Hoje em dia faz-se a miúdo um emprego abusivo do termo “ciência”. Tanto na positiva técnica como na teórica filosofia existe, a par de uma ciência construtiva e fecunda, outra que é destrutiva e malsã. Por exemplo, o gigantesco trabalho técnico, durante a Primeira Conflagração Mundial, foi preferentemente destrutivo, armas da guerra, gases devastadores, projéteis explosivos. Também no combate sempre aceso do mundo espiritual, o inimigo lança mão de gases deletérios, ardilosas minas e bombas explosivas. Destruir é fácil. Muito mais fácil do que construir. Alcebíades sozinho destruiu mais em Atenas, do que uma série de geniais governantes puderam edificar durante séculos, desde Solon até Milcíades, de Temístocles a Péricles. Alguns decênios de invasões bárbaras foram suficientes para aniquilar as grandiosas obras de mil anos de cristianismo. Por que demolir é mais fácil do que edificar? Porque para construir são necessárias grandes qualidades espirituais e morais, planos, perseverança, domínio de si mesmo, valorização de ideais. Destruir, porém, qualquer malfeitor ou imbecil o pode fazer.