém. Louvemos a misericórdia Divina, quando nos conserva a vida ou no-la tira.

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Realeza de Jesus Cristo

Festa da Circuncisão - I. Realeza de Jesus Cristo

I. Sermão para a Festa da Circuncisão

Pregado no 1º de janeiro de 1654 ou 1656.

SUMÁRIO

Exordio. — O poder real e o poder sacerdotal estão intimamente ligados e derivam naturalmente de duas inclinações que existem no Coração humano: a inclinação para Deus ou para a religião e a inclinação para o homem ou para a sociedade. Proposição e divisão. — Jesus Cristo é simultaneamente rei e pontífice, porque é salvador: Realeza de Jesus Cristo; em que consiste, como Ele a adquiriu e como a exerce; sacerdócio de Jesus Cristo e Sua excelência. 1.º Ponto. — Jesus Cristo veio ao mundo com um poder real: não é uma realeza temporal, como a entendiam os judeus e os próprios apóstolos, mas uma realeza inteiramente espiritual; e por isso, só durante a Paixão é que se ouve falar da Sua realeza: Tu dicis quia rex ego sum. Jesus reina em toda a parte: Christi regnum et nomen ubique porrigitur, ubique regnat ubique adoratur. Tertuliano. 2.º Ponto. — O sacerdócio de Jesus Cristo é muito mais perfeito do que o de Aarão. O nome de Jesus, que encerra todas as maravilhas da realeza e do sacerdócio, é um nome superior a todos os nomes. Amam-se os reis benfazejos, mas não se ama a Jesus, que é o mais generoso dos reis, Jesus, que deu o Seu sangue para a conquista da nossa alma. Peroração. — Povos, até quando hesitareis entre dois partidos?

«Se Jesus é o vosso rei, prestai-lhe obediência; mas se o vosso rei é Satanás, colocai-vos ao lado de Satanás. O governo de Jesus sobre os vassalos de Satanás há de ser severo. Renovemos o nosso juramento de fidelidade que devemos a Jesus, o nosso grande rei»

Vocabis nomen ejus Jesum; ipse enim salvum faciet populum E vós lhe chamareis Jesus, porque é Ele quem salvará o vosso povo (Mt 1, 21)

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O Consolador

Meditação para o Dia 12 de Novembro

“Nosso Senhor Jesus Cristo – escreve o piedoso autor das Palhetas de ouro, – para nossa consolação, quis experimentar as amarguras que causa ao coração humano a perda daqueles a quem ama. Lázaro era apenas seu amigo, conforme diz Mpns. de Segur, e, todavia, Jesus, que ia ressuscitá-lo, quis sofrer, para santificá-las, as dolorosas emoções da separação. Quis chorar”

Nada santifica mais do que as lágrimas, quando elas são vivificadas pelo amor Divino. Como nos é dolorosa a morte das pessoas que amamos!

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Jesus Cristo estabelecido para Ruína e Ressurreição de Muitos

Dia de Natal - II. Jesus Cristo estabelecido para Ruína e Ressurreição de Muitos

II. Sermão para o Dia de Natal

Pregado em Meaux, no dia 25 de dezembro de 1667.

Não existe manuscrito. —Déforis, IV, p. 877. - Lachat, VIII, 279. Foi por uma cópia do abade Ledieu, a quem Bossuet o tinha ditado para uma religiosa de Jouarre, que Déforis publicou este sermão. Como Sermão da Paixão, tem ele a vantagem de manifestar na sua forma definitiva o pensamento de Bossuet.

SUMÁRIO

Exordio. —Desenvolvimento do texto: Positus est hic... Proposição e divisão. — Um dos caracteres do Messias prometido a nossos pais era ser ao mesmo tempo um motivo de consolação e um motivo de contradição; uma pedra angular e uma pedra de escândalo. O que nos desagrada é: 1° a profunda humilhação da sua pessoa; 2.° a verdade inexorável da sua doutrina e a grandeza da sua misericórdia. 1.º Ponto. — Os filósofos da antiguidade tanto se aproximavam de Deus pela sua inteligência, como se afastavam dEle pelo seu orgulho... É o que hoje fazem muitos cristãos. A exemplo de Jesus, aniquilemos tudo o que somos, pois isso não nos causará ruína, mas dá-nos a ressurreição. 2.º Ponto. — Jesus Cristo apresentando aos homens a verdade que os condenava, e apresentando-a de mais perto do que nenhum dos profetas, fizera-o com mais vivo esplendor, sublevava necessariamente contra si todos os espíritos, até aos últimos excessos.

«Amado irmão, é Jesus Cristo que te ilumina ainda... caminha, pois, com o auxílio dessa luz»

3.º Ponto. — Como na instituição dos Seus Sacramentos, sobretudo na instituição do Batismo e da Penitência, Jesus Cristo não quis limitar a Sua bondade, também os cristãos não quiseram limitar os seus crimes; não receiam pecar porque esperam arrepender-se um dia.

«Tremei... e temei... de cometer... esse pecado contra o Espírito Santo, que não se perdoa neste mundo nem no outro»

Peroração.«Vinde contemplar os mistérios do Salvador; olhai para o lugar por onde eles vos podem causar ruína e para aqueles por onde vos podem dar consolação»

Ecce positus est hic in ruinam et in resurrectionem multorum in Israel. Eis que este é enviado para queda e ressurreição de muitos em Israel. (Lc 2, 34)

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