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Author page: Gabriel

Jesus Cristo estabelecido para Ruína e Ressurreição de Muitos

Dia de Natal - II. Jesus Cristo estabelecido para Ruína e Ressurreição de Muitos

II. Sermão para o Dia de Natal

Pregado em Meaux, no dia 25 de dezembro de 1667.

Não existe manuscrito. —Déforis, IV, p. 877. - Lachat, VIII, 279. Foi por uma cópia do abade Ledieu, a quem Bossuet o tinha ditado para uma religiosa de Jouarre, que Déforis publicou este sermão. Como Sermão da Paixão, tem ele a vantagem de manifestar na sua forma definitiva o pensamento de Bossuet.

SUMÁRIO

Exordio. —Desenvolvimento do texto: Positus est hic... Proposição e divisão. — Um dos caracteres do Messias prometido a nossos pais era ser ao mesmo tempo um motivo de consolação e um motivo de contradição; uma pedra angular e uma pedra de escândalo. O que nos desagrada é: 1° a profunda humilhação da sua pessoa; 2.° a verdade inexorável da sua doutrina e a grandeza da sua misericórdia. 1.º Ponto. — Os filósofos da antiguidade tanto se aproximavam de Deus pela sua inteligência, como se afastavam dEle pelo seu orgulho... É o que hoje fazem muitos cristãos. A exemplo de Jesus, aniquilemos tudo o que somos, pois isso não nos causará ruína, mas dá-nos a ressurreição. 2.º Ponto. — Jesus Cristo apresentando aos homens a verdade que os condenava, e apresentando-a de mais perto do que nenhum dos profetas, fizera-o com mais vivo esplendor, sublevava necessariamente contra si todos os espíritos, até aos últimos excessos.

«Amado irmão, é Jesus Cristo que te ilumina ainda... caminha, pois, com o auxílio dessa luz»

3.º Ponto. — Como na instituição dos Seus Sacramentos, sobretudo na instituição do Batismo e da Penitência, Jesus Cristo não quis limitar a Sua bondade, também os cristãos não quiseram limitar os seus crimes; não receiam pecar porque esperam arrepender-se um dia.

«Tremei... e temei... de cometer... esse pecado contra o Espírito Santo, que não se perdoa neste mundo nem no outro»

Peroração.«Vinde contemplar os mistérios do Salvador; olhai para o lugar por onde eles vos podem causar ruína e para aqueles por onde vos podem dar consolação»

Ecce positus est hic in ruinam et in resurrectionem multorum in Israel. Eis que este é enviado para queda e ressurreição de muitos em Israel. (Lc 2, 34)

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A Saudade de Nossos Mortos

Meditação para o Dia 11 de Novembro

A saudade de nossos mortos é cruciante e amarga. Sentimos um vácuo profundo,quando a morte nos rouba algum ente querido. Abre-se a ferida e parece que nunca mais se cicatrizará. Só o tempo consegue suavizar um pouco a dor.Contemplemos Nossa Senhora da Soledade, naquelas horas amargas em que Ela chorava a ausência cruel do seu Amado Filho. Juntemos nossa saudade a saudade de Maria. Ela também experimentou as saudades de um filho e a tristeza da viuvez. Consolemo-nos. Nossos mortos queridos terminaram a sua peregrinação pelo mundo.

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Os Divinos Caracteres do Salvador

Dia de Natal - I. Os Divinos Caracteres do Salvador

I. Sermão para o Dia de Natal

Bossuet pregou duas vezes este sermão; perante a côrte em 1665 e nas Carmelitas do subúrbio Saint-Jacques, em Paris, em 1668, com variantes e aperfeiçoamentos. É a segunda redação que publicamos.

SUMÁRIO

Exordio. — O Verbo, que no princípio estava no seio de Deus... criou três degraus, por meio dos quais a soberana grandeza desceu até à última baixeza. Proposição e divisão. — Ele apenas desceu até nós para nos indicar esses degraus, por meio dos quais nós podemos subir até Ele: 1.° Se Ele acode à nossa natureza caída, é com intenção de a levantar; 2.° Se se apodera das nossas enfermidades, é com o fim de as curar; 3.° Se se expõe às misérias e aos ultrajes da sorte, é para triunfar de todos ps atrativos do mundo. 1.º Ponto. — Só Deus é grande em tudo: Nostra suscipiendo provehit et sua communicando non perdit. O homem pelo seu orgulho quis fazer-se Deus, e para combater esse orgulho quis Deus fazer-se homem. Não é a independência de Deus que devemos imitar, senão a Sua bondade e as Suas humilhações. Sejamos deuses com Jesus Cristo e tomemos sentimentos inteiramente divinos. 2.º Ponto. — Visto que o Salvador era Deus, devia fazer milagres; e visto que era homem, não devia vexar-se de mostrar imperfeição: Ut solita sublimaret in solitis, et insolita solitis temperaret. Nós não temos um pontífice que seja insensível aos nossos males. «Porque ele passou, como nós, por todas as espécies de provação, à excepção do pecado». 3.º Ponto — Deus vem à terra para confundir com a Sua pobreza o fausto ridículo dos filhos de Adão, e desenganá-los dos vãos prazeres que os encantam. Diz-lhes: Confidite ego vici mundum. Peroração. — Não imitemos os judeus, reconheçamos o nosso verdadeiro Salvador: Si ignobilis, si inglorius, si inhonorabilis meus, erit Christus. O presépio de Jesus Cristo tornou ridículas todas as nossas vaidades. Aspiremos às riquezas inestimáveis que a gloriosa pobreza do Salvador nos preparou para a felicidade eterna.

Natus est nobis hodie Salvator mundi, et hoc vobis signum: Invenietis infantem pannis involutum, positum in praesepio. O Salvador do mundo nasceu hoje para nós, e haveis de reconhecê-lO por este sinal: Achareis um menino envolto em faixas e deitado numa manjedoura.(Lc 2, 11-12).

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A Presença Real de minha Mãe!

Meditação para o Dia 10 de Novembro

"Nada mais triste – escreveu Frederico Ozanan – nada mais desolador do que o vácuo aberto pela morte em redor de nós. Conheci esse tormento depois da morte de minha mãe, porém, durou pouco. Não tardaram a vir outros momentos, em que cheguei a compreender que não estava só e que algo, de uma suavidade infinita, passou-se dentro de mim. Era uma confiança que não me havia abandonado. Era uma presença benfazeja, embora invisível. Era como se uma alma estremecida me acariciasse, de passagem, com a ponta de suas asas. E, assim como outrora, eu reconhecia agora os passos, a voz, a respiração de minha mãe.

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Necessidade da Penitência

3º Domingo do Advento - I. Necessidade da Penitência

I. Sermão para o 3º Domingo do Advento

Pregado na capela real de Saint-Germain-en-Laye, em 1669.

SUMÁRIO ESCRITO POR BOSSUET

Os pecadores adormecem, porque imaginam estar muito longínquo o seu infortúnio, mas Jesus Cristo prova que está disposto a ferir dois golpes: um tira a vida, o outro a esperança. O pecado sai da vontade humana contra a vontade divina. Duplamente contrário: a Deus, porque é ofensivo, ao homem, porque é prejudicial. Porque é prejudicial? Inimigos impotentes provam a sua inimizade: Deo resistendi voluntate, non potestate Iaedendi (S. Agost., De Civit Dei, liv. XII, cap. III). O pecado não caiu em Deus, a quem ataca; deixa todo o seu veneno em quem o comete. Comparação com a terra e as nuvens: Arcus eorum confringatur (Sl 36, 15). A empresa contra Deus é inútil. Gladius eorum intret in corda ipsorum (Ibid.); ele próprio se manifesta... O pecado é o próprio indivíduo: Ne putemus illam tranquillitatem et ineffabile lumen Dei de se proferre unde peccata punientur (S. Agost., Enar. in Psal., V. I, n. 16). Provas pela Escritura (Ez 7). A separação, a pena do sentimento. A primeira, pelo pecado; a segunda, perducam ignem de medio tui qui comedat te (Ez 28, 18). Os pecadores insensatos na sua certeza, tendo neles o principiam desse fogo. Contrariedade entre a lei e o pecador. Moisés e as Tábuas. Acerca da lei de justiça: Quod faceris patieris. Vós destruís a lei; a lei aufert eam de hominum vita (S. Agost., Epist., C. II, n. 24); a justiça divina sempre armada contra o pecador. Jam enim securis.

Jam enim securis ad radicem arborum posita est: omnis ego arbor non faciens fructum bonum, excidetur et in ignem mittetur. O machado já chegou à raiz da árvore; portanto, toda a árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo (Lc 3, 9).

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A Verdadeira Conversão

4º Domingo do Advento - I. A Verdadeira Conversão

I. Sermão para o 4º Domingo do Advento

Pregado em 22 de dezembro de 1669.

SUMÁRIO

Exordio. — Assim como sucedeu aos judeus, informados por São João Batista cerca do verdadeiro Messias, assim sucede que a paixão não nos deixa conhecer a verdade quando ela nos confunde. Proposição e divisão. — Tal como São João Batista, assim é o pregador: Vox clamantis in deserto: parate viam Domini. Resta compreendermos: 1.° O que é o deserto onde ela clama; 2.° Que preparação nos exige; 3.° Que equidade nos prescreve. 1.º Ponto. — O deserto em que deve achar-se o pecador que se quis converter é o retiro do mundo, ao menos pelo espírito, e um positivo regresso à própria individualidade, visto que o mundo nos conduz ao mal: Ipsumque aerem... scelestis vocibus constupratum. Foi para chorar os nossos pecados que Deus nos concedeu a faculdade do arrependimento e o dom das lágrimas. 2.º Ponto. — É preciso sofrermos provações, porque a conversão é coisa difícil, o bem custa mais do que o mal e certas afeções viciosas nas quais se envelheceu, não desaparecem com um único esforço. 3.º Ponto. —A pureza de coração que Deus exige ao pecador é a caridade: Diligere incipiunt... ac propter a moventur adversus peccata per odium aliquod ac detestationem. O temor não faz desaparecer o mal, porque é o efeito do amor. Peroração. — Despertemos nos nossos corações um princípio de amor, e cultivemo-lo, a fim de que ele estenda os seus ramos para toda a parte, e receemos a tentação.

Ego vox clamantis in deserto. Eu sou a voz daquele que clama no deserto (Jo 1, 23)

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O Pai dos que não têm Pai

Meditação para o Dia 09 de Novembro

A morte veio arrebatar alguém que era tudo nos teus dias: teu pai, e pai carinhoso e terno. Olha para o Céu e lembra-te de que Nosso Senhor nos manda chamar a Deus de pai: Pater Noster - “Nosso Pai”. Vem de Deus toda paternidade e, como diz o Apóstolo, ninguém é tão pai como Ele: Tam nemo Pater! É o Senhor Pai de Misericórdias e Deus de todas as consolações! Na tua aflição, recorre a Ele.

“Os homens – diz Jó – são consoladores importunos. Quanto consola a só ideia de que Deus não me abandona, de que Ele é meu Pai, e o mais carinhoso dos pais!”

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Divindade da Religião

2º Domingo do Advento - II. A Divindade da Religião

II. Sermão para o 2º Domingo do Advento

Nota: Ms. t. XI, p. 164. - Déforis, IV, 200. - Lachat, VIII, 177. — Este magnífico sermão deve ser estudado de muito perto sob todos os pontos de vista; haveria grande proveito em o comparar com os Pensamentos de Pascal; é, por assim dizer, o resumo eloquentíssimo dessa Apologia do cristianismo. O discurso da Divindade da Religião seria talvez, se o discurso da Unidade da Igreja não existisse, a obra prima de Bossuet, como autor de Sermões

Pregado no Louvre no dia 6 de dezembro de 1665.

SUMÁRIO

Exordio. — O Salvador passou, fazendo bem e curando todas as enfermidades. Os milagres eram os sinais sagrados dos prodígios sobrenaturais que a sua religião devia realizar. Proposição e divisão. — Jesus Cristo quis na fé «que as verdades fossem sublimes; na regra dos costumes que o caminho fosse estreito; na remissão dos pecados que o meio fosse fácil». 1.º Ponto.«A doutrina do Salvador estabeleceu-se no mundo e mantem-se nele como uma rainha no seu império; ora a sublimidade das verdades cristãs» leva-nos a sublevar-nos «contra a autoridade de Jesus Cristo». 2.º Ponto. — A moral do Salvador disciplinou maravilhosamente o indivíduo, a família, as amizades e a sociedade; ora, a exatidão da regra cristã leva-nos a queixar-nos do rigor da Igreja. 3.º Ponto. — As portas da penitência estão sempre abertas, o que nos arrasta a abusar da paciência da Igreja. Peroração. — Nós devemos viver de tal maneira que as instituições da clemência divina não venham a ser para nós uma causa de condenação.

Caeci vident, claudi ambulant, leprosi mundantur, etc., e quase em seguida: Beatus qui non fuerit scandalizatus in me! Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar! (Mt 11, 5 e 6).

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Não desesperar da Salvação dos Suicidas

Meditação para o Dia 08 de Novembro

Suicidou-se! Está perdido e condenado para sempre Oh! Não digamos assim do infeliz que, num ato de desespero, deu cabo da existência. Verdade é que a Igreja condena o suicídio como um crime hediondo. Ela quer ensinar-nos o respeito à vida que não nos pertence, e a resignação à vontade de Deus, sem jamais ter dito ou ensinado que o suicida esteja condenado e perdido para sempre. Quem pode saber o que, em tão violento transe, passa-se entre Deus e a pobre alma?

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Jesus Cristo, objeto de Escândalo

2º Domingo do Advento - I. Jesus Cristo, objeto de Escândalo

I. Sermão para o 2º Domingo do Advento

SUMÁRIO ESCRITO PELA MÃO DE BOSSUET

O seu coração escutava a voz da miséria e solicitava o seu braço. A alma, afastando-se de Deus, desvigoriza o corpo. Pecado maior que o castigo. Pobres evangelizados. De como ele veio a ser objeto de escândalo: Scandalizantur in me? Razão porque não consideramos a obra de Deus como scandalum: é porque imaginamos que Deus tudo destrói quando reedifica, contra o empreendedor. É preciso crer antes de ver. Devemos submeter o entendimento assim como a vontade. Crer no que é incrível e fazer o que é difícil. É preciso reconhecer o perdão, porque a natureza tende a pecar. Jesus Cristo, escândalo para todos e até para os cristãos.

Caeci videnl, claudi ambulant, leprosi mundantur, surdi audiunt, mortui resurgunt, pauperes evangelizantur, et beatus esi qui non fuerit scandatizatus in me. Os cegos recebem vista, os surdos ouvem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar (Mt 11 5, 6)

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