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Author page: Gabriel

As condições da oração

Capítulo III

I - Por quem e o que devemos pedir

1. As condições da oração

Jesus Cristo fez-nos a seguinte promessa:

“Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa a meu Pai, em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16, 23)

Muitos, diz São Tiago, pedem e não recebem, porque pedem mal:

“Pedis e não recebeis porque pedis mal” (Tg 4, 3)

São Basílio, explicando as palavras do Apóstolo, diz:

“Pedes e não recebes, porque tua oração foi mal feita ou sem fé, sem devoção ou desejo: ou porque pediste coisa que não se referia à tua salvação eterna, ou pediste sem perseverança”

Por isso Santo Tomás reduziu a quatro as condições requeridas na oração, para que obtenham o seu fruto: isto é, que o homem peça para si, coisas necessárias à salvação, com devoção e com perseverança.

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O valor da oração

Capítulo II

1. Como são preciosas a Deus as nossas orações!

São tão preciosas a Deus as nossas orações que Ele destinou os Anjos para lhe apresentarem imediatamente as que estamos fazendo.

“Os anjos, diz Santo Hilário, presidem as orações dos fiéis e diariamente as oferecem a Deus”

É este exatamente aquele sagrado incenso, isto é, as orações dos santos, que São João viu subir ao Senhor, oferecido pelas mãos dos anjos. Escreveu o mesmo Santo Apóstolo que as orações dos santos são como redomas de ouro, cheias de suave perfume e muito agradáveis a Deus. Mas, para melhor compreendermos quanto valem junto de Deus as nossas orações, basta ler nas divinas Escrituras as inumeráveis promessas que Deus faz a quem reza, quer no Antigo, quer no Novo Testamento.

“Chama por mim, e eu te ouvirei” (Jr 33, 3)

“Invoca-me e eu te livrarei” (Sl 49, 15)

“Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Mt 7, 7)

“Vosso Pai que está nos céus dará bens aos que lhe pedirem” (Mt 7, 11)

“Todo aquele que pede, recebe; todo o que busca, acha” (Lc 11, 10).

“Qualquer coisa, que pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus” (Mt 18, 19)

“Tudo o que pedirdes orando, crede que haveis de receber e que assim vos sucederá” (Mc 11, 24)

“Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu vos farei” (Jo 14, 14)

“Pedi tudo o que quiserdes e vos será concedido” (Jo 15, 7)

“Em verdade eu vos digo: se pedirdes ao meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16, 23)

Existem muitos outros textos semelhantes, que deixamos de citar por brevidade.

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Necessidade da Oração

Capítulo I

1. O erro dos pelagianos

Erram os pelagianos, dizendo que a oração não é necessária para se conseguir a salvação. O ímpio Pelágio, seu mestre, afirmava que só se perde quem não procura conhecer as verdades necessárias. Mas, como o disse bem Santo Agostinho, Pelágio falava de tudo, menos da oração, a qual, conforme sustentava e ensinava o mesmo santo, é o único meio de adquirir a ciência dos santos, como escreve São Tiago:

“Se alguém necessita de sabedoria, peça a Deus, que a concede fartamente a todos” (Tg 1, 5)

2. Das Sagradas Escrituras

São muito claros os textos, que nos mostram a necessidade de rezar, se quisermos alcançar a salvação.

“É preciso rezar sempre e nunca descuidar” (Lc 18, 1).

“Vigiai e orai para não caírdes em tentação” (Mt 25, 41).

“Pedi e dar-vos-á” (Mt 7, 7).

Segundo a doutrina comum dos teólogos, as referidas palavras: “É preciso rezar, orai e pedi”, significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal. Vicleff afirmava que todos estes textos não se referiam à oração, mas tão somente às boas obras, assim, rezar, no seu modo de ver, nada mais é do que agir corretamente e praticar o bem. A Igreja, entretanto, condenou expressamente este erro. Por isso, ensinava o douto Léssio que, sem pecar contra a fé, não se pode negar a necessidade da oração aos adultos, mormente quando se trata de conseguir a salvação. Pois, como consta nos Livros santos, a oração é o único meio para conseguirmos os auxílios necessários à salvação.

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Que o homem não seja curioso escrutador do Sacramento, mas humilde imitador de Cristo, sujeitando sua razão à santa fé

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XVIII

Voz do Amado 1. Foge do desejo curioso e inútil de investigar este profundíssimo mistério, se não te queres afogar num abismo de dúvidas. Quem quer perscrutar a majestade será oprimido por sua glória (Pr 25,27). Mais pode Deus fazer, que o homem compreender. Contudo é permitida uma piedosa e humilde investigação da verdade, que sempre está inclinada a ser instruída e segue a sã doutrina dos Santos Padres.

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Do ardente amor e veemente desejo de receber a Cristo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XVII

Voz do discípulo 1. Com suma devoção e abrasado amor, com todo o afeto e fervor do coração, desejo receber-vos, Senhor, como muitos santos e pessoas devotas o desejaram, os quais vos agradaram principalmente pela santidade de sua vida e pela ardentíssima devoção que os animava. Ó Deus meu, amor eterno, meu único bem, bem-aventurança interminável! Desejo receber-vos com o mais ardente afeto e a mais digna reverência que jamais sentiu ou pôde sentir santo algum!

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Como devemos descobrir nossas necessidades a Cristo e pedir sua graça

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XVI

Voz do discípulo 1. Ó dulcíssimo e amabilíssimo Senhor, a quem desejo agora devotamente receber, vós conheceis minha fraqueza e a necessidade que sofro; sabeis em quantos males e vícios estou emaranhado, quantas vezes estou oprimido, tentado, perturbado e manchado! A vós peço consolação e alívio. Convosco falo, meu Deus, que sabeis todas as coisas e a quem são manifestos todos os segredos do meu coração; vós sois o único que me pode perfeitamente consolar e socorrer. Sabeis os bens de que mais necessito e quão pobre sou em virtudes.

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Que a graça da devoção se alcança pela humildade e abnegação de si mesmo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XV

Voz do Amado 1. Com perseverança deves buscar a graça da devoção, pedi-la com instância, esperá-la com paciência e confiança, recebê-la com agradecimento, guardá-la com humildade, com diligência aproveitá-la, cometendo a Deus o tempo e o modo da celestial visita, até que se digne visitar-te. Deves principalmente humilhar-te quando pouca ou nenhuma devoção sentes em teu interior, sem, todavia, ficar abatido ou entristecer-te demasiadamente. Muitas vezes dá Deus num momento o que negou por largo tempo, e às vezes concede no fim da oração o que no princípio diferiu.

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Do ardente desejo que têm alguns devotos de receber o corpo de Cristo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XIV

Voz do discípulo 1. Oh! Como é grande, Senhor, a abundância da vossa doçura, que reservastes para os que vos temem! (Sl 30,20). Quando me lembro, Senhor, de alguns devotos que se aproximam do vosso Sacramento com o maior fervor e afeto, fico muitas vezes confuso e envergonhado de mim mesmo, por chegar tão tíbio e frio ao vosso altar e à mesa da sagrada comunhão; por ficar tão seco e sem fervor de coração; por não estar de todo abrasado diante de vós, meu Deus, nem tão veementemente atraído e comovido, como estavam muitos devotos, que, pelo grande desejo de sagrada comunhão e amor sensível do seu coração, não podiam reprimir as lágrimas, mas com a boca da alma e do corpo ao mesmo tempo suspiravam ardentemente por vós, a fonte viva, não podendo mitigar nem saciar essa fome doutro modo, senão recebendo vosso corpo com toda alegria e ânsia espiritual.

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Que a alma devota deve aspirar, de todo o coração, à união com Cristo no Sacramento

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XIII

Voz do discípulo 1. Quem me dera, Senhor, achar-me só convosco, para vos abrir todo o meu coração e vos gozar como deseja a minha alma a ponto que já ninguém em mim reparasse, nem criatura alguma se preocupasse comigo ou olhasse para mim, mas que só vós me falásseis e eu a vós, como costuma falar o amante com seu amado, e conversar o amigo com seu amigo! Isto peço, isto desejo: ser unido todo a vós e desprender o meu coração de todas as coisas criadas, e pela sagrada comunhão e freqüente celebração da Santa Missa achar cada vez mais gosto nas coisas celestiais e eternas. Ah! Senhor meu Deus, quando estarei todo unido a vós, absorto em vós, e completamente esquecido de mim? Vós em mim e eu em vós; concedei que fiquemos assim unidos!

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Que a alma se deve preparar com grande diligência para a sagrada comunhão

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XII

Voz do Amado 1. Sou amigo da pureza e dispensador de toda santidade. Busco um coração puro, e este é o lugar do meu repouso. Prepara-me um cenáculo grande e bem ornado, e nele celebrarei a Páscoa com meus discípulos (Lc 22,12; Mt 26,18). Se queres que eu venha a ti e fique contigo, lança fora o velho fermento e limpa a morada do teu coração. Desterra dele o mundo todo e o tumulto dos vícios; assenta-te, qual passarinho solitário, no telhado, e relembra teus pecados na amargura de tua alma (Sl 101,8). Porque todo amante prepara para o seu amado o melhor e mais belo aposento, porque nisto se conhece o amor de quem acolhe o amado.

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