Meditação para a Décima Oitava Terça-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
As nossas meditações precedentes têm tido por objeto expurgar o nosso coração de todo o apego à criatura; é tempo agora de procurar enchê-lo do amor divino. E por esta razão que consideraremos o que é o amor divino; e veremos que consiste: 1.° Em amar a Deus, por ser quem é; 2.° Em amá-lO sobre todas as coisas; 3.° Em amá-lO com todas as nossas forças. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De multiplicarmos o mais possível as aspirações de amor para com Deus, a fim de Lhe pedirmos a graça de O amar cada vez mais; 2.° De praticarmos todas as nossas ações por amor. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de Santo Agostinho:"Ó fogo, que sempre ardes, abrasa-me para que te ame de todo o meu coração" - O ignis qui semper ardes, accende me, ut totus diligate! (Santo Agostinho, Confissões livro 10, 9, et Solil, 29)
A Oração da Família
O Rosário é a oração da família. Recorda os mais tocantes exemplos da Família santa de Nazaré. Leão XIII o recomenda às famílias na Encíclica Fidentem piumque de 20 de Setembro de 1896:“É preciso conservar ou estabelecer o costume piedoso que vigorava entre os nossos antepassados. Nas famílias cristãs tanto nas da cidade como nas do campo era costume sagrado, ao cair da tarde, quando todos deixavam o duro trabalho, reunirem-se diante da imagem da Virgem para Lhe dirigir em louvores alternados a prece do Rosário. E Ela, a Virgem Maria, por esta homenagem fiel e unânime que Lhe prestavam, lá estava no meio deles como uma boa Mãe cercada de uma coroa de filhos. E lhes concedia os benefícios da paz doméstica, presságio da paz celestial”Sim, é mister restaurar onde já existe o costume piedoso do Terço em família. Era a vontade de Leão XIII que em nenhuma família cristã faltasse esse hábito salutar.
Meditação para a Décima Oitava Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Concluiremos as nossas meditações sobre a mortificação, considerando: 1.° A felicidade que goza a alma mortificada nas suas relações com o próximo; 2.° A felicidade que acha em si mesma. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De não deixarmos um só dia de praticar algum ato de mortificação, seja da vontade, seja do gênio ou do amor-próprio; e fixaremos dois desses atos para o dia; 2.° De obedecermos ao Espírito Santo praticando todos os atos que nos sugerir, como sacrificar um capricho, um desejo, um prazer. O nosso ramalhete espiritual será a palavra da Imitação:"Deixai tudo e achareis tudo. Abandonai a vossa concupiscência e tereis a paz" - Dimitte omnio et invenies omnia. Relinque cupodinem et invenies requiem (III Imitação 32, 1)
Mensagem do Rosário
Em menos de um século Maria Santíssima baixa à terra duas vezes com duas mensagens do Rosário. Lourdes e Fátima são essencialmente revelações do Rosário. Em Massabielle Nossa Senhora quer dizer ao mundo: — Eu sou a Imaculada Conceição, e traz o Rosário e com Bernadete passa-o entre os dedos, graciosamente. Em Fátima toda a revelação é exclusivamente do Rosário. Pergunta a criança ingênua a doce visão: — Quem é vosmicê? — Eu sou a Senhora do Rosário, responde Maria Santíssima, já depois de haver recomendado nas cinco aparições precedentes a recitação do Terço. Em 13 de Maio de 1917 aparece a Bela Senhora pela primeira vez aos olhos dos inocentes pastorinhos de Portugal.Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 9, 1-7
1Depois disto, subiu para o barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe um paralítico, deitado num catre. Vendo Jesus a fé deles, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados.» 3Alguns doutores da Lei disseram consigo: «Este homem blasfema.» 4Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Porque alimentais esses maus pensamentos nos vossos corações? 5Que é mais fácil dizer: ‘Os teus pecados te são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda’? 6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder para perdoar pecados - disse Ele ao paralítico: ‘Levanta-te, toma o teu catre e vai para tua casa.» 7E ele, levantando-se, foi para sua casa. 8Ao ver isto, a multidão ficou dominada pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.
Origem
A confraria do Rosário é uma associação das mais antigas e veneráveis da Igreja, fundada por São Domingos e cujo fim é unir os fiéis e propagar e garantir a recitação assídua do Santo Rosário. O seu melhor elogio foi feito pelo Santo Padre Leão XIII na Encíclica Augustissimae Virginis de 12 de Setembro de 1897:“Dentre as associações não hesitamos em dar um lugar de honra à Confraria do Santíssimo Rosário. Na verdade, se considerarmos a sua origem, ela está em primeiro lugar pela sua antiguidade, pois a sua instituição é atribuída ao Patriarca São Domingos, e, além disso, pelos privilégios inúmeros de que a enriqueceram os nossos predecessores. A forma desta instituição, a sua alma é o Rosário. A eficácia do Rosário de Maria e o seu poder nos parecem ainda muito maiores quando estão em função da Confraria”Nestas palavras o Augusto Pontífice define a Confraria do Rosário e a coloca entre as primeiras e mais veneráveis Associações da Igreja. E quer o Papa que rezemos o nosso Rosário sim, mas unidos aos nossos irmãos, na oração comum que é mais eficaz e poderosa, e com as riquezas das indulgências e privilégios espirituais da Confraria.
Meditação para o Décimo Sétimo Sábado depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos: 1.° Sobre a felicidade que Deus concede, desde este mundo, às almas mortificadas; 2.° Sobre a desgraça a que entrega as almas imortificadas. — Tiraremos destas reflexões a resolução: 1.° De sermos generosos no serviço de Deus, e de fazermos de boa vontade os sacrifícios que sobrevierem; 2.° De impormos a nós mesmos com frequência, por amor de Deus, sacrifícios voluntários, ainda que só seja de um desejo, de um lance de olhos, de uma sensualidade. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:"Exubero de gozo em toda a minha tribulação" - Superabundo gaudio in omni tribulatione nostra (2Cor 7, 4)
Suma do Evangelho
Há uma expressão feliz e genial do Padre Lacordaire e que nos diz em poucas palavras as relações íntimas entre o Evangelho e o Rosário de Nossa Senhora.Realmente. O que há no Rosário que não esteja no Evangelho, ou que pelo menos não tire dele a conclusão? Cada um dos mistérios corresponde a algumas das mais belas páginas do Evangelho. Pio XI afirma na Encíclica Ingravescentibus malis o valor do Rosário porque é um incentivo à prática das virtudes pregadas pelo Evangelho.“Só há um livro: — É o Evangelho. E o Rosário é precisamente a suma do Evangelho”
“O santo Rosário, diz o saudoso Pontífice, não só é útil para vencer os inimigos de Deus e da Religião; é também um estímulo e aguilhão que anima à prática das virtudes evangélicas que ele insinua e cultiva nas almas. Alimenta antes de tudo a fé católica que refloresce precisamente pela meditação oportuna dos santos mistérios e eleva o espírito às verdades reveladas por Deus. E todos podem compreender como é salutar o Rosário especialmente em nossos dias em que notamos até mesmo entre os fiéis um certo afastamento das coisas espirituais e um certo tédio da doutrina cristã. O Santo Rosário reaviva ainda a esperança nos bens imortais, quando ao meditar a última parte dele, os triunfos de Jesus Cristo e de sua Mãe, nos mostram o céu aberto e nos convidam à conquista da pátria sempiterna. A caridade que se resfriou torna a se acender na alma dos que relembram as torturas e a morte do Redentor e as aflições de sua Mãe dolorosa. E daí brota necessariamente o amor do próximo”
Meditação para a Décima Sétima Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Continuaremos a meditar sobre a mortificação dos sentidos, e em particular: 1.° Sobre a mortificação do gosto; 2.° Sobre a mortificação do tato. - Tomaremos depois a resolução: 1.° De não buscarmos nas refeições satisfazer a nossa sensualidade, e de somente atendermos à vontade de Deus, que nos alimenta como Lhe apraz, sem que tenhamos direito a alegrar-nos, se as iguarias são do nosso gosto, nem a entristecer-nos, se o não são; 2.° De aceitarmos de bom grado todos os padecimentos que sobrevierem ao nosso corpo, e de nunca procurarmos causar-lhe prazer. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo:"Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão para que não suceda venha eu mesmo a ser reprovado" - Castigo corpus meum et in servitutem redigo, ne... reprobus efficiar (1Cor 9, 27)