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Tag: eternidade

Misericórdia de Deus em chamar o pecador à penitência

Jesus Misericordioso e o Pecador

Laboravi clamans; raucae factae sunt fauces meae - “Cansei-me chamando; enrouqueceram-se as minhas fauces” (Sl 68, 4)

Sumário. Depois da queda de Adão, quão pasmados não deviam ficar os anjos ao ver que Deus o ia buscando e quase chorando o chamava! O mesmo tem Deus feito para conosco chamando-nos a si por meio de suas inspirações, dos remorsos da consciência, das práticas, das tribulações, da morte dos nossos amigos, ou de inúmeros outros modos. Parece que perdeu a voz a chamar-nos. E nós, como é que temos respondido?... Ah, meu irmão, lembramo-nos de que o Deus que agora nos chama, será um dia nosso juiz e juiz inexorável.

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Certeza da morte

Fui o que és; serás o que sou

Confira as importantes advertências de Santo Afonso para bem aproveitar esta obra!

CONSIDERAÇÃO IV

Statutum est hominibus semel mori - "Foi estabelecido aos homens morrer uma só vez" (Hb 9, 27)

PONTO I

A sentença de morte foi escrita para todo o gênero humano: É homem, deves morrer. Dizia Santo Agostinho:
"Só a morte é certa; os demais bens e males nossos são incertos"
É incerto se o recém-nascido será rico ou pobre, se terá boa ou má saúde, se morrerá moço ou velho. Tudo isto é incerto, mas é indubitavelmente certo que deve morrer. Magnatas e reis também serão ceifados pela morte, a cujo poder não há força que resista. Resiste-se ao fogo, à água, ao ferro, ao poder dos príncipes, mas não se pode resistir à morte! Conta Vicente de Beauvais que um rei da França, achando-se no termo da vida, exclamava:
"Com todo o meu poder, não posso conseguir que a morte espere mais uma hora!"
Quando chega esse momento, não podemos retardá-lo nem por um instante sequer.

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O feitor infiel e o dia das contas

Juízo Particular

8º Domingo depois de Pentecostes

Redde rationem villicationis tuae; iam enim non poteris villicare - “Dá conta da tua administração; já não poderás ser meu feitor” (Lc 16, 2)

Sumário. De todos os bens que temos recebido de Deus, não somos donos, senão simplesmente administradores; e na hora da morte teremos de dar contas exatas a Jesus Cristo, o juiz inexorável. É o que nos ensina a parábola proposta no Evangelho deste dia. Examinemos, pois, que uso temos feito até hoje dos talentos recebidos e dos bens da graça, e se acharmos que estivemos em falta, tomemos a resolução de nos emendar quanto antes. Quem sabe, meu irmão, dentro de que breve tempo se nos dirá também: Redde rationem – “Dá conta“?

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Temos de escolher entre uma eternidade feliz e outra infeliz

Escolhas

Ante hominem vita et mors, bonum et malum; quod placuerit ei dabitur illi - “Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; o que lhe agradar, isso lhe será dado” (Ecle 15, 18)

Sumário. Deus quer certamente que todos os homens se salvem, mas não à força. Por isso Deus põe diante de nós dois caminhos a seguir, deixando a escolha a cada um. Mas, como poderá chegar ao céu quem quiser seguir o caminho do inferno? Avivemos a nossa fé; examinemos atentamente aonde nos leva o caminho trilhado até hoje, e tomemos desde já as providências para nos assegurar a salvação eterna. Deixemos, se for necessário, o mundo: São pequenas todas as cautelas, quando corre risco a eternidade.

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Valor do Tempo

Tempo é Valioso

Fili, conserva tempus et devita a malo - “Filho, guarda o tempo e evita o mal” (Eclo 4, 23)

Sumário. Um só momento de tempo vale tanto como Deus, porque o homem pode a cada instante, por um ato de contrição ou de amor, adquirir a graça de Deus e aumentar a glória eterna. E tu, meu irmão, em que empregas o tempo tão precioso? Porque adias sempre para amanhã o que podes fazer hoje?... Reflete que o tempo passado já não te pertence; que o futuro não está em tua mão. Só tens o tempo presente para fazeres o bem e este é brevíssimo! Mister é, pois, que o aproveites depressa, se não o quiseres chorar depois como perdido irremediavelmente.

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Importância do último momento da vida

Morte de São Francisco de Assis - Giotto
Morte de São Francisco de Assis - Giotto

Mortuo homine impio, nulla erit ultra spes, et expectatio sollicitorum peribit - “Morto o homem ímpio, não restará mais esperança alguma e a expectação dos ambiciosos perecerá” (Pv 11, 7)

Sumário. Um pagão, a quem perguntaram qual era a melhor sorte neste mundo, respondeu: Uma boa morte. Que dirá, pois, o cristão, que sabe pela fé que nesse momento começa a eterna alegria ou o eterno sofrimento? Oh! De que importância é o último momento, a última respiração, o último cair do pano sobre o teatro do mundo! Que loucura, portanto, a nossa, se, por amor aos prazeres vis e passageiros deste mundo, nos expuséssemos ao perigo de morrermos de morte desgraçada e de irmos sofrer para sempre no inferno!

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As turbas famintas e a vaidade dos bens terrestres

Vaidade dos Bens Terrenos

6º Domingo depois de Pentecostes

Misereor super turban: quia ecce iam triduo sustinent me, nec habent quod manducent - “Tenho compaixão da multidão; porque desde três dias já me acompanham e não têm o que comer” (Mc 8, 2)

Sumário. A fome das turbas de que fala o Evangelho, nos pode ensinar que a felicidade das riquezas, das dignidades e dos prazeres, jamais pode saciar o nosso coração. Persuadamo-nos bem de que o que possui todos os tesouros da terra, mas não possui a graça de Deus, é o homem mais pobre do mundo... Se em tempos passados tivemos a insensatez de apegar o nosso coração às vaidades, sejamos agora mais prudentes; unamo-nos à Jesus Cristo, que nos saciará espiritualmente, assim como com sete pães apenas saciou corporalmente mais de quatro mil pessoas.

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Várias ocupações, um único fim

Por Dom Henrique Soares da Costa
“As palavras de nosso Senhor Jesus Cristo nos advertem que, em meio à multiplicidade das ocupações deste mundo, devemos aspirar a um único fim. Aspiramos porque estamos a caminho e não em morada permanente; ainda em viagem e não na Pátria definitiva; ainda no tempo do desejo e não na posse plena. Mas devemos aspirar, sem preguiça e sem desânimo, a fim de podermos um dia chegar ao fim” (Do Sermão 103, de Santo Agostinho).
Meu caro Amigo, pense um pouco nestas belíssimas palavras do Doutor da Graça. Ele fala em multiplicidade das ocupações deste mundo e afirma que, no meio delas, somos movidos por aspirações. Aspiramos o tempo todo, a vida toda. No fundo, aspirar quer dizer desejar, ter saudade, sentir necessidade... Aspiramos...

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Deus é o bem que faz o paraíso

São Felipe Neri

Ego ero merces tua magna nimis - “Eu serei tua recompensa infinitamente grande” (Gn 15, 1)

Sumário. A formosura dos Santos, as harmonias celestiais e todas as outras delícias do céu, são os menores bens desse reino bem-aventurado. O bem que faz a alma plenamente feliz e faz propriamente o céu é o Bem supremo, é Deus, é vê-lo face a face e amá-lo. Ânimo, pois, meu irmão, visto que tão grande recompensa nos aguarda também. Mas, para o conseguirmos, mister é que abracemos de boa vontade as cruzes e tribulações da vida presente, mormente se no passado houvéssemos tido a desgraça de merecer o inferno.

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O grande segredo para viver bem

Crânio, cemitério

In omnibus operibus tuis memorare novissima tua, et in aeternum non peccabis - “Em todas as tuas obras lembra-te de teus novíssimos e nunca, jamais pecarás” (Eclo 7, 40)

Sumário. Meu irmão, se queres viver bem, procura pensar sempre na morte. Ao veres um túmulo, ao assistires às exéquias de um parente ou amigo, ao veres um cadáver sendo levado à sepultura, contempla nisso a tua própria imagem e dize: Dentro de breves anos, talvez meses ou dias, será tal a sorte de meu corpo e, estando então perdida a alma, estará perdida para sempre. Por terem pensado na morte, quantos deixaram a morte e subiram à mais alta perfeição.

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