Meditação para a Décima Sexta Sexta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a mortificação do próprio espírito, e consideraremos os seus três principais desvarios, que são: 1.° Os pensamentos inúteis; 2.° Os pensamentos estranhos; 3.° Os arrojos do próprio juízo. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nos aplicarmos unicamente à obra que temos a fazer a cada momento, e a fazê-la com o fim de agradar a Deus; 2.° De expulsarmos os pensamentos inúteis ou estranhos, logo que os advirtamos; 3.° De desconfiarmos do nosso próprio juízo. O nosso ramalhete espiritual será a palavra da Imitação:"Fazei o que fazeis" - Age quod agis
Mês de Outubro
Breve introdução sobre o Recolhimento, Silêncio e o Apóstolo Patrono
Muitas pessoas há, que não podem, por mais que o queiram, recolher-se à solidão e separar-se das criaturas para se ocuparem só com Deus; cumpre, porém, observar que pode a gente gozar dos benefícios da solidão do coração em outros lugares que não sejam desertos e grutas. Aqueles mesmos que se vêem na necessidade de viver no mundo podem sempre conservar, ainda no meio dos caminhos, praças públicas e ocupações, a solidão do coração e a união com Deus, uma vez que tragam o coração livre de mundanos apegos. Nenhuma ocupação impede a solidão do coração, uma vez que tenha por objeto o cumprimento da vontade de Deus. Se quiseres entreter-te continuamente com Deus, ama a solidão. Toma a peito as palavras que o Senhor disse um dia a Santa Teresa:Por isso ocupa-te com o mundo só tanto quanto o exigirem teus deveres de estado, a obediência ou a caridade. Prepara no íntimo de teu coração uma camarazinha escondida para ai te recolheres em Deus. Para isso tem em grande apreço o silêncio, pois quem não o ama nunca achará a solidão. Segue o conselho de Santo Efrem:“Com que gosto não falaria eu com muitas almas; mas o mundo faz tanto barulho em seus corações, que elas não ouvem mais a minha voz"
Marca uma hora certa do dia para o silêncio e retira-te durante ela para um lugar solitário. Se isso não te for possível, procura ganhar de vez em quando alguns momentos livres para o recolhimento interior. Compenetra-te bem da verdade de que Deus está a teu lado em toda a parte e observa todas as tuas ações.“Fala muito com Deus e pouco com os homens"
Esse pensamento te ajudará a evitar todo o pecado e ter em vista unicamente o beneplácito de Deus em tudo que fizeres. Acostuma-te a dirigir tuas vistas das criaturas a Deus, que lhes deu a existência e destinou-as ao nosso serviço. Faze então atos de agradecimento e amor, recordando-te que Deus, desde toda a eternidade, pensou em obrar tantas maravilhas para ganhar teu coração. Procura, além disso, avivar a tua fé na verdade de que Deus mora de um modo especial em lua alma:“Nele vivemos, nos movemos e somos” (At 17, 28)
Ele habita em ti cheio de amor e bondade para te iluminar, te dirigir e te assistir em tudo que pode servir para tua eterna salvação. Acostuma-te por isso a falar com Ele da maneira mais íntima, cheio de confiança e amor como com teu melhor amigo. Ele gosta que te entretenhas mui familiarmente com Ele. Os amigos, no mundo, tem suas horas marcadas, em que se entretêm mutuamente e as em que estão separados uns dos outros; mas não há hora de separação entre Deus e ti, contanto que queiras. Ele não se separa de ti, mesmo quando descansas. Fala, portanto, com Ele tanto quanto te for possível; se amas, sempre terás alguma coisa a dizer-Lhe. Trata com Ele a respeito de teus negócios, teus planos, teus sofrimentos e tudo o que te diz respeito. Ele acha satisfação se Lhe comunicas tudo, mesmo as mínimas coisas, até as mais vulgares. Entretém-te repetidas vezes com Ele por meio de curtas mas fervorosas jaculatórias e suspiros de amor. Se te ocupaste por mais tempo com negócios que distraem, cuida em te recolher novamente em Deus por meio de piedosas aspirações. Sumário I. A sua natureza II. Do Amor à Solidão III. Do Silêncio IV. Do andar na Presença de Deus V. O Recolhimento do Redentor VI. A Prática do Recolhimento e do Silêncio VII. Orações para alcançar a Virtude do Mês“Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espirilo de Deus mora em vós?" (1 Cor 3, 16)
O Rosário e São Domingos
Leão XIII afirma sempre em suas Encíclicas com a tradição, que o Rosário foi instituído por São Domingos sob a ordem e inspiração da Mãe de Deus, a Rainha do céu (1).Todos os Papas desde Xisto IV aceitaram esta tradição e a confirmaram em preciosos documentos. No século XVIII, o Bolandista Cuyper contestou esta gloriosa tradição em nome da crítica histórica e escreveu:"O Rosário, diz, cujo rito a Mãe de Deus ensinou em pessoa a São Domingos para que ele o propagasse" - Magne Dei Matris, 7 de Setembro 1892
“Só temos a autoridade dos Papas e confessamos que ela é grande e é favorável à Tradição. Todavia, num assunto puramente histórico, os eruditos católicos podem discutir e ter opiniões contrárias. As bulas deste gênero não confirmam fatos históricos. Em geral os Papas dizem como provável o que apresentam”
Meditação para a Décima Sexta Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a mortificação da língua, e veremos: 1.º Quão nociva é a língua, quando se não sabe refreá-la; 2.° Quão útil é, quando refreada. — Tomaremos depois a resolução: 1.º De nos lembrarmos, quando falarmos, de que Deus ouve todas as nossas palavras e nos obrigará a dar uma rigorosa conta delas; 2.° De nunca falarmos do próximo senão para dizer bem dele ou ao menos de nada dizermos que o ofenda; 3.° De falarmos pouco e com moderação: quem fala muito e fala alto, fala sem reflexão e sem prudência. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Apóstolo São Tiago:"Se algum cuida que tem religião não refreando a sua língua, a sua religião é vã" - Si quis putat se religiosum esse, non refrenens linguam suam... hujus vana est religio (Zc 1, 26)
Essência do Rosário
O Rosário é uma prática de devoção em honra de Jesus e Maria. Desde a sua Encíclica primeira, a definiu Leão XIII:Está aí a definição clássica e completa do Rosário dada pelo Papa na Encíclica Supremi Apostolatus de 1.º de Setembro de 1883. Rosário, como o lembra a etimologia da palavra, vem de rosa. É uma coroa de rosas de Ave-Marias em honra de Maria Santíssima, a Rosa Mística. Compõe-se de quinze dezenas de Ave-Marias e 15 Pai-Nossos.“É uma fórmula composta por São Domingos que nos recorda em ordem, os mistérios de nossa salvação, para a nossa meditação, e, junta a esta meditação, uma coroa mística composta de dezenas de Ave-Marias intercaladas de Pai-Nossos”
Meditação para a Décima Sexta Quarta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a mortificação de gênio, e veremos: 1.° As tristes consequências do gênio não mortificado ou do mau gênio; 2.° As vantagens do gênio mortificado ou do bom gênio; 3.° Os meios de corrigir o nosso gênio. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De pedirmos muitas vezes a Deus a reforma do nosso gênio; 2.° De nunca falarmos, obrarmos ou tomarmos uma decisão, quando estivermos de mau humor, mas de tomarmos tempo para refletir antes de obrar, ou de falar. O nosso ramalhete espiritual será o conselho do Espírito Santo:"Não façais todas aquelas coisas, que quereis" - Non quaecumque vultis, ilia faciatis (Gl 5, 1)
Origem
Outubro é verdadeiramente o nosso mês das flores. O mês das rosas. A primavera. Maio só o podemos chamar o mês das flores da nossa piedade e fervorosa devoção à Maria. É o nosso outono. Só temos flores nos jardins porque vivemos numa primavera eterna. Já não é assim outubro. Vicejam rosas e lírios, as flores simbólicas de Nossa Senhora. É o nosso mês de Maria — Rosa mística, a Rainha do Santíssimo Rosário. Ao mês de maio quis a piedade católica juntar mais um mês durante o ano, consagrado à Mãe de Deus. E como o Rosário é a mais bela e a mais alta expressão do culto à Maria, a rainha das devoções marianas, e, em outubro, se celebra a Festa litúrgica de Nossa Senhora do Rosário, ficou pois naturalmente consagrado este belo mês ao Rosário.Meditação para a Décima Sexta Terça-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Continuaremos esta semana as nossas meditações sobre a mortificação, e veremos que devemos mortificar a nossa vontade: 1.° No que ela quer; 2.° No que ela deseja. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De aproveitarmos, agradecidos, todas as ocasiões que a Providência nos oferecer de contrariar a nossa vontade e os nossos desejos, a fim de os acostumar a ceder sempre ao dever; 2.º De termos hoje uma vida bem regulada, sem nada conceder ao capricho. O nosso ramalhete espiritual será a palavra de Nosso Senhor:"Pai, não se faça a minha vontade, senão a vossa" - Pater... non mea voluntas, sed tua fiat (Lc 32, 42)
Meditação para a Décima Sexta Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
O primeiro objeto sobre que devemos praticar a mortificação, são as nossas paixões. Veremos: 1.° A necessidade de as mortificar; 2.° A necessidade de mortificar principalmente a paixão dominante. — Tomaremos a resolução: 1.° De aproveitarmos com alegria todas as ocasiões, que se ofereceram durante o dia, de mortificar-nos; 2.º De nos examinarmos cada dia acerca da paixão dominante. O nosso ramalhete espiritual será a palavra da Imitação:"A medida dos vossos progressos será a medida das violências que a vós mesmos fizerdes" - Tantum proficies quantum tibi ipsi vim intuleris (1 Imitação 25, 11)