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Tag: morte

A ruína de Jerusalém e o fim de uma alma descuidada

Cristo olhando para Jerusalém

9º Domingo depois de Pentecostes

Ut appropinquavit (Iesus) videns civitatem, flevit super illam - “Quando (Jesus) chegou perto, ao ver a cidade chorou sobre ela” (Lc 19, 41)

Sumário. Infeliz da alma que se obstina no pecado ou na tibieza. Adiando a sua conversão de dia para dia, achar-se-á na hora da morte, assim como Jerusalém, cercada de inimigos, que serão os remorsos da consciência, os assaltos dos demônios e os receios da condenação eterna. Desta sorte a sua ruína será quase certa e irreparável. Meu irmão, para que não te suceda tamanha desgraça, reconhece agora o tempo da visitação amorosa do Senhor e obedece prontamente a seu convite. Quem sabe se não é este o último?

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Remorso do condenado: Eu me condenei por um nada

Remorso

Gustans gustavi paululum mellis, et ecce morior - “Tomei um pouco de mel, e por isso morro” (1 Rs 14, 43)

Sumário. A consciência roerá o coração dos réprobos por muitos remorsos; mas um dos que mais o atormentarão, será a lembrança de que se perdeu por um nada. Oh! que rugidos soltará o condenado, pensando que por algumas satisfações momentâneas e envenenadas, renunciou a um reino de eterna felicidade, e está condenado a arder para sempre naqueles abismos!… Meu irmão, reflete bem que também hás de sentir um dia o mesmo desespero, se não te aproveitares agora da divina misericórdia, e lembra-te mais uma vez de que para te assegurar a eternidade nenhuma providência é demasiada.

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Misericórdia de Deus em chamar o pecador à penitência

Jesus Misericordioso e o Pecador

Laboravi clamans; raucae factae sunt fauces meae - “Cansei-me chamando; enrouqueceram-se as minhas fauces” (Sl 68, 4)

Sumário. Depois da queda de Adão, quão pasmados não deviam ficar os anjos ao ver que Deus o ia buscando e quase chorando o chamava! O mesmo tem Deus feito para conosco chamando-nos a si por meio de suas inspirações, dos remorsos da consciência, das práticas, das tribulações, da morte dos nossos amigos, ou de inúmeros outros modos. Parece que perdeu a voz a chamar-nos. E nós, como é que temos respondido?... Ah, meu irmão, lembramo-nos de que o Deus que agora nos chama, será um dia nosso juiz e juiz inexorável.

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Certeza da morte

Fui o que és; serás o que sou

Confira as importantes advertências de Santo Afonso para bem aproveitar esta obra!

CONSIDERAÇÃO IV

Statutum est hominibus semel mori - "Foi estabelecido aos homens morrer uma só vez" (Hb 9, 27)

PONTO I

A sentença de morte foi escrita para todo o gênero humano: É homem, deves morrer. Dizia Santo Agostinho:
"Só a morte é certa; os demais bens e males nossos são incertos"
É incerto se o recém-nascido será rico ou pobre, se terá boa ou má saúde, se morrerá moço ou velho. Tudo isto é incerto, mas é indubitavelmente certo que deve morrer. Magnatas e reis também serão ceifados pela morte, a cujo poder não há força que resista. Resiste-se ao fogo, à água, ao ferro, ao poder dos príncipes, mas não se pode resistir à morte! Conta Vicente de Beauvais que um rei da França, achando-se no termo da vida, exclamava:
"Com todo o meu poder, não posso conseguir que a morte espere mais uma hora!"
Quando chega esse momento, não podemos retardá-lo nem por um instante sequer.

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Angustias do pecador moribundo

Agonia (por Hatakeyondaime, Devian Art)
Agonia (por Hatakeyondaime, Devian Art)

Virum iniustum mala capient in interitu - “Do varão injusto se apoderarão os males na morte” (Sl 139, 12)

Sumário. Desgraçado do pecador que deixa passar o tempo das misericórdias divinas e adia a conversão até à hora da morte! Então o desgraçado se verá cercado de demônios, atormentado pelos remorsos da consciência, com o espírito escurecido e o coração endurecido. Numa palavra, visto que até então ele amou, juntamente e com o pecado, o perigo da condenação, é com justiça que o Senhor permitirá que ele pereça neste perigo, pelo peso da própria malícia. Ah, meu Jesus! Pelo amor de Maria Santíssima livrai-me de tão grande desgraça; quero a todo o custo emendar-me antes que a morte venha.

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Temos de escolher entre uma eternidade feliz e outra infeliz

Escolhas

Ante hominem vita et mors, bonum et malum; quod placuerit ei dabitur illi - “Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; o que lhe agradar, isso lhe será dado” (Ecle 15, 18)

Sumário. Deus quer certamente que todos os homens se salvem, mas não à força. Por isso Deus põe diante de nós dois caminhos a seguir, deixando a escolha a cada um. Mas, como poderá chegar ao céu quem quiser seguir o caminho do inferno? Avivemos a nossa fé; examinemos atentamente aonde nos leva o caminho trilhado até hoje, e tomemos desde já as providências para nos assegurar a salvação eterna. Deixemos, se for necessário, o mundo: São pequenas todas as cautelas, quando corre risco a eternidade.

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Importância do último momento da vida

Morte de São Francisco de Assis - Giotto
Morte de São Francisco de Assis - Giotto

Mortuo homine impio, nulla erit ultra spes, et expectatio sollicitorum peribit - “Morto o homem ímpio, não restará mais esperança alguma e a expectação dos ambiciosos perecerá” (Pv 11, 7)

Sumário. Um pagão, a quem perguntaram qual era a melhor sorte neste mundo, respondeu: Uma boa morte. Que dirá, pois, o cristão, que sabe pela fé que nesse momento começa a eterna alegria ou o eterno sofrimento? Oh! De que importância é o último momento, a última respiração, o último cair do pano sobre o teatro do mundo! Que loucura, portanto, a nossa, se, por amor aos prazeres vis e passageiros deste mundo, nos expuséssemos ao perigo de morrermos de morte desgraçada e de irmos sofrer para sempre no inferno!

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O grande segredo para viver bem

Crânio, cemitério

In omnibus operibus tuis memorare novissima tua, et in aeternum non peccabis - “Em todas as tuas obras lembra-te de teus novíssimos e nunca, jamais pecarás” (Eclo 7, 40)

Sumário. Meu irmão, se queres viver bem, procura pensar sempre na morte. Ao veres um túmulo, ao assistires às exéquias de um parente ou amigo, ao veres um cadáver sendo levado à sepultura, contempla nisso a tua própria imagem e dize: Dentro de breves anos, talvez meses ou dias, será tal a sorte de meu corpo e, estando então perdida a alma, estará perdida para sempre. Por terem pensado na morte, quantos deixaram a morte e subiram à mais alta perfeição.

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O desprezo do tempo e a hora da morte

Devemos saber como aproveitar o tempo

Vocavit adversum me tempus - “Chamou contra mim o tempo” (Lm 1, 15)

Sumário. Grande é a tristeza do viajante ao ver que errou o caminho quando já caiu a noite e não há tempo para reparar o engano. Incomparavelmente maior será, na hora da morte, a tua mágoa, meu irmão, se em via não tiveres aproveitado o tempo, ou, pior ainda, tivesses dele abusado para ofenderes ao Senhor. Como fui insensato! – dirias então chorando. – Ó vida perdida! Em tantos anos, com tão grandes graças podia santificar-me e não o fiz... De que servirão então estas lamentações, quando a cena já estiver no fim e se aproximar o grande momento de que depende a eternidade?

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Devemos morrer

Morte (por Jonathan Herbert)
Morte (por Jonathan Herbert)

Statutum est hominibus semel mori, post hoc autem iudicium - “Está decretado aos homens que morram uma vez e que depois se siga o juízo” (Hb 9, 27)

Sumário. Meu irmão, por muitos anos que tenhas a viver, sabe que para todos os homens já está escrita a sentença de morte. O que sucedeu a nossos antecessores, suceder-nos-á também. Cedo ou tarde devemos morrer, e depois da morte espera-nos um juízo inexorável e uma eternidade ou de gozos infindos no paraíso, ou de tormentos indizíveis no inferno. Que insensatez seria, pois, a nossa, se para buscarmos uma fortuna que em breve se extingue, nos descuidarmos da eternidade!

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