Meditação para o Dia 08 de Julho
O mais triste dos exílios é o do coração. Faz sofrer mesmo dentro da família e da pátria. Sofrimento do amor, é inevitável, pois, no dizer do fino psicólogo da Imitação, “não se vive sem amar e não se ama sem sofrer”. As almas nobres sentem no coração um abismo, que nada pode encher. Nem o prazer dos sentidos, nem as honras, nem as glórias, nem o amor da terra. Daí a melancolia dos grandes corações, prova evidente de que esta vida é um exílio, no qual quem mais sofre é o coração. Bendita seja a Misericórdia Divina por nos trazer o coração sempre inquieto e insatisfeito até que repouse plenamente em Deus. Esse exílio do coração foi o tormento de Santo Agostinho:
Inquietum est cor nostrum donec requiescat in Te, Domine – “Nosso coração está sempre inquieto, Senhor, enquanto não descansa em Vós”
Jesus é a pátria do nosso coração. Só Nele se encontram repouso, alegria e paz. E fora de Jesus, fora do Seu amor, não há sossego, viveremos inquietos, agitados e tristes como o peregrino cansado, saudoso e faminto, em viagem penosa, à procura da pátria. Quando o coração experimenta as tristezas do exílio, do abandono das criaturas, da incompreensão dos amigos, da ingratidão do amor, volte-se depressa para Jesus, verdadeira pátria dos corações.
Para o exílio do meu coração, ó Jesus, só a pátria de Vosso Coração!
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(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 207)