Quando Maria Antonieta seguiu o caminho do Patíbulo, disse, com muita fé e resignação:
“Vou receber um grande sacramento”
Ela tinha razão. O sofrimento é, na verdade, um sacramento, que um santo acrescentava aos sete da Igreja. O oitavo Sacramento de amor e de misericórdia! Quantas graças não nos traz do Céu! O que perdeu a graça a encontra, muitas vezes, na dor. Quantos santos, em gozo da glória, estariam talvez hoje no Inferno, se não tivessem sofrido, se a Divina Providência não os houvesse ferido com a adversidade!
É conhecido o que se diz de Mitridates, rei do Ponto, na Ásia, o qual inventou um alimento preservativo de todo veneno. Nutrindo-se dele, este rei tornou o seu temperamento tão robusto que, estando a ponto de ser preso pelos romanos e querendo evitar o cativeiro, por mais que fizesse, não conseguiu envenenar-se. Não foi isso mesmo que fez nosso divino Salvador dum modo verdadeiro e real, no augustíssimo Sacramento do altar, onde ele nos dá o Seu corpo e sangue, como um alimento, que confere a imortalidade?
Nos ergo diligamus Deum, quoniam Deus prior dilexit nos - “Amemos portanto a Deus, porque Deus nos amou primeiro” (1 Jo 4, 19)
Sumário. São inúmeras as provas de amor que o Senhor nos deu. Amou-nos desde a eternidade, tirou-nos do nada com preferência a tantos outros, e, o que mais é, fez-nos nascer num país católico e no seio da Igreja verdadeira. Quantos milhões de homens vivem privados dos sacramentos, da pregação, dos bons exemplos e de tantos outros meios de salvação! A nós Deus quis dar todos estes meios de perfeição, sem mérito algum da nossa parte; prevendo mesmo todos os nossos deméritos. Porque então correspondemos tão mal ao amor de Deus? Porque não o amamos de todo o coração?
Por Dom Henrique Soares da CostaPara pensar, inspirado nos Santos Padres da Igreja (São Leão Magno, Santo Ambrósio, São Cirilo de Jerusalém, etc)
O que era visível no nosso Redentor?
- Seus gestos, milagres, Seus atos salvíficos - passou agora para os Santos Mistérios, isto é, os Santos Sacramentos da Igreja, de modo particularíssimo no santo Sacrifício Eucarístico. Nos gestos litúrgicos, nos sagrados ritos, a ação salvífica de Cristo Jesus continua fazendo-se presente no aqui e no hoje de nossa vida e da vida do mundo.
Muitos sustentam esta tese: "Aceito a Jesus Cristo, mas não a Igreja Católica" ou este simples jargão que tornou-se muito comum "Só Jesus Cristo salva!". Tornando, portanto, a Igreja em algo secundário, descartável e não necessário. E a partir deste tipo de pensamento, podemos nos indagar ainda:
É preciso frequentar a Igreja para se salvar?
Qual a relação entre Jesus Cristo e a Igreja?
É possível alguém se salvar sem a Igreja?
É possível alguém se salvar sem nunca ter ouvido falar em Jesus Cristo?
E alguém, que conhecendo a Jesus Cristo e a Igreja instituída por Ele, pode conseguir a Salvação?
A Salvação fora da Igreja Católica Apostólica Romana é possível?
Examinemos a Palavra de Deus para buscar as respostas destas questões, tendo sempre como pano de fundo a relação entre Jesus Cristo e Sua Igreja.
O Evangelho não fala de sete sacramentos, mas vai enumerando todos os sete, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo:
O Sacramento do Batismo
Sua instituição e preceito estão positivamente marcados nos seguintes textos: "Em verdade vos digo, disse Jesus a Nicodemos, quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3, 5). "Ide, ensinai todas as gentes, disse Jesus a seus discípulos, batizando-as, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). "O que crer e for batizado, será salvo", (Mc 16, 61). "Recebe o batismo e lava os teus pecados", disse Ananias a Saulo (At 22, 16). Os Apóstolos administravam o batismo a todos os que desejavam alistar-se na religião nova. Três mil pessoas receberam o batismo das mãos de S. Pedro, no dia de pentecostes (At 2, 38-41).
Um embaixador da França na Inglaterra caíra gravemente doente em Londres. Um após o outro, vinham os amigos visita-lo e consolá-lo. Um dos seus amigos anglicanos fez-lhe esta curiosa pergunta:
“Você não tem medo de morrer aqui? Se o enterrarem aqui, metê-lo-ão num túmulo no meio dos hereges...”.
Mas o doente deu esta resposta magnifica:
“Absolutamente não tenho medo. Pedirei que cavem meu túmulo um metro mais abaixo: estarei então no meio dos católicos...”
Na verdade, uma resposta bem justa. Hoje em dia – ai! – há 300 seitas cristãs pelo mundo, e cada qual reivindica a Cristo; mas, se cavarmos apenas um pouco mais fundo na História, encontraremos por toda parte a Igreja Católica. Se cavarmos 500 anos para trás, acharemos que não havia então 300 espécies de cristãos, mas apenas duas: quem era cristão, era ou católico-romano, ou grego-oriental. Se recuarmos 1.000 anos, então não encontramos mais que um só cristianismo: a Igreja Católica Romana. Não há outra religião cristã que remonte a além de 1.000 anos, e, além de 1.900 anos, até os apóstolos, até Nosso Senhor Jesus Cristo. Hoje em dia, há na terra cerca de 300.000 sacerdotes católicos, mas cada um deles recebeu seus poderes, sua dignidade sacerdotal, do seu bispo, que por usa vez os recebeu dos seus predecessores, e, assim por diante, até os apóstolos. Atualmente é 262º papa que reina na terra, mas os seus poderes remontam, por uma cadeia ininterrupta, até o primeiro papa, São Pedro.