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Author page: Gabriel

Do Número dos Pecados

Virar as costas á Deus

Confira as importantes advertências de Santo Afonso para bem aproveitar esta obra!

CONSIDERAÇÃO XVIII

Quia non profertur cito contra malos sententia, ideo filii hominum perpetrant mala - "Porquanto o não ser proferida sentença logo contra os maus, é causa de os filhos dos homens cometerem crimes sem temor algum" (Ecl 8, 11)

PONTO I

Se Deus castigasse imediatamente a quem o ofende, não se veria, sem dúvida, tão ultrajado como o é atualmente. Mas, porque o Senhor não sói castigar logo, senão que espera benignamente, os pecadores cobram ânimo para ofendê-lo. É preciso, porém, considerar que Deus espera e é pacientíssimo, mas não para sempre. É opinião de muitos Santos Padres (de São Basílio, São Jerônimo, Santo Ambrósio, São Cirilo de Alexandria, São João Crisóstomo, Santo Agostinho e outros) que Deus, assim como determinou para cada homem o número dos dias de vida, e dotes de saúde e de talento que lhe quer outorgar (Sb 11,21), assim, também, contou e fixou o número de pecados que lhe quer perdoar. E, completo esse número, já não perdoa mais, diz Santo Agostinho. Eusébio de Cesaréia e os outros Padres acima citados afirmam o mesmo. E não falaram estes Padres sem fundamento, mas baseados na Sagrada Escritura. Diz o Senhor, em certo lugar do texto, que adiava a ruína dos amorreus porque ainda não estava completo o número de suas culpas (Gn 15,16). Em outra parte diz:
“Não terei no futuro misericórdia de Israel (Os 1,6). Já por dez vezes me provocaram. Não verão a terra” (Nm 14,22-23)
E no livro de Jó se lê:
“Tendes selado, como num saco, as minhas culpas” (Jó 14, 17)
Os pecadores não tomam conta dos seus delitos, mas Deus enumera-os bem, a fim de os decifrar quando a seara estiver madura, isto é, quando estiver completo o número de pecados (Joel 3,13). Em outra passagem lemos:
“Não estejas sem temor da ofensa que te foi perdoada e não amontoes pecado sobre pecado” (Ecl 5,5)
Ou seja: é preciso, pecador, que tremas ainda dos pecados que já te perdoei; porque, se lhes acrescentares outro poderá ser que este novo pecado com aquele complete o número e então não haverá misericórdia para ti. Ainda mais claramente, em outra passagem, diz a Escritura:
“O Senhor espera com paciência (as nações) para castigá-las quando se completar a conta dos pecados, e então virá o dia do juízo” (2Mc 6,14)
De sorte que Deus espera o dia em que se completa a medida dos pecados, e depois castiga.

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O pecador desonra a Deus

Pecado: uma ofensa a Deus, causando-lhe injúrias por transgressão de Suas leis

Per praevaricationem legis Deum inhonoras - “Pela transgressão da lei desonras a Deus” (Rm 2, 23)

Sumário. O pecador desonra a Deus, porque, por um vil interesse, por uma indigna satisfação, renuncia à amizade divina. Se ao menos não O desonrasse na sua presença. Mas não, desonra-O ante seus próprios olhos, pois que Deus está em todos os lugares; e, mais ainda, para desonrá-Lo serve-se do mesmo corpo que Deus lhe deu para o glorificar. Que negra ingratidão! Quão amargurado não deve sentir-se o Coração amabilíssimo de Jesus!

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Abuso da Divina Misericórdia

“O Senhor é bom; mas também é justo. Não queiramos considerar unicamente uma das faces de Deus”. (São Basílio Magno)
“O Senhor é bom; mas também é justo. Não queiramos considerar unicamente uma das faces de Deus”. (São Basílio Magno)

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CONSIDERAÇÃO XVII

Ignoras quoniam benignitas Dei ad poenitentiam te adducit? - "Não sabes que a benignidade de Deus te convida à penitência?" (Rm 2, 4)

PONTO I

Lê-se na parábola do joio que, tendo crescido num campo essa má erva juntamente com a boa semente, os servos quiseram arrancá-la (Mt 13,29). O Senhor, porém, lhes objetou:
“Deixai-a crescer; mais tarde a arrancaremos para lançá-la ao fogo” (Mt 13,30)
Infere-se desta parábola, por um lado, a paciência de Deus para com os pecadores, e por outro o seu rigor para com os obstinados. Diz Santo Agostinho que o demônio seduz os homens por duas maneiras: “Com desespero e com esperança”. Depois que o pecador cometeu o delito, arrasta-o ao desespero pelo temor da justiça divina; mas, antes de pecar, excita-o a cair em tentação pela esperança na divina misericórdia. É por isso que o Santo nos adverte, dizendo:
“Depois do pecado tenha esperança na divina misericórdia; antes do pecado tema a justiça divina”
E assim é, com efeito. Porque não merece a misericórdia de Deus aquele que se serve da mesma para ofendê-lo. A misericórdia é para quem teme a Deus e não para o que dela se serve com o propósito de não temê-lo.

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O servo desumano e o perdão das injúrias

Servo Descaridoso

21º Domingo depois de Pentecostes

Sic et Pater meus coelestis faciet vobis, si non remiseritis unusquisque fratri suo de cordibus vestris - “Assim vos tratará meu Pai celestial, se do íntimo dos vossos corações não perdoardes cada um a seu irmão” (Mt 18, 35)

Sumário. O servo descaridoso, a quem o dono perdoou muito e não quis apiedar-se do companheiro que lhe devia pouco, é uma imagem viva daqueles cristãos que não querem perdoar a seu inimigo. Meu irmão, não te creio culpado de tamanho delito; mas considera bem, não sejas do número dos que julgam com severidade os defeitos dos outros e exigem tolerância para os defeitos próprios e talvez maiores. Sendo assim, não tardes em emendar-te; senão, serás julgado com o mesmo rigor e condenado pelo Pai celestial.

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Grandeza da Misericórdia de Maria Santíssima

Maria, Mãe de Misericórdia

Transite ad me omnes qui concupiscitis me, et a generationibus meis implemini - “Passai-vos a mim todos os que me cobiçais, enchei-vos dos meus frutos” (Eclo 24, 26)

Sumário. Quando a Santíssima Virgem vivia ainda na terra, já não podia ver algum necessitado sem socorrê-lo. Quanto mais misericordiosa não será agora que está no céu, de onde melhor vê as nossas misérias e nos ama com coração de Mãe! Não nos descuidemos portanto de recorrer a uma Mãe tão boa em todas as nossas necessidades e de pôr nela toda a nossa esperança. Mas, ao mesmo tempo, deixemos de lhe amargurar o coração pela nossa tibieza e pelos nossos pecados.

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Quarta palavra de Jesus Cristo na Cruz

Quarta palavra de Jesus na Cruz

Et circa horam nonam clamavit Iesus voce magna dicens: Deus meus, Deus, meus, ut quid dereliquisti me? - “E perto da hora nona deu Jesus um grande brado, dizendo: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mt 27, 46)

Sumário. Em castigo de nossos pecados, tínhamos merecido que Deus nos abandonasse nos abismos infernais entregues à desesperação eterna. Mas, para nos livrar, quis Jesus tomar sobre si a pena que nos era devida e ser entregue pelo Pai a uma morte sem alívio. Demos graças à bondade divina e em nossas desconsolações espirituais unamos a nossa desolação à de Jesus agonizante; lembremo-nos do inferno merecido e digamos: Senhor, seja feita a vossa santa vontade!

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Da Misericórdia de Deus

Jesus Misericordioso

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CONSIDERAÇÃO XVI

Superexaltat autem misericordia judicium. - "A misericórdia triunfa sobre o juízo" (Tg 2,13)

PONTO I

A bondade é comunicativa por natureza, isto é, tende a transmitir aos outros os seus bens. Deus, que por sua natureza é a bondade infinita, sente vivo desejo de comunicar-nos sua felicidade e, por isso, propende mais à misericórdia do que ao castigo. Castigar — diz Isaías — é obra alheia às inclinações da vontade divina.
“Levantar-se-á para fazer a sua obra (ou vingança), obra que lhe é alheia, obra que lhe é estranha” (Is 28,21).
Quando o Senhor castiga nesta vida, é para fazer misericórdia na outra (Sl 59,3). Mostra-se irritado a fim de que nos emendemos e detestemos o pecado (Sl 5). Se nos manda algum castigo, é porque nos ama e nos quer livrar das penas eternas (Sl 6). Quem poderá admirar e louvar suficientemente a misericórdia com que Deus trata os pecadores, esperando-os, chamando-os, acolhendo-os quando voltam para Ele?... E antes de tudo, que graça valiosíssima nos concede Deus em esperar pela nossa penitência!... Quando o ofendeste, meu irmão, o Senhor te podia ter feito morrer, mas, ao contrário, te esperou; e, em vez de castigar-te, te cumulou de bens e te conservou a vida em sua paternal providência. Fingia não ver teus pecados, a fim de que te convertesses (Sb 2,24). E como é isto, Senhor! Vós que não podeis ver um só pecador, vedes tantos e vos calais? (Hb 1,15). Vedes aquele impudico, aquele vingativo, esse blasfemo, cujos pecados crescem dia-a-dia e não os castigais? Por que tanta paciência?... Deus espera o pecador, a fim de que se arrependa e desse modo lhe perdoe e o salve (Is 30,18).

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Sobre ídolos e vidas fúteis…

Um tipo de Idolatria: a Tecnologia Por Dom Henrique Soares da Costa Meditando no Livro da Sabedoria, dei com estas palavras:
“Nenhum homem pode modelar um deus à sua semelhança: porque, sendo mortal, forja com suas mãos iníquas um morto! De fato, ele é melhor do que aqueles aos quais cultua, porquanto pelo menos vive, mesmo sendo mortal, ao passo que aqueles nunca viverão!” (Sb 15,16b-17).
São palavras contra a idolatria, culto aos falsos deuses e seus simulacros. No sentido bíblico mais profundo, a idolatria consiste em o homem endeusar, divinizar e idolatrar a criatura ao invés do Criador, divinizar a obra de suas mãos, como se fosse um deus que lhe pudesse dar a vida. Nossa cultura tem modelado tantos deuses: a tecnologia, a razão, as ciências tão avançadas, o divertimento, o culto do corpo e do bem estar, do sucesso e da fama, o prazer em todas as formas possíveis e imagináveis... E tem colocado em tudo isso a sua esperança de uma vida feliz, de realizar sua existência... Mas, é uma ilusão, uma armadilha: essas coisas não salvam, não dão o sentido, não podem servir de fundamento válido e duradouro para a existência! Elas simplesmente não são Deus; elas são vaidade, isto é, inconsistência! Aliás, como adverte o texto sagrado, o homem mortal – pó que o vento leva – não pode modelar um Deus imortal!

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Jesus no Santíssimo Sacramento, nosso bom Pastor

O Bom Pastor

Ego sum pastor bonus - “Eu sou o bom pastor” (Jo 10, 14)

Sumário. O ofício de bom pastor é guiar as suas ovelhas, apascentá-las e defendê-las contra os lobos devoradores. Depois de ter cumprido este tríplice dever durante toda a sua vida terrestre, Jesus continua a cumpri-lo no Santíssimo Sacramento do Altar. Aí Ele nos guia pelos exemplos, defende-nos contra os inimigos espirituais, e alimenta-nos com o seu corpo imaculado. Se quisermos progredir na vida espiritual, nunca percamos de vista o nosso amante Pastor, visitemo-Lo frequentemente, e lembremo-nos que, se ficarmos perto d'Ele, receberemos os seus mais especiais favores.

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Da Malícia do Pecado Mortal

"O homem é um miserável que nada pode, um cego que nada vê; pobre e nu, que nada possui" (Ap 3,17)
"O homem é um miserável que nada pode, um cego que nada vê; pobre e nu, que nada possui" (Ap 3,17)

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CONSIDERAÇÃO XV

Filios enutrivi et exaltavi; ipsi autem spreverunt me. - "Filhos criei e engrandeci-os; mas eles me desprezavam" (Is 1,2)

PONTO I

Que faz aquele que comete pecado mortal?... Injuria a Deus, desonra-O e, no que depende dele, cobre-o de amargura. Primeiramente, o pecado mortal é uma ofensa grave que se faz a Deus. A malícia de uma ofensa, diz São Tomás, se mede pela pessoa que a recebe e pela pessoa que a comete. A ofensa feita a um simples particular é sem dúvida um mal; mas constitui delito maior se é feita a uma pessoa de alta dignidade, e muito mais grave quando visa o rei... E Quem é Deus? É o Rei dos reis (Ap 17,14). Deus é a Majestade infinita, perante quem todos os príncipes da terra e todos os santos e anjos do céu são menos que um grão de areia (Is 40,15). Diante da grandeza de Deus, todas as criaturas são como se não existissem (Is 40,17). Eis o que é Deus... E o homem, o que é?... Responde São Bernardo: saco de vermes, pasto de vermes, que cedo o hão de devorar. O homem é um miserável que nada pode, um cego que nada vê; pobre e nu, que nada possui (Ap 3,17). E este verme miserável se atreve a injuriar a Deus? exclama o mesmo São Bernardo. Com razão, pois, afirma o Doutor Angélico, que o pecado do homem contém uma malícia quase infinita. Por isso, Santo Agostinho chama, absolutamente, o pecado mal infinito. Daí se segue que todos os homens e todos os anjos não poderiam satisfazer por um só pecado, mesmo que se oferecessem à morte e ao aniquilamento. Deus castiga o pecado mortal com as penas terríveis do inferno; contudo, esse castigo é, segundo dizem todos os teólogos, citra condignum, isto é, menor que a pena com que tal pecado deveria ser castigado.

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