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Tag: paixão do senhor

“Meu Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito”

Capítulo 31: "Meu Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito"

Explica-se literalmente a sétima palavra

Chegamos à última palavra de Cristo, que Ele, a morrer na cruz, proferiu, bradando: Meu Pai, etc. Explicaremos por sua ordem cada uma das expressões. Meu Pai, disse Ele; e com razão assim Lhe chama, porque foi seu Filho obediente até à morte, e por isto digníssimo de ser atendido. Nas tuas mãos. Na linguagem da Escritura chamam-se mãos de Deus a inteligência e a vontade, ou a sabedoria e, o poder, ou, o que vem a dar no mesmo o entendimento que tudo sabe, e a vontade, que tudo pode, pois com estas duas como mãos faz Deus tudo, nem precisa de instrumentos, porque, como diz São Leão (1), à vontade em Deus é potência, e por isso o querer em Deus é ação. Fez tudo quanto quis no Céu e na Terra (Sl 134). Entrego, como, ponho em depósito, para me ser lealmente restituído a seu tempo.

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Do primeiro fruto da terceira palavra

Capítulo IX. Do primeiro fruto da terceira palavra Desta terceira palavra muitos frutos pode colher, quem atentamente a ponderar. O primeiro será o conhecimento do infinito desejo, que Cristo teve de padecer, para nos salvar, a fim de que a redenção fosse pleníssima e copiosíssima. Enquanto os outros homens providenciam, que na sua morte, e principalmente na morte violenta, desonrosa e infamante, lhes não assistam os seus parentes, para que não tenham de sentir dobrado sofrimento e tristeza, por eles estarem presentes; Cristo, não satisfeito com o próprio sofrimento atrocíssimo, cheio de dores e de desonra, quis além disso que Sua mesma Mãe, e Seu amado discípulo assistissem, e em pé permanecessem junto da Cruz, para que a dor da compaixão de pessoas que Lhe eram caras Lhe duplicasse o Seu sofrimento.

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“Eis aí a tua mãe, eis aí o teu filho”

Capítulo VIII. "Eis aí a tua mãe, eis aí o teu filho" Explica-se literalmente a terceira palavra de Cristo na Cruz

A última sentença das três, que particularmente dizem respeito à caridade do próximo, foi aquela:

"Eis aí a tua mãe, eis aí o teu filho"

Antes, porém de tratarmos dela, temos de explicar as palavras do Evangelista, que as precedem. Diz São João (Jo 19):

"Estava junto da cruz de Jesus sua Mãe, Maria mulher de Cléofas, e Maria Madalena: e vendo Jesus sua mãe, que estava em pé, e o seu discípulo predileto, diz para sua Mãe: Eis aí o teu filho, e depois diz para o discípulo: Eis aí tua Mãe; — e desde aquela hora o discípulo a tomou naquela conta"

Das três mulheres, que em grupo estavam junto da cruz do Senhor, duas são conhecidíssimas, Maria, sua Mãe, e Maria Madalena. A respeito de quem fosse Maria, mulher de Cléofas, não há certeza: geralmente, porém se diz que era irmã germana da Bem-aventurada Virgem, Mãe de Deus, filha de Ana, sua Mãe, que, dizem, também tivera uma terceira filha, chamada Maria Salomé, porém esta opinião não se pode admitir de modo nenhum, porque nem é crível, que três irmãs tivessem o mesmo nome, e tem fundamento o juízo de eruditos e pios, que dizem, que Santa Ana nenhuma filha mais tivera além da Virgem Maria, nem nos Evangelhos se faz menção de alguma Maria Salomé.

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Quarto Mistério Doloroso: Jesus com a Cruz aos Ombros

Meditação para 24 de Outubro: Quarto Mistério Doloroso: Jesus com a Cruz aos Ombros Evangelho de São Mateus 27, 32-33; São Marcos 15, 21-22; São Lucas 23, 26-32; São João 19, 17
Carregando a sua cruz encaminhou-se Jesus para o lugar chamado Calvário, em Hebreu, Gólgota. Ao sair da cidade encontraram eles um homem de Cirene que por ali passava de volta do seu campo, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo e o constrangeram a carregar a cruz atrás de Jesus. Acompanhava-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que, batendo nos peitos o lamentavam. Mas Jesus, voltando-se para elas disse: “Não choreis por mim, mas chorai por vós e por vossos filhos, porque tempo virá em que se há de dizer: felizes as estéreis, as entranhas que não geraram e os seios que não amamentaram. Então começarão a dizer às montanhas: — caí sobre nós; e aos outeiros: ocultai-nos. Porque se o lenho verde é assim tratado que há de ser do seco?” Conduziram também com Ele dois outros malfeitores para serem mortos.
Esmagado sob o peso da cruz, Nosso Divino Redentor atravessa as ruas de Jerusalém entre as multidões que o insultam, e seguido de assassinos e ladrões arrancados à prisão para o suplício e a morte. Quanta humilhação e vergonha! Nas estações da Via-Sacra, três vezes contemplamos Nosso Senhor caído por terra. Tão esmagador era o peso da cruz e tanto sangue lhe corria das chagas abertas! Temeram que expirasse, antes da morte ignominiosa do Calvário, e obrigaram o Cireneu a ajudá-lo a carregar a Cruz. E nesta via dolorosa, nesta hora de opróbrios e amarguras, surge entre a multidão uma mulher — Maria Santíssima. Vai ao encontro de seu Filho amado e o abraça, e segue com Ele até o Calvário! Ao contemplarmos este mistério do Rosário lembremos a cena do encontro de Maria com seu Divino Filho, unamo-nos às dores de Nossa Mãe Santíssima e recitaremos melhor nosso Rosário! As quedas de Jesus nos consolam e servem de tremenda lição. Uma lição de sangue e de dores. Mostram-nos como somos fracos, e como tantas vezes, recaímos no pecado, voltamos às mesmas vergonhosas misérias que nos humilham.

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Segundo Mistério Doloroso: A Flagelação

Meditação para 22 de Outubro: Segundo Mistério Doloroso: A Flagelação A Flagelação de Jesus

Diz simplesmente o Evangelho:

"Pilatos, pois, tomou então a Jesus e O mandou flagelar" (São João 19,1 — São Mateus 27 — São Marcos 15).

A flagelação era um horrível tormento e, de todos, o mais humilhante, depois da crucifixão, suplício de escravos. Embora o Evangelho seja lacônico em tratar da flagelação de Jesus, podemos afirmar com certeza ter sido um suplício dos mais horrorosos da Paixão. A lei dos judeus ordenava não passasse de quarenta golpes. Para Nosso Senhor, entretanto, não havia mais lei, nem medida, nem número. Fora entregue à ira dos carrascos. Batem furiosamente sobre o corpo santíssimo do Redentor e O ferem da cabeça aos pés. Rasgam-Lhe as carnes e o sangue corre até o chão. Golpes sobre golpes e sobre as feridas já abertas. Jesus é uma chaga viva. Ninguém o reconhece. É a figura de um leproso de chagas abertas: Vidimus eum quasi leprosum, dizia o profeta.

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Primeiro Mistério Doloroso: Agonia de Jesus

Meditação para 21 de Outubro: Primeiro Mistério Doloroso: Agonia de Jesus

A Agonia de Jesus no Horto

Evangelho de São Mateus: 26, 30-46; São Marcos: 14, 26-42; São Lucas: 22, 39-46; São João: 18, 1
Depois destas palavras, tendo recitado o hino de ação de graças, saiu Jesus com os discípulos para além da torrente de Cedron. Dirigindo-se para o monte das oliveiras, segundo costumava, chegaram a um lugar chamado Getsêmani, onde havia um jardim onde entrou com seus discípulos. Chegando a esse lugar disse-lhes Jesus: “Sentai-vos aqui enquanto eu vou ali fazer oração. Orai também para que não entreis em tentação”. Depois, tomando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, começou a sentir pavor e angustia, e caiu em tristeza e abatimento. — Minha alma está triste até a morte, lhes disse Ele, Ficai aqui e velai comigo. Adiantando-se um pouco afastou-se deles à distancia de um tiro de pedra, prostrando-se com a face no chão, e começou a orar para que se fosse possível, se afastasse dele aquela hora. Meu Pai, meu Pai, dizia Ele, se é possível, afaste-se de mim este cálice; todavia faça-se a vossa vontade e não a minha. Voltando aos discípulos, encontrou-os dormindo, acabrunhados pela tristeza, e disse a Pedro: “Simão, tu dormes? Assim não pudeste vigiar uma hora comigo? Vigiai e orai para não entrardes em tentação, porque o espírito está sempre pronto mas a carne é fraca” Afastou-se de novo e orou pela segunda vez, dizendo: “Meu Pai, se não pode passar este cálice, sem que eu beba, faça-se a vossa vontade” Voltou ainda e encontrou-os outra vez dormindo, porque tinham os olhos pesados; e não sabiam o que lhes responder. Tendo-os deixado foi de novo, e orou pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. E tendo caído em agonia, multiplicava as orações. Sobreveio-lhe, então, um suor como de gotas de sangue que corriam até o chão. Mas apareceu um Anjo do céu e o confortou. Levantando então da oração, pela terceira vez voltou aos seus discípulos e lhes disse: “Dorme agora e descansai. Eis que chegou a hora e o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos e vamos: — Está próximo aquele que me há de entregar”.

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Na Missa, Jesus renova a Sua Paixão

Na Missa, Jesus renova a Sua Paixão

Capítulo IV

Dentre os mistérios de Jesus, nenhum há de mais útil recordação e mais digno de respeito, que a dolorosa Paixão pela qual nos resgatou. Os Santos Padres não se cansam de a comemorar e prometem, da parte de Deus, grande recompensa aos que Lhe prestam homenagem. Ora, se bem que os meios de prestar homenagem à Paixão sejam numerosos, pensamos que nenhum é sequer comparável à devota audição da Santa Missa, pois aqui a mesma Paixão se renova sobre o altar. É certo que não nos é dado ver por nossos próprios olhos a reprodução dos sofrimentos de Cristo; mas na Missa, tudo nos lembra estes sofrimentos, tudo os simboliza. O sinal da cruz, o mais expressivo dos símbolos, em tudo se nos depara. Encontra-se cinco vezes gravado sobre a sagrada pedra, encontra-se em cima do altar, está desenhado no missal na página que precede o Canon, bordada no amicto, no manipulo, na estola, na casula, cinzelado na patena. O padre faz dezesseis vezes o sinal da cruz sobre si próprio e trinta e nove vezes sobre a oferta. Significativa rememoração!

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Maria sofreu para nos salvar

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Meditação para o dia 20 de Maio. Maria sofreu para nos salvar

Meditação para o dia 21 de Maio

Maria assistiu à agonia do seu Filho na cruz

Aqui temos a contemplar uma nova espécie de martírio. Trata-se de uma mãe condenada a ver morrer diante de seus olhos, no meio de bárbaros tormentos, um Filho inocente e diretíssimo.

“Estava em pé junto à cruz de Jesus sua Mãe” (Jo 19, 25)

É desnecessário dizer outra coisa do martírio de Maria, quer com isso declarar São João: contemplai-a junto da cruz, ao lado de seu Filho moribundo e vede se há dor semelhante à sua dor. Demorar-nos-emos a considerar essa quinta espada de dor que transpassou o coração de Maria: a morte de Jesus. Quando nosso extenuado Redentor chegou ao altar do Calvário, despojaram os algozes de Suas vestes, transpassaram-Lhe as mãos e os pés com cravos, não agudos, mas obtusos (segundo a observação de um autor), para maior aumento de Suas dores, e pregaram-no à cruz. Tendo-O crucificado, elevaram e fixaram a cruz e O abandonaram à morte. Abandonaram-nO os algozes, mas não O abandonou Maria. Antes ficou mais porte da cruz para Lhe assistir à morte, como ela mesma revelou a Santa Brígida.

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Sepultura do Salvador e Sua descida ao Limbo

Meditação para o Sábado Santo. Sepultura do Salvador e Sua descida ao Limbo

Meditação para o Sábado Santo

SUMARIO

Meditaremos nos dois grandes mistérios do dia, que professamos no símbolo dos Apóstolos: a sepultura do adorável corpo de Nosso Senhor e a descida de Sua santíssima alma ao limbo (1). Colheremos os ensinos que nos dá este dúplice mistério, e tomaremos a resolução: 1.° De nos prepararmos hoje com um especial fervor para a comunhão; 2.° De nos exercitarmos no espírito de humildade e de abnegação, que nos prega a sepultura de Nosso Senhor. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:

"Estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus" - Mortui estis, et vita vestra abscondita est cum Christo in Deo (Cl 3, 3)

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Amor e Conversão

Meditação para a Sexta-feira Santa. Amor e Conversão

Meditação para a Sexta-feira Santa

SUMARIO

Destinaremos a nossa meditação a considerar a Sexta-feira Santa: 1.° Como um dia de amor; 2.° Como um dia de conversão. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De passarmos este santo dia no recolhimento de espírito e em frequentes aspirações de amor para com Jesus Cristo crucificado; 2.° De honrarmos a cruz com algumas pequenas mortificações, juntando-lhes o sacrifício que nos custar mais. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:

"O amor de Jesus Cristo nos constrange, fazendo este juízo, que ele morreu por todos a fim de que também os que vivem, não vivam mais para si mesmos" - Charitas Christi urget nos... aestimantes hoc, quoniam... pro omnibus: mortuus est Christis: ut et qui vivunt, jam non sibi vivant (2Cor 5, 14-15)

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