I. Sermão para o 3º Domingo do Advento
Pregado na capela real de Saint-Germain-en-Laye, em 1669.
SUMÁRIO ESCRITO POR BOSSUET
Os pecadores adormecem, porque imaginam estar muito longínquo o seu infortúnio, mas Jesus Cristo prova que está disposto a ferir dois golpes: um tira a vida, o outro a esperança. O pecado sai da vontade humana contra a vontade divina. Duplamente contrário: a Deus, porque é ofensivo, ao homem, porque é prejudicial. Porque é prejudicial? Inimigos impotentes provam a sua inimizade:
Deo resistendi voluntate, non potestate Iaedendi (S. Agost.,
De Civit Dei, liv. XII, cap. III). O pecado não caiu em Deus, a quem ataca; deixa todo o seu veneno em quem o comete. Comparação com a terra e as nuvens:
Arcus eorum confringatur (Sl 36, 15). A empresa contra Deus é inútil.
Gladius eorum intret in corda ipsorum (Ibid.); ele próprio se manifesta... O pecado é o próprio indivíduo:
Ne putemus illam tranquillitatem et ineffabile lumen Dei de se proferre unde peccata punientur (S. Agost., Enar. in Psal., V. I, n. 16). Provas pela Escritura (Ez 7). A separação, a pena do sentimento. A primeira, pelo pecado; a segunda,
perducam ignem de medio tui qui comedat te (Ez 28, 18). Os pecadores insensatos na sua certeza, tendo neles o principiam desse fogo. Contrariedade entre a lei e o pecador. Moisés e as Tábuas. Acerca da lei de justiça:
Quod faceris patieris. Vós destruís a lei; a lei
aufert eam de hominum vita (S. Agost., Epist., C. II, n. 24); a justiça divina sempre armada contra o pecador.
Jam enim securis.
Jam enim securis ad radicem arborum posita est: omnis ego arbor non faciens fructum bonum, excidetur et in ignem mittetur.
O machado já chegou à raiz da árvore; portanto, toda a árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo (Lc 3, 9).