Evangelho de Nosso Senhora Jesus Cristo segundo São Lucas 15, 1-10
1Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. 2Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» 3Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: 4«Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? 5Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros 6e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’ 7Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.» 8«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? 9E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’ 10Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»
Meditação para a Terça-feira da Primeira Semana da Quaresma
SUMARIO
Como a fragilidade humana está tão exposta a sucumbir às tentações que a acometem, meditaremos no Sacramento da Penitência, que Nosso Senhor instituiu para nos perdoar os nossos pecados, e veremos: 1.° A excelência deste sacramento; 2.° A importância de bem o receber. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De agradecermos muitas vezes a Nosso Senhor, com piedosas aspirações, esta adorável instituição; 2.° De nos prepararmos melhor para as nossas confissões. Conservaremos como ramalhete espiritual as mesmas palavras da instituição do Sacramento da Penitência:
"Aos que vós perdoardes os pecados, ser-lhes-ão eles perdoados, e aos que vós os retiverdes, ser-lhes-ão eles retidos" - Quorum remiseritis peccata, remittuntur eis; et quorum retinueritis, retenta sunt (Jo 20, 23)
Filius meus mortuus erat, et revixit, perierat, et inventus est - "Meu filho era morto, e reviveu; tinha- se perdido e achou-se" (Lc 15, 24)
Nesta parábola nos pôs Jesus diante dos olhos, de um lado o quadro dos nossos desvarios, do outro a viva imagem da ternura com que recebe o pecador arrependido, que vem lançar-se em seus braços. Meditemo-la, pois, atentamente; dela tiraremos nós numerosos motivos para mais e mais amarmos o nosso divino Mestre.
“Um homem teve dois filhos; e disse o mais moço deles a seu pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me toca. E ele repartiu entre ambos a fazenda”
Estranho modo de proceder este! E no entanto assim é que eu fiz, há já tantos anos. Apenas a razão me começava a distinguir o bem do mal, já eu dizia ao meu Deus: Senhor, dai-me sem demora a saúde, a ciência, as riquezas e a beleza, que eu tudo isto quero, não para vossa gloria, mas para ofender-vos, não para minha salvação, mas para minha ruína. Ó meu Deus, envergonhado o confesso, esta é a linguagem que usei, pelas minhas palavras talvez não, mas por minhas ações. Dignai-vos perdoar a minha loucura.
In hoc apparuit caritas Dei in nobis quoniam Filium suum unigenitum misit Deus in mundum, ut vivamos per eum - "Nisto é que se manifestou a caridade de Deus para conosco, em que Deus enviou a seu Filho unigênito ao mundo, para que nós vivamos por ele" (1 Jo 4, 9)
Mortos estavam pelo pecado todos os homens, e neste estado de morte permaneceriam, se não houvera o Pai Eterno enviado a seu Filho único, que pelo derramamento de seu sangue os chamasse à vida. Ó prodígio! Um Deus morrer pelo homem! Um Deus!!! E que é o homem? O seráfico São Boaventura, ao meditar neste mistério de amor bradava:
"Ó bom Jesus! Que fizeste? Para que me amastes tanto? Para que, Senhor, para que, Jesus meu? Que achastes vós em mim que tanto amor vos inspirou? Porque quisestes morrer por mim? Quem sou eu para comprardes a minha alma por preço tão elevado?"
Adducunt ei surdum et mutum, et deprecabantur eum, ut imponat illi manum - “Trazem-lhe um surdo-mudo, e lhe rogaram que pusesse a mão sobre ele” (Mc 7, 32)
Sumário. Os espiritualmente mudos não são somente aqueles cristãos que calam os pecados na confissão, mas também os que não se recomendam a Deus, não descobrem todo o seu interior ao Diretor, deixam de corrigir seus súditos, ou descuidam de comunicar ao Superior as desordens ocultas da comunidade. Examinemos a nossa consciência e, se descobrirmos em nós alguma destas mudezes, roguemos ao Senhor queira renovar em nosso espírito o milagre feito a favor do mudo do Evangelho.
Congratulamini mibi, quia inveni ovem meam, quae perierat - “Congratulai-vos comigo, porque achei a ovelha que se tinha perdido” (Lc 15, 6)
Sumário. No Evangelho de hoje, Jesus Cristo representa-nos a sua misericórdia para com os pecadores. Com efeito, nós éramos como que ovelhas desgarradas: cada um ia errando por seu caminho. O divino Pastor, porém, solicito por nós, desceu do céu à terra, para nos reconduzir ao aprisco. Oh! que festa houve então no paraíso! Mas a festa se torna em luto, cada vez que pecamos ou caímos novamente do fervor na tibieza. Como, pois, teremos a triste coragem de fazê-lo?
Quarta-feira 06 de Abril de 2016 Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Depois de ter refletido sobre a misericórdia de Deus no Antigo Testamento, hoje começamos a meditar sobre como o próprio Jesus a levou a seu cumprimento. Uma misericórdia que Ele expressou, realizou e comunicou sempre, em todo momento da sua vida terrena. Encontrando as multidões, anunciando o Evangelho, curando os doentes, aproximando-se dos últimos, perdoando os pecadores, Jesus torna visível um amor aberto a todos: ninguém excluído! Aberto a todos sem limites. Um amor puro, gratuito, absoluto. Um amor que alcança o seu ápice no sacrifício da cruz. Sim, o Evangelho é realmente o “Evangelho da Misericórdia”, porque Jesus é a Misericórdia!
Misereor super turbam - “Tenho pena deste povo” (Mc 8, 2)
Sumário. O nosso amantíssimo Redentor, movido de compaixão para com os pecadores, baixou do céu para salvá-los da morte eterna, à custa do seu sangue. Jesus Cristo declarou que Ele era aquele bom Pastor que tinha vindo à terra para dar vida a suas ovelhas. Que maior sinal de amor podia dar aos homens o Filho de Deus? Voltemo-nos com confiança para Jesus Cristo, se porventura o temos abandonado.