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Novena a São João de Deus

Retrato de São João de Deus, por Bartolomé Esteban Perez Murillo
Retrato de São João de Deus, por Bartolomé Esteban Perez Murillo

A novena a São João de Deus inicia-se em 27 de fevereiro e deve ser rezada por nove dias consecutivos, encerrando-se em 07 de março, comemorando a festa no dia 08.

São João de Deus, nascido em Portugal em 1495, teve uma vida marcada por lutas, arrependimento e uma profunda conversão após ouvir um sermão de São João d’Ávila. Dedicou-se a cuidar dos pobres e doentes, fundando um hospital em Granada, conhecido pelo seu amor e dedicação. Sua caridade inspirou a criação da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que se espalhou pelo mundo. Morreu em 1550 e foi canonizado em 1690. Quer conhecer mais sobre sua incrível história de fé e serviço? Continue a leitura!

Como rezar esta Novena a São João de Deus?

  1. Inicia-se com o Sinal da Cruz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
  2. Reza-se a oração inicial e a final durante 9 dias;
  3. Finaliza-se com o Sinal da Cruz.

Oração inicial da Novena a São João de Deus

A ti me dirijo, São João de Deus, tu que partilhaste os sofrimentos dos outros e que agora estás junto ao Salvador para intercederes por nós.

Senhor, nosso Pai, quantos males atingem a humanidade, quantos são os desvalidos que sofrem, são tão desprezados e muitos até excluídos. Perdoa nossa omissão, nossa falta de sensibilidade, nossa ignorância por separarmos os sofridos de Vós. Sabemos que a falta de amor agrava muitas doenças e acidentes, por isso pedimos, pelos méritos de São João de Deus, o dom da compaixão, da paciência para com os necessitados e, acima de tudo, que tenhamos um grande amor por eles.

Peço que me acompanhes sempre, São João de Deus, para que me lembre de pôr Deus no centro da minha vida, todos os dias.

São João de Deus, rogai por nós.
São José, pai protetor, rogai por nós.
Maria, Consoladora dos Aflitos, rogai por nós. Amém.

Oração final da Novena

Senhor, que inflamastes São João de Deus no fogo da caridade – para que fosse na terra o Apóstolo dos pecadores, Socorro dos pobres e Saúde dos doentes – no céu o constituístes Alívio dos que sofrem e Padroeiro dos bombeiros. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que neste momento vos pedimos (pedir a graça), prometendo imitá-lo nas suas virtudes, na santidade, na construção do Vosso Reino de Paz, Justiça, Amor e Misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém.

Rezar Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

Sumário da Novena

1º dia da Novena a São João de Deus

Para ti, São João, o Deus que te criou foi, desde a tua conversão, o centro da tua existência: “vendo a Deus todos os dias” e “sendo forte e constante ao seu serviço”. Esse “Deus, preferido a todas as coisas do mundo” era Deus encarnado em Cristo, “a quem desejavas servir e agradar”. Assim reafirmavas tua fé em Deus, por Cristo, com a Igreja: “aceitando tudo o que tinha e acreditava a Santa Madre Igreja; daqui não fugias, firmavas com o teu selo e fechavas com a tua chave”. Esta era a tua fé feita vida. Concede-me que eu a compreenda e viva como tu. Amém.

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2º dia da Novena a São João de Deus

Tu, São João de Deus, expressas assim a tua esperança: “o vosso irmão menor, João de Deus, se Deus quiser, morrendo, mas aceitando e em Deus esperando”. Para ti, Deus é o Senhor, nosso destino: “Eu espero em Deus, que um dia será descanso para as nossas almas”. A tua esperança era confiança existencial e salvífica em Deus e desconfiança em nós: “não confiar em si próprio, mas sim e só em Jesus Cristo, pois Ele conhece o meu coração e me dará a vida eterna”. Com a tua esperança e a tua fé ajuda-me a ver Deus como pai e a confiar no seu amor. Amém.

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3º dia da Novena a São João de Deus

Tu, São João de Deus, escreveste isto: “tende sempre caridade, que onde não há caridade não há Deus”. Esta caridade será misericordiosa: “se víssemos quão grande é a misericórdia de Deus, nunca deixaríamos de fazer o bem enquanto pudéssemos”. A tua espiritualidade refere-se aos necessitados como representantes de Cristo sofredor. Que grande mistério e que grande fé! São João de Deus, ajuda-me a aceitá-lo, ainda que o não compreenda. Amém.

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4º dia da Novena a São João de Deus

Tu, São João de Deus, desejavas a salvação de todos como a tua própria. Essa salvação é dom: “Jesus Cristo vos guarde e salve”; e é responsabilidade do homem: “viver santamente para aquele que quer salvar-se”. Para ti, “esta vida é uma contínua guerra com o mundo, o demônio e a carne”; e se “o Senhor nos julgará tal como nos encontrar, então será bom que nos emendemos enquanto é tempo”. Ajuda-me, São João de Deus, a dar sentido à minha vida. Amém.

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5º dia da Novena a São João de Deus

Que matemáticas eram as tuas? “Estou com muita necessidade, empenhado e cativo só por Jesus Cristo. São muitos os pobres, e como não os posso socorrer, estou muito triste”. Mas depois acrescentas: “confio apenas em Jesus Cristo, que me desempenhará; Deus tudo mantém e a tudo provê em cada dia. Dar aqui, dar além, é sempre ganhar”. Que eu aprenda a tua sensibilidade, o teu critério transcendente e saiba imitar-te. Amém.

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6º dia da Novena a São João de Deus

Em cada dia, João de Deus, o teu pregão era: “fazei o bem a vós próprios, dando esmola aos pobres”. Para ti, a esmola enriquece quem dá e a quem recebe. “A esmola está diante de Jesus, rogando por vós; e os anjos escrevem-na no livro da tua vida. Quem não dá do que tem a este bendito mercador, que faz tão boa mercadoria!”. São João de Deus, abre a minha mente, o meu coração e a minha mão. Amém.

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7º dia da Novena a São João de Deus

Jesus e Maria estavam no centro do teu ser, São João: “em nome de Nosso Senhor, e de Nossa Senhora, o menor escravo de todos os escravos”. Na tua vida, desejavas sempre servi-Los e agradar-Lhes: “seja tudo para o Seu serviço”. Como ideal, querias tomar como exemplo a Virgem Maria, a qual tecia e trabalhava todo o dia e à noite e parte do dia rezava no seu retiro. São João de Deus, que eu saiba refugiar-me em Jesus e Maria e Eles sejam o meu ideal de cristão. Amém.

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8º dia da Novena a São João de Deus

Para ti, São João de Deus, pobres eram os maltratados, abandonados, enfermos, incuráveis, chagados, que, ao vê-los, te quebravam o coração. Escreveste: “desvelar-se em cuidar deles, fazer-lhes bem e caridade, vesti-los e curá-los”. Do teu exemplo, nascem os teus Irmãos Hospitaleiros e surge a tua obra de caridade; e desde há 4 séculos que continuas entre os pobres por meio dos que continuam a tua missão. Que o teu exemplo não se desvirtue e os pobres possam contar com mãos e corações a seu lado. Amém.

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9º dia da Novena a São João de Deus

Deste o teu exemplo, São João de Deus, com tua coragem, abnegação e desapego da própria vida. Por isso fostes proclamado patrono dos bombeiros. Sê nosso intercessor, para que, antes dos interesses sociais, econômicos e políticos, sejamos anjos de resgate para aqueles que sofrem; que as nossas viaturas sejam santuários; e para que atuemos com responsabilidade e ética, com profissionalismo e técnica, com espírito de serviço, com respeito na defesa da vida. Amém.

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Quem foi São João de Deus?

Por Pe. João Baptista Lehmann

São João de Deus, fundador dos Irmãos de Caridade, nasceu em 1495 em Montemor o Novo em Portugal. Na idade de oito anos abandonou a casa paterna e foi durante 22 anos pastor em Oropesa. Também tomou parte numa campanha contra a França. Uma queda que levou do cavalo o enfraqueceu, e acusações difamantes privaram-no da confiança dos seus patrões. Assim voltou a ser pastor. Em 1532 alistou-se no exército austríaco e esteve na guerra contra os turcos. Quando voltou para Portugal não encontrou mais os seus pais vivos. Triste e ao mesmo tempo arrependido do seu passado, fez o proposito de cumprir futuramente os deveres de cristão. Pela terceira vez entrou em serviço de pastor para depois acompanhar para África um fidalgo exilado e sustentar a família do mesmo com o trabalho das suas mãos. Poucos anos depois procurou ganhar a vida na Espanha pondo à venda livros e quadros. Um sermão que ouviu de São João d’Ávila fê-lo mudar de rumo para começar uma vida extraordinariamente santa. Tudo que possuía, deu aos pobres e aos presos. O sentimento de contrição dos seus pecados levou-o a praticar ações tão esquisitas, que era havido e tratado por louco. Como tal foi tido e maltratado no hospital até que os conselhos de São João d’Ávila o determinaram modificar seu proceder. João dedicou-se então ao serviço dos doentes. Para este fim fundou em Granada um pequeno hospital, e tratava os enfermos com tanta caridade e dedicação que lhe foram oferecidos os meios para aumentar o estabelecimento. Um incêndio destruiu a Santa Casa. João permaneceu durante meia hora no meio das chamas salvando doentes e móveis. Este fato extraordinário, geralmente considerado milagre, consolidou ainda mais as simpatias que já possuía. Em pouco tempo saía das ruínas novo hospital, maior que o primeiro. Sua caridade não se limitava. aos doentes do seu estabelecimento, procurava de preferência pobres e doentes em suas casas, levando-lhes o auxílio de que necessitavam. Particular interesse votava aos pobres infelizes, escravos do pecado. Seus conselhos, orações e principalmente sua caridade efetiva reconduziu a muitas destas pobres criaturas ao caminho do dever e da virtude.

Não havia em Granada, quem não se admirasse da atividade espantosa do homem que poucos anos antes era qualificado como doido. O Arcebispo começou a se interessar pela obra de João, e pessoas não falaram que se oferecessem ao benfeitor da humanidade para tomar parte n as suas obras caritativas. João nunca tinha pensado em fundar uma Ordem, mas o Bispo de Tuy, presidente da câmara real de Granada, o animou a dar a sua fundação um caráter religioso e vestiu-lhe o habito, impondo-lhe o nome de João de Deus. Só seis anos depois da morte de João foi composta uma regra e em 1570 os primeiros religiosos de sua Ordem emitiram os santos votos.

Era a caridade personificada para com os outros, e para se reservava João o rigor, a penitência. Na mortificação e oração achava força contra as tentações. Muito perseguido, nunca lhe veio o sentimento de vingança:

«Hei de perdoar aos inimigos – dizia ele – se quiser salvar a minha alma, isto mais cedo ou mais tarde, neste caso perdoarei já de uma vez»

Em tempo de uma grande inundação o Santo tinha exposto sua vida na obra da salvação de muitas pessoas. A consequência foi uma grave doença que lhe abriu as portas da eternidade. Em certa ocasião, acusado da facilidade com que aceitava no hospital doentes e pobres, entre estes pessoas de má vida, o Santo respondeu ao Arcebispo de Granada o seguinte:

«O Filho de Deus veio a este mundo para salvar os pecadores, e vossa obrigação é auxiliai-o nesta sua missão de os converter. Para isto temos a oração e os conselhos. Eu fui infiel a mi­nha vocação, não cumprindo este dever. Para minha confusão confesso, que neste hospital não sei de outro pecador a não ser de mim, que não sou digno de comer o pão dos pobres»

Esta resposta com muita naturalidade e humildade, comoveu ao Arcebispo, que ainda uma vez pôde convencer-se da grande santidade de João. João de Deus morreu em 8 de Março de 1550. Sua canonização teve lugar em 1690.

Sua Ordem floresce em muitos países. Na Espanha seus filhos têm o titulo de Hospitaleiros, na França são chamados Irmãos de Caridade, na Alemanha têm o nome Irmãos da Misericórdia e na Itália todos os conhecem com o titulo de Fate bene fratelli ou Bon fratelli.