Meditação para o Dia 07 de Novembro
1. "Tenho compaixão deste povo, porque, olhai: há já três dias que não se apartam de mim e não tem o que comer". Quanto fervor o deste povo! Seguiu a Jesus, apesar do perigo de não poder matar a fome. Não envergonham eles o teu pouco fervor, que julga demais ficar um quarto de hora na companhia de Jesus Sacramentado? Eles não se queixam da falta de viveres e da fome. E tu? Que sofres por amor de teu Deus? E apesar de não fazeres nada por Ele, ou só pouco, pretendes alto galardão no céu?Sofrimento Terrível
Meditação para o dia 06 de Novembro
Exclamava Jó, o profeta, e com ele repetem as santas almas do purgatório: Miseremini mei! Saltem vos amici mei, quia manus Domini tetigit me! — Tende compaixão de mim! Tende compaixão de mim! Ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão de Deus me feriu! Sim, a Justiça de Deus fere as benditas almas para as purificar e santificar e torná-las dignas do esplendor da glória celeste e da visão de Deus. E que sofrimentos incríveis padecem elas! Que fogo devorador! Fogo que acrisola o ouro e prepara os eleitos para a visão divina, a glória eterna! Sofrer é a condição das almas do purgatório. Pertencem elas à Igreja Padecente. Desde que o pecado entrou no mundo, só pela cruz Jesus nos salvou, e só pelo fogo do sofrimento chegamos ao céu. O purgatório foi chamado o oitavo sacramento do fogo. Sacramento da misericórdia na outra vida. As almas do purgatório, diz o Pe. Faber, estão num estado de sofrimento que a nada se pode comparar e nem se pode fazer uma ideia. Segundo Santo Tomás e Santo Agostinho, quanto ao sofrimento, as penas do purgatório são análogas às do inferno.Meditação para o Dia 06 de Novembro
1. Para curar o surdo-mudo, que lhe trouxeram, Jesus "tomou-o à parte do povo". Para achares a saúde de tua alma, deves seguir este exemplo, afastando-te das distrações humanas. Jesus "lhe meteu os seus dedos nos ouvidos". Fecha assim teus ouvidos às vaidades, abrindo-os à voz e às inspirações de Deus.A graça de Deus e a humildade devem guiar tua língua, preservando-a de palavras injustas, duras, pecaminosas; e fazendo-as falar sinceramente na acusação sacramental."Cuspindo, tocou com a saliva a sua língua"
Oxalá que afastasses também teu olhar, sempre mais e mais, da terra!"E, levantando os olhos ao céu, deu um suspiro"
Razões do Purgatório
Meditação para o dia 05 de Novembro
Qual a razão de ser do purgatório? É o pecado. É o obstáculo que impede a alma de entrar no céu sem estar purificada e digna da visão beatífica. O pecado mortal leva ao inferno. Separa para sempre a alma de Deus. Entretanto, veio o perdão pela infinita misericórdia e o pecador arrependido muda de vida e não mais volta aos seus desvarios. Todavia, não fez a devida penitência, não reparou o seu crime neste mundo por uma penitência. Fica-lhe ainda uma dívida a pagar à Divina Justiça. O pobre pecador culpado de muitas faltas veniais passa desta para outra vida, vai prestar contas a Deus. Aquele Deus de todo santidade, o Santo por excelência, a Justiça mesma, não quer condenar a quem já perdoou, não há de perder quem, embora manchado de leves culpas, de muitas imperfeições, não é todavia inimigo de Deus. Que há de fazer? Levá-lo para o céu, onde nada pode entrar manchado? Impossível! Seria ter uma noção errada da santidade e da infinita pureza de Deus, admitir este absurdo. Condenar às penas eternas quem, embora tivesse pecado, não chegou à culpa mortal e não se separou do Senhor porque não perdeu o estado de graça? Então para onde irá a alma assim manchada e não de todo santa e perfeita para o céu? Eis a razão a nos dizer: há de existir uma purificação além desta vida entre as duas eternidades, um purgatório que nos livre do inferno e que seja o vestíbulo do paraíso, uma expiação necessária para as almas. Pode-se ir para o purgatório por três motivos: primeira, pelos pecados veniais não remidos ou perdoados neste mundo; segundo, pelas inclinações viciosas deixadas em nossa alma pelo hábito do pecado; terceiro, pela pena temporal devida a todo pecado mortal ou venial cometido depois do batismo e não expiado ou expiado insuficientemente nesta vida. Caríssimos irmãos, no dia 2 de Novembro - quinta-feira - a Igreja celebrou todos os Fiéis Defuntos, no Dia de Finados. No dia anterior - 1° de Novembro - comemoramos a Solenidade de Todos os Santos, que, no Brasil, transfere-se para o domingo de hoje. Estas duas datas do calendário litúrgico - Todos os Santos e Finados - devem ser vistas juntas, e falam a todos nós, pois falam da vida a que somos chamados. Em Finados, rememoramos a verdade da nossa presente condição mortal e os novíssimos que sempre devem estar presentes diante do coração de todos os cristãos. Nós morreremos, e, com a morte, virá o juízo. Após este, aguardamos com esperança a graça do céu, se vivermos segundo a Lei de Deus. No entanto, ensina-nos a Santa Igreja que somente os perfeitos entrarão diretamente no céu: aqueles que já se purificaram de todas as imperfeições causadas pelos pecados cometidos - seja pela penitência e mortificação, seja pelas indulgências: os mártires, os recém-batizados, os penitentes, os grandes santos.
Meditação para o Dia 05 de Novembro
1. "E eis que uma mulher cananéia, saída daqueles confins, gritou, dizendo-lhe: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim; minha filha está muito atormentada de demônio. Mas Ele não lhe respondeu palavra". Quanta fé numa pagã! Contenta-se em expor sua necessidade e segue a Jesus, apesar de ver-se repelida.Mas ela veio e o adorou, dizendo:"Eu não fui enviado - diz Jesus - senão às ovelhas que se perderam da casa de Israel"
Mostras igual fé e perseverança?"Senhor, valei-me"
A Justiça e a Misericórdia
Meditação para o dia 04 de Novembro
Existe o purgatório, isto é, um lugar de expiação onde se purificam as almas para a visão beatifica. Quem é digno de subir à Montanha Santa? Quis ascendit in montem Domini? Quanta santidade e pureza de vida exige o Senhor dos que há de admitir à Sua presença, à presença daquele Deus três vezes Santo, ante o qual os serafins cobrem as faces com suas asas e os céus repetem: Sanctus, Sanctus, Sanctus — Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos! A pobre criatura humana tão miserável nem sempre, ao deixar a terra, é bastante pura e santa e merece a presença do Senhor, a visão beatífica. E também como há de ser condenada às chamas eternas a alma que, embora não tivesse pago a dívida dos seus enormes pecados na penitência desta vida, não é todavia merecedora do castigo eterno? Há de entrar no céu? Não. Lá só se encontram os santos e os puros de coração. E que pureza angélica requer a divina Justiça para o céu!Meditação para o Dia 04 de Novembro
1. O desejo irresistível e inato de felicidade não fica satisfeito pelos bens da terra; tanto os bens internos, como externos, são insuficientes. Se conseguires saber muito, restará ainda mais que ignoras; menos ainda poderão satisfazer-te outros bens. A riqueza, longe de apagar, aumenta a sede e tira a paz do coração. Honras e poder trazem desassossego de ânimo, expõem à crítica e à inveja. Ainda menos que tudo isto, gozos sensuais poderão trazer-te a felicidade, pois eles prejudicam a saúde corporal e espiritual, causam fastio e deixam remorsos.Com a morte tudo se acaba?
Meditação para o dia 03 de Novembro
Sim, é verdade, com a morte tudo se acaba. Lá se vão as riquezas, as honras, o luxo, as glórias terrenas e até nosso pobre corpo tão miserável se transforma num monturo asqueroso e horrível. Vamos ao pó donde viemos. Tu és pó e em pó te hás de tornar. Seremos quanto ao corpo, nada, pó, um punhado de lodo. Todavia, temos uma alma imortal, criada à imagem e semelhança de Deus, e esta não se acaba. É espiritual. Separa-se do corpo que ela vivificou, mas não morre. A morte não é mais do que a separação da alma do corpo. Então nem tudo se acaba na morte. Fica o principal, a alma. Fica tudo — uma alma remida pelo Sangue de um Deus. Não somos um bruto que nasce, cresce, morre e desaparece num monturo para sempre. Um amigo de Sócrates, o célebre filósofo grego condenado à morte, perguntou-lhe antes que o veneno da cicuta arrebatasse a preciosa vida:— Tem algum deseja para que o cumpramos? Porventura alguma disposição sobre o enterro?
Resposta de um pagão consciente da sua imortalidade.— Que querem? Meu amigo, pensam então em me sepultar? Podem enterrar meu corpo, mas a mim não poderão sepultar.