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Breviário da Confiança

Breviário da Confiança

As Noites

Meditação para o Dia 27 de Março

Para a contemplação, exige Deus uma grande pureza de coração, um desapego total das criaturas e de nós mesmos. Ora, até as almas adiantadas na perfeição estão sujeitas a imperfeições e sentem renascer, embora atenuadas, as misérias dos vícios capitais. A fim de preparar essas almas fiéis e generosas ao mais alto grau de contemplação, Deus lhes envia provas, chamadas passivas, porque é Ele quem as produz, não tendo a alma senão que as aceitar pacientemente. Ninguém descreve melhor essas provações do que São João da Cruz, na sua “Noite Obscura”.

Confiança Obstinada

Meditação para o Dia 26 de Março

Podem-se pôr limites ao que é infinito? Pois não é infinita a misericórdia Divina, não é um Oceano Infinito de Misericórdia? Se o Senhor é infinitamente justo, é também infinitamente Misericordioso. E, neste mundo, vivemos no tempo da Misericórdia. Abri o Evangelho. Tudo ali vos inspira confiança e enche o coração. Por que duvidar, se empenhamos da nossa parte todos os nossos esforços, porque desconfiar de um Pai tão bom e poderoso? Nosso Senhor é o Pai do filho pródigo, e o Bom Pastor. Por que nos deixou Ele, no Evangelho, parábolas tão belas, tão comovedoras? Não foi para a manifestação da Sua bondade infinita?

Sim! “Fiat!”

Meditação para o Dia 25 de Março

A mais bela palavra que disse Nossa Senhora foi o “Fiat”, o sim da Anunciação. E dessa palavra nos veio a Redenção, com Jesus, e Jesus Crucificado. Como é poderoso o Sim! Como ele opera maravilhas! O Anjo manifesta a Vontade do Altíssimo e Nossa Senhora, sem hesitar, responde:

Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Sua palavra.

E toda a vida de Maria foi um sim, um “fiat”, um ato de abandono perfeito, total, à Vontade do Pai Celeste.

A Bolinha do Menino Jesus

Meditação para o Dia 24 de Março

Que faz uma criança quando ganha uma bolinha nova e graciosa? Alegra-se, toma-a, cheia de carinho, sorri, feliz brinca com seu pequenino tesouro. Depois, atira-a para um canto, onde fica muito tempo esquecida. Um belo dia toma de novo a sua bolinha e com ela brinca e se diverte. E, quando dela se farta, se encontra um alfinete, fura-a toda e acaba por despedaçá-la, curiosa. Fica assim o destino da bolinha sujeito aos caprichos da criança!

O Labirinto

Meditação para o Dia 23 de Março

As provações espirituais, preciosas, na verdade, porém duras, Deus só as envia aos seus amigos prediletos. A santidade é o mais difícil e o mais penoso dos trabalhos. A vida contemplativa só é fecunda e bela porque se passa num verdadeiro calvário. Às alegrias sensíveis e consolações sem par dos primeiros dias de fervor, sucede-se uma aridez penosa. Meu coração é de gelo – dizem as pobres almas – sinto que não tenho amor a Jesus, perdi minha piedade, estou condenada! Que desolação! Vêm logo as alternativas de fervor e aridez. Nas consolações, no fervor sensível, compreende-se tudo, caminha-se com segurança, em pleno dia, à luz do sol radiante e belo. Depois, entra-se numa floresta espessa e já não se pode ver mais a estrada certa. É a desorientação. Nem a palavra do diretor espiritual já nos conforta.

Fantasmas do Crepúsculo

Meditação para o Dia 22 de Março

Há um sofrimento reservado às almas interiores, aos amigos de Jesus: o da secura ou aridez, que se costuma chamar desolação. Jesus, na conversão das almas para o Seu Amor, enche o coração fiel de consolações sensíveis. É uma doçura rezar, meditar, estar bem junto do Sacrário. As comunhões são tão doces! Estaríamos horas inteiras nas doçuras de uma meditação, de uma visita ao Santíssimo, de um terço aos pés de Nossa Senhora! É o Tabor! Faríamos o nosso tabernáculo ao pé do Sacrário e lá permaneceríamos uma eternidade. Para nos desapegar das doçuras terrenas, enche-nos Nosso Senhor das doçuras do Céu.

O “Rádium”

Meditação para o Dia 21 de Março

Para o “câncer” a medicina emprega com efeitos maravilhosos, em muitos casos, o “rádium”. Expor a úlcera ao “rádium” é soberano remédio. Na vida espiritual há um “câncer” terrível e perigoso: a impureza. Parece incurável e, se não há cuidado em tratá-lo, deita raízes, envenena toda a alma, arrasta-a ao abismo e à morte. Que fazer quando a ferida perigosa está minando o organismo? Procurar sem demora um bom médico e um instituto de “rádium”. O bom médico, no caso da impureza espiritual, é Nosso Senhor, Médico Divino de nossas almas. A sua Misericórdia Infinita é o “Rádium”, Soberano, que tudo cura. Vamos ao Instituto de “Rádium” que se encontra em toda parte e nada custa: a capela, onde se acha Nosso Senhor Sacramentado, a Hóstia Imaculada da Santa Comunhão.

Uma Virtude Antipática

Meditação para o Dia 20 de Março

Simpática aos outros e antipática ao nosso amor-próprio, é a virtude da humildade. A nossa natureza dificilmente a suporta e, sempre revoltada, vive a maltratá-la. Nessa revolta, só a humilhação nos ajudará eficazmente a abater o nosso orgulho, inclinando-nos à humildade.

“A humilhação leva à humildade – diz São Bernardo (1) – assim como a paciência à luz e o estudo à ciência”

Quereis provar se vossa humildade é verdadeira, até onde vai, se adianta ou recua? As humilhações vos fornecerão o meio. Sem humilhação não se pode conhecer bem o verdadeiro humilde.

São José, Modelo de Paciência

Meditação para o Dia 19 de Março

Da vida de São José nada consta de extraordinário. Tudo simples. Não foi um taumaturgo, não fez milagres em vida, não profetizou, não consta fenômeno algum, a seu respeito, da natureza daqueles que, à leitura da vida de alguns santos, arrebatam-nos a admiração. O milagre maior do Santo Patriarca foi o do seu abandono e conformidade à Vontade de Deus. Que modelo de paciência! Pensa em abandonar a Esposa após a encarnação do Verbo. É avisado pelo Anjo e sem demora obedece. Nasce Jesus na pobre manjedoura, e ali está São José, cheio de amor e confiança, adorando o Verbo feito Homem.

“Um Grande Operário”

Meditação para o Dia 18 de Março

Ninguém se queixe de pouca inteligência ou pouca aptidão para isto ou aquilo, principalmente no serviço de Deus. Considerar-se assim é uma fonte de muita tristeza para quem não crê firmemente nos desígnios da Divina Providência. Se Nosso Senhor nos chama, pela obediência, para alguma obra ou trabalho superior às nossas forças, não desanimemos. O operário faz os seus instrumentos de tamanho, grossura e forma apropriados à obra que quer executar. Do mesmo modo, Deus nos distribui o espírito e os talentos segundo os desígnios que tem a nosso respeito, para o seu serviço, na medida da glória que daí quer tirar. Para que nos queixarmos de que não possuímos esta ou aquela aptidão, este ou aquele talento? O Divino Operário sabe o que faz! Para as obras Divinas, qualquer instrumento serve. E, em geral, o Senhor aproveita os piores, os mais miseráveis, para mostrar que a obra é toda Sua e não humana.