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Author page: Gabriel

Do bem inefável que é a graça divina e do grande mal que é a inimizade com Deus

"Caríssimos, não descuidemos de nossa salvação. Sabei que se alguém se entrega a Deus de todo o coração, Deus tem piedade dele e lhe concede o Espírito de conversão." (Santo Antônio Abade)
"Caríssimos, não descuidemos de nossa salvação. Sabei que se alguém se entrega a Deus de todo o coração, Deus tem piedade dele e lhe concede o Espírito de conversão." (Santo Antônio Abade)

Confira as importantes advertências de Santo Afonso para bem aproveitar esta obra!

CONSIDERAÇÃO XIX

Nescit homo pretium ejus - "Não compreende o homem o seu preço" (Jo 28, 13)

PONTO I

Diz o Senhor que aquele que sabe distinguir o precioso do vil é semelhante a Deus, que reprova o mal e escolhe o bem (Jr 15,19). Vejamos quão grande é a graça divina, e que mal mesmo é a inimizade com Deus. Os homens não conhecem o valor da graça divina (Jo 28,13). Por isso é que trocam por ninharia, um fumo sutil, um punhado de terra, um deleite irracional. E, todavia, ela é um tesouro de valor infinito, que nos torna dignos da amizade de Deus (Sb 7,14); de modo que a alma no estado da graça é amiga do Senhor. Os pagãos, privados da luz da fé, julgavam impossível que a criatura pudesse manter relações de amizade com Deus; e, falando segundo o ditame de seu coração, não deixavam de ter razão, pois que a amizade — conforme diz São Jerônimo — torna os amigos iguais. Deus, contudo, declarou repetidas vezes que, por meio de sua graça, podemos tornar-nos seus amigos se observarmos e cumprirmos sua lei (Jo 15,14). Exclama São Gregório:
“Ó bondade de Deus! Não merecemos sequer ser chamados servos seus, e ele se digna chamar-nos seus amigos”.
Quanto se julgaria feliz aquele que tivesse a dita de ser amigo de seu rei! Mas, se a um vassalo fora temeridade pretender a amizade de seu príncipe, não obsta que uma alma aspire à amizade de Deus. Refere Santo Agostinho que, achando-se dois cortesãos num mosteiro, um deles começou a ler a vida de Santo Antônio Abade e, à medida em que ia lendo, seu coração se desprendia de tal modo dos afetos mundanos, que falou a seu companheiro nestes termos:
“Amigo, que é que procuramos?... Servindo ao imperador, que mais poderemos pretender do que conseguir sua amizade? E, mesmo que a tanto chegássemos, exporíamos a grande perigo a salvação eterna. Com grande dificuldade lograríamos ser amigos de César, enquanto desde já, se o quiser, posso ser amigo de Deus”.

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Em que consiste a felicidade dos bem-aventurados no céu

Entrada do Céu

Intra in gaudium Domini tui - “Entra no gozo de teu Senhor” (Mt 25, 21)

Sumário. Os bem-aventurados contemplando a Deus face a face e conhecendo as suas infinitas perfeições, amam-No imensamente mais que a si próprios e não desejam outra coisa senão verem-No feliz. Sabendo, além disso, que o seu Senhor goza e gozará eternamente uma felicidade infinita, acham nisto a sua complacência e o seu gozo e é este gozo de Deus que constitui o seu verdadeiro paraíso. Habituemo-nos a fazer muitas vezes atos de amor perfeito a Deus, alegremo-nos com o Senhor pela sua felicidade infinita, e assim começaremos a exercer na terra o ofício dos bem-aventurados no céu.

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Remorso do condenado por causa do bem que perdeu

Desespero (pintura de Vitoria Duarte)
Desespero (pintura de Vitoria Duarte)

Perditio tua, Israel; tantummodo in me auxilium tuum - “A tua perdição, ó Israel, toda vem de ti; só em mim está o teu auxílio” (Os 13, 9)

Sumário. O que mais atormenta o réprobo no inferno é o ver que perdeu o céu e o Bem supremo, que é Deus; e perdeu-O não por qualquer acidente ou por malevolência d´outrem, mas por sua própria culpa. Meu irmão, se no passado nós também tivemos a insensatez de renunciar por malícia própria ao paraíso, remediemo-lo enquanto houver tempo, antes que tenhamos de chorar eternamente a nossa desgraça. Talvez seja este o último apelo que Deus nos dirige.

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O tributo de Cesar e a obrigação de amar a Deus

Fidelidade à Deus: dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus

22º Domingo depois de Pentecostes

Reddite quae sunt Caesaris Caesari, et quae sunt Dei Deo - “Dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22, 21)

Sumário. Para convencer os fariseus da obrigação de pagarem tributo a Cesar, o divino Redentor mostrou-lhes a imagem estampada na moeda com que costumavam pagar o tributo. Lancemos nós também um olhar sobre nós mesmos: consideremos que fomos criados por Deus à sua imagem e semelhança; lembremo-nos mais que no santo batismo nos foi impresso o caráter indelével de discípulos de Jesus Cristo, e facilmente chegaremos a esta bela conclusão: Dai a Deus o que é de Deus.

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Necessidade que temos da intercessão de Maria Santíssima para nossa salvação

Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças

Gens et regnum, quod non servierit tibi, peribit - ““A gente e o reino que te não servir, perecerá” (Is 60, 12)

Sumário. Para a salvação, a graça divina é indispensável. Verdade é que esta graça nos foi merecida por Jesus Cristo, o Medianeiro de justiça; mas a dispensadora da graça é Maria Santíssima, por ser Mãe de Deus. É por isso que o demônio tanto esforço faz para arrancar da alma a devoção à Santa Virgem. O espírito maligno sabe que obstruído este canal de graças, tudo está perdido. Examinemo-nos, pois, se temos devoção verdadeira à divina Mãe e, descobrindo que nos temos relaxado, retomemos o nosso primeiro fervor.

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Sobre a conversão

O Sermão da Montanha (Carl Heinrich) Por Dom Henrique Soares da Costa Segundo os Evangelhos, Jesus nosso Senhor anunciou e trouxe a este mundo o Reinado do Pai, convidando Seus ouvintes à conversão. Esta, a conversão, é uma ideia central do cristianismo. Mas, que significa, realmente, converter-se? Mudar de rumo, mudar de atitude, de modo de ver, sentir, pensar, agir... Mas, gostaria de colocar outra questão: Qual o critério da conversão? Em outras palavras: se para alguém converter-se, deve mudar de uma atitude para outra, qual o critério de tal mudança? Como saber o que mudar e para qual direção apontar? Uma vez mais: qual o critério?

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Quinta palavra de Jesus Cristo na Cruz

Quinta Palavra de Jesus na Cruz: Tenho Sede

Sciens Jesus quia omnia consummata sunt, ut consummaretur Scriptura, dixit: Sitio - “Sabendo Jesus que tudo estava cumprido, para se cumprir ainda a escritura, disse: Tenho sede” (Jo 19, 28)

Sumário. É dupla a sede que sofre Jesus moribundo: a sede corporal, causada pelo cansaço das caminhadas, pela tristeza interior e pelo muito sangue derramado. Outra sede espiritual, isso é, o desejo da salvação eterna de todos os homens, que O faz anelar maiores tormentos, se for preciso. Ah! Se nos lembrássemos sempre desta dúplice sede do Senhor, não procuraríamos delicadezas supérfluas e esforçar-nos-íamos por reconduzir as almas a Deus. Longe de nos queixarmos das tribulações, desejá-las-íamos maiores por amor de Jesus Cristo.

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Felicidade dos religiosos em morarem junto com Jesus no Santíssimo Sacramento

Adoração Eucarística por uma Irmã Religiosa

Beati qui habitant in domo tua, Domine; in saecula saeculorum laudabunt te - “Bem-aventurados, Senhor, os que moram em tua casa; pelos séculos te louvarão” (Sl 83, 5)

Sumário. Se os mundanos estimam tanto serem chamados pelos reis para habitarem nos seus palácios, quanto mais os religiosos devem estimar o habitarem continuamente com o Rei do céu em sua casa? Meu irmão, já estás morando muito tempo com Jesus Cristo debaixo do mesmo teto; mas que fruto tiraste até agora de sua presença?... Procura ao menos aproveitá-la para o futuro, demorando-te o mais possível a seus pés, expandindo ali os teus afetos, as tuas aflições, os teus desejos de amá-Lo de todo o coração e de O contemplar um dia no céu.

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O Grande Segredo da Morte

Eis o segredo da morte: tudo não passa de fumaça, lodo e miséria

O mors, bonum est iudicium tuum homini indigenti - “Ó morte, é bom o teu juízo para o homem necessitado” (Eclo 41, 3)

Sumário. Durante a vida, as paixões fazem que os bens terrestres pareçam de modo muito diferente do que são; a morte, porém, mostra-os na sua verdade: fumaça, lodo e miséria. Meu Deus! Para que servirão as riquezas, quando não nos restar senão uma simples mortalha? Para que servirão honras e dignidades, quando não tivermos nada senão um cortejo fúnebre? Para que servirá a beleza do corpo, quando nada mais nos ficar senão vermes e podridão? Que grande segredo é o da morte! Como seria bem regrada a nossa vida se o soubéssemos aproveitar bem!

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Ele em tudo, Ele é tudo!

São Paulino de Nola

Das Cartas de São Paulino de Nola (355-431), bispo

Desde a origem do mundo que Cristo sofre em todos os Seus. Ele é «o princípio e o fim» (Ap 1,8); escondido na lei, revelado no Evangelho, Ele é o Senhor «sempre admirável», que sofre e triunfa «nos Seus santos» (2Ts 1,10; Sl 67,36). Em Abel foi assassinado pelo irmão; em Noé foi ridicularizado pelo filho; em Abraão conheceu o exílio; em Isaac foi oferecido em sacrifício; em Jacó foi reduzido a servo; em José foi vendido; em Moisés foi abandonado e rejeitado; nos profetas foi lapidado e dilacerado; nos apóstolos foi perseguido em terra e no mar; nos Seus inúmeros mártires foi torturado e assassinado.

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