Queremos lançar ainda um olhar sobre outros campos de atividade do espírito humano, e apontar tem grandes exemplos as relações fraternais entre a fé e as artes. Conhecemos provavelmente célebres escritores, pintores, escultores, nos quais uma fé ardente se conciliava com o gênio humano, e que hauriam, mesmo, da religião sua inspiração artística.
Quero citar a esmo apenas alguns.
Entre os poetas, Dante (1265-1321), cuja “Divina Comédia” é a glorificação da fé divina. Jacopone da Todi (1230-1306), jurista, mais tarde franciscano; seu Stabat Mater, é ainda hoje uma das mais preciosas pérolas da poesia sacra. O italiano Petrarca (1304-1374), Manzoni (1785-1873), os espanhóis Calderon (1600-1681) e Lopez de Vega (1562-1635); Corneille (1606-1684), primeiro dramaturgo da França; o holandês Joost van den Vondel (1587-1679); os húngaros barão José v. Eotvos, Miguel Voeroesmarty, que demonstraram seu sincero e verdadeiro catolicismo, não somente em seus escritos mas ainda em sua vida.
Que diremos dos inigualáveis pintores da Idade Média? Nas célebres galerias de pintura no estrangeiro, no Louvre de Paris, nos Ofícios de Florença, no Palazzo Pitti, etc., onde se alinham as telas dos heróis do pincel e paleta da Idade Média, não se vêem, por assim dizer, senão imagens sacras. Em toda parte, em cada parede, pintados os dogmas da Religião Católica! Quando Rafael (1483-1520) jazia em agonia, fixou sua vista a extinguir-se sobre a tela incompleta “A Transfiguração de Cristo”. Miguelângelo (1475-1564) dedicava cada uma de suas obras à gloria de Deus e à Santa Igreja. Que piedade, que fé jorra das obras dum Fran Angélico, Lippi, Botticelli, Sarto, Leonardo da Vinci, Perugino, Tiziano, Van Eyk, Duc- fer, Rubens, Murillo!
A música deve seu apogeu à Igreja e às cerimônias religiosas. Os mais ilustres compositores eram, ao mesmo tempo, fervorosos cristãos. Alguns nomes: Palestrina (1526-1594), Orlando di Lasso (1532-1594), Haydn (1732-1809), que rezava quase diariamente o rosário; Beethoven (177O- 1827), Cherubini (1760-1842), que nunca omitia o “Laus Deo”, nem no princípio nem no fim de suas composições: Liszt (1811-1886), que, já em idade avançada, recebeu as ordens menores; Bruckner (1824-1896), etc.
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(TOTH, Monsenhor Tihamer. Na linda natureza de Deus. Editora S. C. J., 1945, p. 185-187)