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Rumo à Felicidade

Rumo à Felicidade

Confira todos os capítulos desta obra de Fulton Sheen!

O Subterrâneo

Capítulo 9. O Subterrâneo - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen TEM o mundo moderno um estranho amor ao subterrâneo... às caves profundas e escuras da existência humana, à introspecção, à análise das regiões subconscientes da nossa vida. Esta atração é, em parte, uma reação contra o extremo oposto. Há cem anos, julgavam os homens que a sua vida alcançara um novo e mais alto escalão. Falavam dum progresso fatal, da vitória sobre a morte, da transformação dos homens em deuses, da conversão da terra num Paraíso. Agora, a presunção dos nossos antepassados deu lugar ao desespero atual. O homem, que sofreu a vertigem duma altura artificial, caiu no abismo do mais terrível desespero. O seu entusiasmo desmedido degenerou em tédio, a sua esperança em prazeres mais intensos deu lugar à saciedade, a sua demasiada complacência em inebriantes expectativas abriu caminho à náusea.

Regresso ao Nada

Capítulo 8. Regresso ao Nada - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen FEZ-NOS Deus do nada... do nada absoluto... e é bom que lembremos, de vez em quando, este fato. Porque Deus nos fez, somos preciosos; mas, porque viemos do puro nada, jamais podemos vangloriar-nos de autossuficiência. E, porque viemos de Deus, temos um desejo insaciável de voltar a unir-nos com a Sua Vida, Verdade e Amor. Mas, como também somos filhos do nada, estamos tão dependentes d’Ele, como, os raios solares, do sol. Quando São João Batista viu, pela primeira vez, Nosso Senhor, o seu sentimento do nada obrigou-o a dizer:

«Convém que Ele cresça, mas que eu diminua»

Esta atitude não implica qualquer humildade falsa, nem fingimento, desmentido pelos fatos, de que ele ou o seu trabalho fossem sem valor algum. Foi antes o simples reconhecimento de que até a estrela mais brilhante tem de se ofuscar ao raiar do sol nascente.

Desprendimento

Capítulo 7. Desprendimento - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen PARECE banal e insípida a vida para muita gente. Admiram-se por que não progridem ou se desenvolvem, por que não se aperfeiçoam ou aprendem. Julgam ter caído em marasmo e gostariam de saber como sair dele. É simples a resposta a este problema, embora a sua aplicação não seja fácil. É de desprendimento que tais homens e tais mulheres precisam. O desprendimento é uma questão de quebrar todos os laços que nos prendem à terra, permitindo assim que a nossa alma voe livre para Deus. Somos como balões. E podemos estar presos à terra tanto por cabos de aço, como por débeis fios de teias de aranha; mas, se não são cortados, nunca estaremos livres da prisão das bagatelas, que, cá em baixo, nos prendem e escravizam.

O Eu e a Lei Moral

Capítulo 6. O Eu e a Lei Moral - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen CONCORDAM, universalmente, os grandes psicólogos de todos os tempos, que a origem de toda a infelicidade está no amor próprio ou no egoísmo. O egoísmo é a rejeição do duplo mandamento do amor de Deus e do próximo, e a adoção da própria pessoa como padrão de toda a verdade e moralidade. Os que vivem enclausurados dentro do próprio eu, passam por três fases, a primeira das quais é a complacência desordenada com os seus próprios apetites. Quando o eu se torna absoluto, todas as outras pessoas, acontecimentos e coisas passam a ser meios de lhe dar prazer. Sem olhar a conveniências, o eu, na juventude, deseja satisfazer a sensualidade; na idade adulta, ambiciona o poder; e, na velhice, muitas vezes cambia-se em avareza e em amor de «segurança». Os que negam a imortalidade da alma, substituem-na, quase sempre, pela imortalidade dos meios de subsistência. A renúncia às delícias provindas de Deus termina sempre na rendição aos sentidos.

Estará o homem moderno longe da Paz?

Capítulo 5. Estará o homem moderno longe da Paz? - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen Só quem desconhece o significado da palavra «felicidade» é perigosamente infeliz. É insuportável a vida apenas para aqueles que ignoram o motivo porque vivem; os homens, em tal estado de alma, equacionam, confundem felicidade com prazer (o que não é a mesma coisa) e identificam alegria com prurido das extremidades nervosas (o que não é verdade). Coisas que sejam do exterior, nunca nos trazem paz interior. Quanto mais persistentemente se procurar a satisfação e a finalidade da existência em alguma coisa fora do nosso domínio, tanto mais precária ela será e mais sujeito se estará a desilusões. Há dois movimentos para a felicidade. O primeiro é o nosso afastamento do exterior... de uma excessiva absorção pelas coisas do mundo. O segundo movimento é muito mais profundo: é uma ascensão do que é inferior em nós para o que é superior, do nosso egoísmo para o nosso Deus. O homem moderno tem experimentado o primeiro movimento; as coisas exteriores têm-se transformado para ele em outras tantas fontes de sofrimento.

Alegria

Capítulo 4. Alegria - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen A ALEGRIA é o delicioso experimentar de sentimentos de prazer pelo bem adquirido e, atualmente, desfrutado, ou a perspectiva do bem que se espera alcançar. Pode haver alegrias naturais e alegrias espirituais. Alegria natural será a alegria da juventude, antes de ter a alma cansada pela desilusão, ou a alegria da saúde, quando é agradável e saboroso o alimento, ou a alegria do triunfo, quando a batalha foi ganha, ou as alegrias da afeição, quando se é amado. Todas estas alegrias se tornam mais intensas e sólidas, quando têm por base a alegria espiritual. Nenhuma felicidade terrena será permanente e perfeita, se não estiver associada a uma boa consciência. A alegria espiritual é uma tranquilidade de espírito no meio das vicissitudes da vida, semelhante à da montanha, quando o temporal desaba sobre ela. Com aquele que não está arraigado ao Divino, todo o revés se amplifica. Não pode aplicar, plenamente, as suas faculdades a uma só coisa, porque está perturbado por muitas.

Egoísmo

Capítulo 3. Egoísmo - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen O EGOÍSMO é uma mentira em ação: supõe que os caprichos, paixões e desejos instintivos têm precedência sobre a lei moral, a fraternidade dos outros seres humanos e a vontade do próprio Deus. O egoísta é como um pêndulo que pugna pelos seus direitos contra os do relógio ou como uma nuvem em rebelião contra o céu, ou como um braço, que teima ignorar o corpo de que faz parte. Fazendo apenas o que os seus desejos interesseiros reclamam, o egoísta acaba por odiar tudo o que faz. É como uma criança da escola progressiva, que se lamenta:

«Mas tenho de fazer sempre aquilo que quero?»

Humildade

Capítulo 2. Humildade - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen A principal causa da infelicidade íntima é o egoísmo ou amor-próprio. Aquele que, jactando-se, se dá a si mesmo importância, está a apresentar credenciais da sua falta de valor. É o orgulho uma tentativa para criar a impressão de que somos o que, realmente, não somos. Quão mais feliz seria a gente, se, em lugar de exaltar o seu eu até o infinito, o reduzisse a zero. Encontraria, então, o verdadeiro infinito, mediante a mais rara das virtudes modernas, a humildade. A humildade é a verdade de nós mesmos. Não é humilde o homem que, tendo de altura 1,80 cm, disser: «tenho 1,60 cm». Aquele que, sendo bom escritor, disser: «sou um escrevinhador», também não é humilde. Fazem-se tais afirmações com o fim de poder obter um desmentido e assim granjear louvores.

Contentamento

Capítulo 1. Contentamento - Livro Rumo à Felicidade, de Fulton Sheen O CONTENTAMENTO não é uma virtude inata. É adquirido com grande decisão e diligência no domínio dos desejos desordenados; por isso, é uma arte que tem poucos discípulos. Porque há milhões de almas descontentes no mundo atual, poderá ser-lhes proveitoso analisar as quatro principais causas de descontentamento, e sugerir os meios de contentamento. A principal causa de descontentamento é o egoísmo, ou amor-próprio, que coloca o eu acima de tudo, como o centro do mundo, ao derredor do qual toda a gente deve girar. A segunda causa de descontentamento é a inveja, que nos faz considerar as riquezas e os talentos alheios, como se nos tivessem sido roubados. A terceira causa é a cobiça, ou o desejo desordenado de ter mais, para compensar o vazio do nosso coração. A quarta causa de descontentamento é o ciúme, que, umas vezes, é ocasionado pela melancolia e tristeza e, outras, pelo ódio àqueles que possuem o que para nós cobiçamos.