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História Eclesiástica

História Eclesiástica

História da Igreja 2ª Época: Capítulo VII

São Bento e o monte Cassino

A vida monástica iniciada por São Paulo primeiro eremita e alentada, propagada e vinculada a determinadas regras por Santo Antão na Tebáida, aplicada ao clero por São Eusébio de Vercelli e espalhada na África por Santo Agostinho, recebeu por obra de São Bento na Itália e em toda a Europa ocidental, um regulamento fixo e uma difusão assombrosa. Este astro luminoso da Igreja nasceu em Núrcia no ducado de Spoleto. Enviado a Roma para seguir seus estudos encheu-se de tal espanto vendo a corrupção de seus companheiros, que na idade de quinze anos decidiu-se a abandonar o mundo e a retirar­-se em uma profunda caverna a quarenta milhas da cidade. Deus, porém, que o destinava para maiores coisas, permitiu que o encontrassem muitos de seus companheiros e condiscípulos que atraídos por sua virtudes e milagres, iam em grande número visitá-lo. As famílias romanas se consideravam ditosas em confiar-lhe a educação de seus filhos, e lhe consagravam tanto afeto que já não queriam separar-se dele; por isso teve de edificar doze mosteiros para os receber. (Ano 528). O mais célebre entre estes é o do Monte Cassino, no reino de Nápoles, centro da ordem de São Bento. Quando se estabeleceu ali o Santo, ainda existia sobre o monte um templo dedicado a Apolo, deus adorado pelos habitantes daqueles arredores. São Bento quebrou o ídolo e o altar e converteu aquele povo à verdadeira fé. Ano 529.

História da Igreja 2ª Época: Capítulo VI

São Máximo de Turim

São Máximo bispo de Turim, é muito conhecido na história pela santidade de sua vida, por seus escritos e sobretudo por seus sermões, que constituem ainda agora um dos ornamentos do breviário romano. Combateu. com ardor os erros de Nestório e de Eutiques, e era tido em tão alta estima, que no Concílio romano, celebrado sob o Papa Hilário, sucessor de São Leão, ocupava o primeiro assento depois do Pontífice. Trabalhou muito para não permitir que a heresia invadisse o Piemonte, e para desarraigar a superstição dos pagãos, que ainda existiam em Turim, e lugares vizinhos. Era tão caritativo para com os pobres que, se algum estrangeiro perguntasse pela casa do bispo, respondiam-lhe que podia entrar com confiança na casa que visse rodeada de mendigos, pois essa seria certamente a casa do bispo. Sustentava e promovia uma terníssima devoção para com a Mãe de Deus e falava dela com muito zelo em seus sermões, afirmava que esta fora achada digna de ser morada do Filho de Deus antes por sua graça original do que por suas virtudes. Conta-se este santo entre os mais doutos escritores da Igreja. Descansou no Senhor no ano 474 mais ou menos.

História da Igreja 2ª Época: Capítulo V

Donatistas e Santo Agostinho

Os Donatistas que tinham sido condenados solenemente no Concílio de Latrão, no pontificado de São Melquíades, sossegaram por algum tempo; porém pouco depois voltaram mais furiosos que antes. Apoderaram-se a mão armada das igrejas, saquearam e destruíram os altares e os demais objetos sagrados, e sua impiedade chegou até batizarem de novo, e à força a os que já tinham sido batizados, tratando cruelmente os que não queriam consentir nisso. A Providência, porém, suscitou, na pessoa de santo Agostinho, um bispo esclarecido por sua santidade e doutrina, que devia vencê-los juntamente com outros hereges. Nasceu em Tagaste cidade da África no ano 354, e durante a juventude levou uma vida desregrada. Deus, porém, que o chamava para grandes coisas, ouviu as orações de sua mãe Santa Monica, e o atraiu a si de um modo extraordinário.

História da Igreja 2ª Época: Capítulo IV

Santo Hilário

Contra os esforços que a heresia e a perseguição faziam em prejuízo da fé, suscitou Deus uma série de homens célebres pela santidade e doutrina, chamados comumente Doutores ou Mestres da Igreja. Estes pelo heroísmo de suas virtudes, pela profundidade de sua ciência e por zelo incansável, foram a salva-guarda do Evangelho em várias partes do mundo. Um destes bispos e doutores insígnes foi Santo Hilário de Poitiers, que com justiça se pode chama-lo apóstolo das Gálias, suscitado contra os arianos. Nascido de pais nobres, estes o instruíram em todos os ramos da literatura e das ciências e tanto aproveitou que ainda jovem, passava por um dos oradores mais eloquentes. Apenas conheceu a religião cristã, recebeu o batismo e começou a praticá-la com o exercício das mais sublimes virtudes. A extraordinária ciência e santidade que o adornavam foram motivo para que o nomeassem bispo de sua pátria; ele se opôs quanto pode, e somente aceitou o honroso cargo quando conheceu ser essa a vontade de Deus. A nova dignidade não produziu nele senão maior entusiasmo pela glória de Deus. Não poupou esforços ou fadigas para dar-se todo a todos e ganhá-los todos a Jesus Cristo. Sua casa foi a casa dos pobres; para eles era tudo o que possuía. Pregava com tamanho fervor a palavra de Deus, que os gentios e até os próprios arianos, em grande número naquelas regiões, corriam estupefatos a ele para que os instruísse nas verdades católicas.

História da Igreja 2ª Época: Capítulo III

Concílio de Rimini

Constâncio filho e sucessor de Constantino no Oriente, favoreceu desgraçadamente o arianismo, e para fazê-lo triunfar, reuniu um concílio em Rimini: porém todos os bispos, a uma voz, pronunciaram anátema contra os arianos. Não satisfazendo isto ao imperador, mandou um oficial seu ao concílio, o qual com promessas e ameaças induziu a maior parte dos bispos a subscrever uma fórmula de fé, na qual não se achava a palavra consubstancial. Conquanto essa fórmula não fosse herética, não exprimia, entretanto, com suficiência, a fé de Nicéia. Os aranos se jactaram muito com isso, como se com essa fórmula se tivesse adotado sua heresia, porém os bispos que a tinham firmado quando conheceram o sentido perverso que lhe davam os hereges se opuseram a ela, e professaram seu apego à fé de Nicéia. O Papa Libério unido aos blspos de todo o mundo, levantou a voz contra este escândalo, não servindo desta maneira nem a violência, nem a astúcia para obscurecer a fé católica. Ano 359.

História da Igreja 2ª Época: Capítulo II

São Brás, bispo de Sebaste

Após a morte de São Melquíades foi eleito São Silvestre romano de nascimento, para ocupar o lugar de São Pedro, como pastor da Igreja universal. Coube-lhe a sorte de tomar o governo da Igreja enquanto era protegida por Constantino; porém também teve a dor de ver perseguidos os cristãos pelo imperador Licinio que reinava no Oriente. Este tinha prometido a Constantino não os perseguir; porém faltou a sua palavra. A perseguição fez-se sentir especialmente em Sebaste, cidade cuja sede episcopal achava­se ocupada por São Brás, varão esclarecido por suas virtudes e milagres. Achava-se próximo ao martírio, quando se apresentou uma mãe aflita que pos a seus pés o filho único, próximo a morte, sufocado por ter-se-lhe atravessado na garganta uma espinha de peixe. Brás enternecido fez breve oração, e o menino ficou logo livre de todo tormento e perigo. Deste milagre se originou a devoção que os fiéis tem a São Brás contra males da garganta, como também a benção que estes invocam no dia de sua festa.

História da Igreja 2ª Época: Capítulo I

História Eclesiástica: 2ª Época

Desde a conversão de Constantino no ano 312, até a origem do maometismo no ano 622. (abrange um período de 310 anos.)

Constantino, o Grande

Era filho de Constantino Cloro e de Santa Helena. Após a morte de seu pai, que dominava a Grã-Bretanha e as Gálias na qualidade de Cesar, foi proclamado imperador por seus soldados. Conquanto não se achasse ainda instruído na fé, amava os cristãos, e dando-lhe estes provas de sua fidelidade em várias ocasiões, ordenou que cessasse a perseguição na Grã-Bretanha e nas Gálias onde ele governava, e que dali em diante os cristãos fossem tratados como os demais cidadãos. Conseguiu este imperador grandes vitórias entre as quais ocupa o primeiro lugar a que obteve contra Maxêncio, filho de Maximiano e seu sucessor no trono. Pelos vícios da avareza e da crápula se tinha tornado Maxêncio desagradável a todos os bons, de modo que de todas as partes chamavam a Constantino para livra-los daquele tirano. Constantino não titubeou em tomar as armas para combater contra o inimigo da humanidade e da religião. Foram formidáveis os preparativos de guerra que se fizeram de ambas as partes. Maxêncio, segundo dizem os historiadores, tinha cento e sessenta mil homens a pé e dezoito mil a cavalo, ao passo que Constantino não tinha mais do que quarenta mil. A desigualdade da força atemorizou algum tanto a Constantino: mas Deus serviu-se disso para apartá-lo do culto dos deuses impotentes, tirá-lo daquele perigo e trazê-lo ao conhecimento do verdadeiro Deus.

História da Igreja 1ª Época: Capítulo XXI

São Marcelo

Foi eleito este Papa para suceder a São Marcelino, e governou com muito zelo a Igreja, durante cinco anos. Sagrou vários bispos, entre os quais figura São Emígdio, a quem enviou a pregar em Ascoli, Piceno, e foi o primeiro bispo daquela cidade, onde coroou seu apostolado com o martírio. Maxêncio, filho de Maximiano, que estava de acordo com Galério para perseguir os cristãos, logo que soube que Marcelo era seu chefe, o mandou prender, e o ameaçou com a morte se não renunciasse a sua dignidade e não sacrificasse aos ídolos. Recusando-se com grande constância a obedecer foi Marcelo condenado a servir nas cavalariças imperiais; porém o homem de Deus, ainda no desempenho de tão baixo ofício, não deixava de prover a manutenção da fé. Depois de nove meses de cárcere, foram de noite seus clerigos, e tirando-o daquele lugar, o conduziram a uma casa dos cristãos onde havia um oratório secreto. Achava-se este oratório em Roma, no lugar onde se levanta hoje a formosa Igreja de São Marcelo. Ao saber disto, Maxêneio transformou a Igreja em estrebaria e tendo feito levar ali vários animais, condenou o Papa a servi-los. Ali, consumido pelos trabalhos e sofrimentos, morreu pela fé no ano 309.

História da Igreja 1ª Época: Capítulo XX

São Caio e a décima perseguição

A São Xisto II sucedeu São Dionisio que governou a Igreja onze anos e três meses. A este sucedeu São Felix, que ocupou cerca de três anos a sede de São Pedro Em sua morte subiu ao trono pontifício Santo Eutiquiano, que o ocupou durante oito anos e dez meses; ambos morreram mártires. Depois do martírio de Santo Eustaquiano, elegeram Papa a São Caio, sobrinho do Imperador Diocleciano. Nascera em Solona cidade marítima do Adriático, de pais nobres e ricos; foi enviado a Roma para cursar seus estudos. Tendo tido ali ocasião de conhecer o Evangelho se fez cristão e mais tarde abraçou o estado eclesiástico. Trabalhou muito nos pontificados de São Felix e de Santo Eutiquiano, e quando este último ganhou a palma do martírio, o elegeram para para lhe suceder, no ano 283. Durante o segundo ano de seu pontificado (284) rebentou a perseguição de Diocleciano, que foi a mais sanguinolenta de todas as que a precederam. São Caio, como, sobrinho do imperador, não deixou de o repreender vivamente; porém em vão, porque o imperador, para captar as simpatias dos pagãos, renovou o decreto imperial, no qual declarava que a idolatria era a única religião do império. Acrescentava-se nesse decreto que não podia se fazer compra nem venda, sem primeiro oferecer incenso aos ídolos. Para este fim foram colocadas pequenas estátuas, representando ídolos, em todas as esquinas dos palácios, das ruas, das praças, perto dos poços, das fontes e dos negócios de comestíveis, e nada podia se comprar sem sacrificar antes àquele pequeno ídolo.

História da Igreja 1ª Época: Capítulo XIX

São Xisto II e os Sabelianos

A São Cornélio sucedeu São Lúcio que ocupou a santa Sé somente dezesseis meses, pois caiu sobre ele a espada da perseguição. À sua morte foi eleito São Estevão que também sofreu o martírio depois de três anos de pontificado. Sucedeu-lhe no trona de São Pedro Xisto II, ateniense, que permaneceu nele um ano somente. o que mais ocupou seu zelo foi a heresia dos Sabelianos, chamada assim por Sabélio, que foi seu autor. Nasceu este em Tolemaida e começou a espalhar seus erros no ano 250. Entre outras extravagâncias dizia que não havia distinção real entre as três pessoas da Santísslma Trindade, e que o Pai era a mesma pessoa que o Filho e o Espírito Santo. São Dionisio, bispo de Alexandria, foi primeiro a declarar-se contra os novos erros. A princípio os combateu energicamente com palavras, porém mais tarde pos por escrito a doutrina dos Sabelianos e sua refutação, e a enviou ao mesmo Sumo Pontífice em forma de carta. São Dionisio escreveu também outra carta a São Xisto para consulta-lo sobre algumas questões difíceis.