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Tag: amor

Lamentações que do alto da cruz dirige Jesus a todos os homens

Crucificação de Jesus Cristo

Capítulo XXIX

O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videte si est dolor sicut dolor mens - "Ó vós todos que passais pelo caminho, atendei, e vede se há dor como a minha" (Lm 1, 12)

São estas as palavras que nos dirige Jesus a nós, pobres exilados nesta terra de pecado. Ó vós todos, exclama ele do alto da cruz, ó vós todos, que passais pelo caminho da vida, dignai-vos parar por alguns instantes; lançai sobre esta cruz, onde estou cravado, a vossa vista, e vede se há uma dor que à minha se possa comparar; a minha cabeça está coroada de espinhos que me não deixam repouso algum, os meus pés e as minhas mãos estão varados de enormes cravos, o meu corpo não é mais que uma chaga, e o meu sangue corre de todas as minhas chagas. “De todas as partes me cercam as agonias da morte”, e a minha alma está abismada na mais excessiva desolação.

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Do silêncio de Jesus no meio dos desprezos, das afrontas e dos sofrimentos

Capítulo XXVIII

Et quasi agnus coram tondente se obmutescet, et non aperiet os sum - "Semelhantemente a um cordeiro que se conserva mudo diante do tosqueador, não abrirá a sua boca." (Is 53, 7)

Já falíamos do silencio de Jesus no meio dos seus sofrimentos; mas é tão tocante ver este inocente Cordeiro opondo ao furor dos seus inimigos uma doçura e uma paciência tão incomparáveis, que mais uma vez imos deter-nos alguns instantes em considerar este espetáculo. Comecemos pelo ver em casa de Caifás: na presença deste pontífice é acusado de inúmeros crimes; mas ele guarda silencio: Jesus autem tacebat. Em casa de Herodes enchem-no de desprezos; ele sofre tudo sem dizer uma só palavra. Fazem-no sofrer uma cruel flagelação: não reclama contra a injustiça deste castigo. Os algozes em seu furor excedem muito o numero dos golpes prescritos pela lei: ele não se queixa.

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Jesus é pregado na cruz

Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo

Capítulo XXVII

Crucifixerunt eum, et eum eo alios duos, hinc, et hinc, modium autem Jesum - "Crucificaram-no, e a outros dois com ele, um a um lado, outro do outro, e Jesus no meio" (Jo 19, 18)

Quando o Salvador chegou ao Calvário onde devia consumar o seu sacrifício e dar-nos o mais solene testemunho do seu amor, nem tempo de suspirar lhe deixaram. Arrancaram-lhe rudemente a sua veste, que estava colada ás chagas, e mais uma vez renovaram todas as suas dores. Mandam-no em seguida deitar-se sobre a cruz, afim de nela o poderem pregar. Sem demora nem resistência obedece o bom Jesus, estende-se sobre este leito de dor, não tendo por travesseiro senão os espinhos de que estava coroado. Então com uma sorte de furor arremessam-se sobre ele os algozes, pedem-lhe primeiro a mão esquerda, segundo é crença comum, e trespassam-na com um grosso cravo pelo meio dos nervos. Tendo-se estes comprimido pela violência da dor e não podendo a mão direita estender-se até ao buraco que no outro braço da cruz tinham aberto, foi necessário estender esta mão com cordas; outro tanto foi necessário fazer aos pés, de sorte que todo o corpo de Nosso Senhor ficou deslocado. Que amargas dores!!! Calava-se porém o inocente Cordeiro e não deixava escapar de sua boca uma lastima; consertava fixos no céu os olhos; e oferecia a Deus por nossa salvação, os seus sofrimentos e a sua vida...

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É por amor nosso e por causa do pecado que Jesus foi coberto de chagas

Jesus Cristo Chagado

Capítulo XXV

Ipse autem vulneratus est propter iniquitates nostras, attritus est propter scelera nostra - "Foi coberto de chagas por causa de nossas iniquidades; foi dilacerado para expiar os nossos crimes" (Is 53, 5)

O mínimo tormento sofrido por nosso Salvador era seguramente mais que suficiente para satisfazer à justiça de Deus, e apagar os pecados do mundo: mas o amor que nos tinha não se pôde contentar com isso. Afim de expiar os nossos crimes e até para nos provar a grandeza da sua ternura para conosco, o nosso Redentor quis ser, na frase de Isaías, vulneratus e attribus, isto é, coberto de chagas desde os pés até à cabeça, de tal sorte que o seu adorável corpo não oferecia parte alguma sã. Assim Isaías o compara a um leproso: Et dos putavimus eum quasi leprosum, et percussum a Deo et humilhatum (Is 53, 4). Quando com os olhos da fé se considera Jesus todo coberto de chagas, quando se contempla o seu corpo horrivelmente rasgado e a cair em pedaços ensanguentados, é fácil compreender quão grande é o amor deste divino Salvador por nós. Ó homem, exclama Santo Agostinho, reconhece quanto vales, aprende que reconhecimento não deves ao teu Deus; aprende qual é a tua dignidade pelo que lhe custou a resgatar-te: vê agora quão infame seria ultraja-lo ainda com teus pecados; sabe pôr um freio às tuas paixões e um termo ás tuas desordens.

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Da Coroação de Espinhos

Coroação de Espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo

Capítulo XXIV

Et placlentes coronam de spinis, posuerunt supet caput ejus - "Depois tecendo uma coroa de espinhos lh'a puseram na cabeça" (Mt 27, 29)

Foi seguido o suplício da flagelação de um outro, ou sugerido pela raiva dos judeus, ou inventado pela brutalidade dos soldados. Os soldados do governador levam Jesus ao pretório, e ai, estando reunida toda a corte em volta dele, despem-lhe Os vestidos, lançam-lhe sobre os ombros um manto de escarlate, a imitar a púrpura real, por cetro põem- lhe na mão uma cana, por coroa cobrem-lhe a cabeça de entrelaçados espinhos; e como se estes espinhos não entrassem bem por uma carne já toda aberta pelos açoites, agarram da cana que tinha “e ferindo-o no rosto, enterram com todas as suas forças esta cruel coroa”. Ó espinhos, ó criaturas! Que fazeis? Porque atormentais assim o vosso Criador? Mas não é aos espinhos que devo dirigir estas exprobrações. Iniquidades dos homens, sois vós quem penetrastes a cabeça do Redentor; sim, meu doce Jesus, sou eu que por pensamentos e desejos culpáveis formei vossa coroa de espinhos; agora detesto-os, aborreço-os mais que todo outro mal, mais que a mesma morte. Ó espinhos consagrados pelo sangue do filho de Deus! A vós me volvo contrito e humilhado; penetrai a minha alma, e fazei que ela seja sempre penetrada de dor de haver ofendido um Deus tão bom. Meu amável Redentor, pois que tanto sofreis por mim, desprendei-me das criaturas e de mim mesmo, afim de com verdade poder* dizer que não pertença mais a mim, mas que só a vós, só inteiramente a vós pertenço.

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Sobre a flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo

Capítulo XXIII

Tunc ergo apprehendit Pilatus Jesum, et flagellavit - "Então Pilatos mandou prender Jesus e flagela-lo." (Jo 19, 1)

Pilatos para se eximir de condenar o inocente como pediam os judeus, havia-o enviado a Herodes, e em seguida apresentara-o ao povo com Barrabás; mas vendo que estes meios não tinham sortido efeito, determinou-se a infligir-lhe qualquer castigo e pô-lo em liberdade. Nesta intenção, chama os Judeus e lhe diz:

“Apresentastes-me este homem como um sedicioso que arrasta o povo à revolta; em vossa presença o interroguei, e não o descobri culpado de algum dos crimes de que o acusais; Herodes tão pouco o achou criminoso. Todavia para vos contentar, vou-o fazer castigar, e em seguida deixá-lo-ei ir”

Grande Deus! Que injustiça! Declara-o totalmente inocente, e contudo oferece-se para o castigar! Ó meu doce Jesus! Estais inocente, e eis que por meu amor vos submeteis ao suplício dos escravos! Como, pois, pudestes amar até este ponto um ser tão vil e tão desprezível como eu? Assim Pilatos entregou Jesus aos seus soldados e lhes deu ordem para o flagelar. Contempla, ó minha alma! Como estes carnífices, a fim de executarem esta injusta ordem, arremetem furiosos sobre este cordeiro com gritos de alegria, o conduzem ao pretório e o amarram à coluna. Mas que faz Jesus? Sempre humilde e submisso, aceita por nossos pecados um tormento tão doloroso e tão humilhante. Vede os verdugos, de azorrague em punho: a um sinal dado, levantam os braços e todos juntamente começam a descarregar sobre esta carne sagrada açoites inúmeros. Parai, bárbaros, ides errados; sobre quem caem os vossos golpes? Esse que estais ferindo não é culpável, eu, eu é que o sou.

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Festa de São José, Esposo da Virgem Maria

Pretiosa in conspectu Domini mors sanctorum eius - “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos” (Sl 115, 15)

Sumário. Representemo-nos na casa de Nazaré para assistir à morte do Santo Patriarca. É opinião bem fundada que São José morreu por puro amor a Deus; porque teve a sorte ditosa de ser assistido por Jesus e Maria, que, com as palavras de vida eterna, que lhe dirigiam alternadamente naquelas extremas, inflamavam-lhe o amor. Se desejamos morrer devotos do grande Santo, imitemos-lhe as virtudes, particularmente o seu amor a Jesus e Maria.

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Amor que nos testemunhou Jesus Cristo instituindo a Santa Eucaristia para nutrir e consolar nossa alma

Capítulo XVII

Sciens Jesus quia venit hora ejus et transeat ex hoc mundo ad Patrem cum dilexisset suos qui erant in mundo, in finem dilexit eos - "Sabendo Jesus que era cliogada a sua hora de passar d'este mundo ao Pai, como tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim" (Jo 13, 1)

Accipite et comedite: hoc est corpus meumn - "Tomai e comei, este é o meu Corpo" (Mt 26, 26)

É no momento da morte quando urge separar-se das pessoas amadas, que cresce e redobra o afeto dos verdadeiros amigos; é então que mais que nunca procuram dar-lhe as ultimas lembranças do seu amor. Em todo o curso da sua vida mortal nunca Jesus cessara de nos dar testemunhos da sua ternura; por mil e mil maneiras nos mostrara quanto sabe amar-nos; mas chegada que foi a hora de voltar para o seu eterno Pai, não contente com o que por amor nosso já operara, não contente com derramar até à ultima gota de sangue, quis fazer mais ainda, quis deixar-nos mais extremosa prova do seu ardente amor para conosco. Prova mais extremosa!... Pois que! É possível dar mais que a vida para provar que se ama?... Ah! O que a nós é impossível, não o é à ternura de um Deus. Escutemos. Era numa quinta-feira à tarde. Jesus depois de haver comido a ultima páscoa com os seus apóstolos, acaba de lhes lavar os pés; eles estavam ainda todos fora de si a um tão inaudito exemplo de humildade do seu bom Mestre. Sem duvida guardavam um religioso silencio; sem duvida anteviam que algum grande mistério ia realizar-se; sem duvida, se eles estavam atentos, divisavam no rosto do Salva¬dor o que quer que é de maior, mais majestoso, mais divino ainda que de ordinário...

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Do ardente desejo que teve Jesus de sofrer por nós

Capítulo XVI

Baptismo habeo baptisari, et quomodo coarctor un perficiatur? - "Eu tenho de ser batizado num batismo de sangue, e quão grande não é a minha angustia até que ele se conclua?" (Lc 22, 50)

Desiderio desideravi hoc pascha manducare vobiscum - "Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão." (Lc 22, 15)

Que enérgicas expressões! Oh! Como eles pintam ao vivo o incompreensível desejo que Jesus tinha de sofrer e imolar-se por nós! Bem se deixa ver que saem da abundância do coração daquele que disse:

“Eu vim trazer fogo à terra e que quero eu, senão que ele se acenda?”

Ó filhos de Adão, compreendestes esta palavra do vosso Deus:

“Eu vim trazer à terra o fogo do meu amor e o meu mais ardente desejo é ve-lo atear-se no coração de todos os homens?”...

Ó meu Jesus, que tão grandes bens pois cuidáveis vós poder ganhar do amor das criaturas que para o obter assim quisestes morrer e tanto ansiastes esse desejo da vossa morte?

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Santa resignação

Meditação para Dia 14 de Março

1. Se Jesus tantas vezes, com santa impaciência, tinha predito e aguardado sua paixão, por que exclama agora no horto das Oliveiras:
"Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice?"
É porque tinha assumido toda a fragilidade da nossa natureza, que se assusta ante todo o sofrer. E que sofrimentos inauditos os que esperavam o Cordeiro Imaculado!... Mas Jesus acrescenta "se é possível", isto é, salvar o gênero humano sem tão grande sofrimento e terrível morte. Seu amor transluz de todas as palavras. Por mais que o assuste a paixão, prefere sofre-la a nos ver condenados para sempre. Tudo por nós! Tudo por ti!

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