Sumário. Ó Deus, quem não teria compaixão se visse um jovem príncipe, filho de um grande monarca, nascer em tão grande pobreza, que, necessitado de tudo, até se fazia mister deitá-lo numa manjedoura? Tal é exatamente o estado de Jesus-Menino, Filho de Senhor do céu e da terra. Os anjos, é verdade, estão ali para o adorar; não, porém, o socorrem. Mas como Jesus abraçou tão apertada pobreza unicamente para nos fazer ricos dos seus bens e nos obrigar a amá-lo, quanto mais pobre se fez, tanto mais amável se nos mostra.Propter vos egenus factus est, cum esset dives; ut illius inopia vos divites essetis — “Sendo rico, se fez pobre por vosso amor, a fim de que vós fôsseis ricos pela sua pobreza” (2 Cor 8, 9)
Circunstâncias do nascimento de Jesus
Entramos em espírito no pobre presépio de Belém, e consideremos com os olhos da fé as circunstância do nascimento do nosso adorável Salvador. Neste mesquinho albergue é que a divina Maria, arrebatada em sublime contemplação e abrasada em ardente amor de Deus e em desejo extremo de ver o seu Filho, sem sofrer a menor dor e sem deixar de ser a mais pura das virgens, deu à luz o rei do céu e da terra, o Messias prometido e esperado, havia quatro mil anos. Prostremo-nos profundamente aos pés deste divino Infante, adoremo-lO como nosso Criador, Redentor, soberano Mestre e Deus. Depois de Lhe termos tributado vassalagem com todos os afetos que à fé, a religião, o amor e a gratidão podem inspirar-nos, rendamos obséquios a Sua terna Mãe; felicitemo-la pela ventura inefável de ser Mãe de Deus; honremo-la nesta qualidade e ponhamos nela a nossa confiança. Por Dom Henrique Soares da Costa Eis! Estamos no último dos quatro Domingos do santo Advento! Estamos já em plena Semana Santa do Natal, iniciada no dia 17 de dezembro; na verdade, encontramo-nos no limiar da Solenidade da Natividade do Emanuel! Logo mais, celebraremos as primeiras vésperas da Solene Manifestação do Salvador na nossas carne mortal! A Igreja, agora, é toda atenção, toda contemplação do mistério da Encarnação, preparando-se para celebrar o Natal do Senhor. Sua Vinda é a nossa salvação, Sua chegada é o anúncio da esperança a todos os povos, a toda a humanidade. A anual celebração do Seu Natal recorda-nos que nosso Deus não é de longe, mas de perto, de pertinho da humanidade toda e de cada um de nós.