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Tag: direção espiritual

Meios a empregar para atingirdes a desejada Perfeição

Capítulo 10. Meios a empregar para atingirdes a desejada Perfeição - Bálsamo Espiritual I Demonstra-se que o primeiro meio de adquirir a Perfeição é o desejo de consegui-la

Se eu vos mencionasse todos os meios que possam coadjuvar a posse da perfeição, seria mister que vos fizesse longo tratado, que seria fora do meu intento de escrever pequeno opúsculo adaptado a capacidade e estado de toda a gente. Só vos indicarei dois meios, de que os outros dependem. O primeiro vos fará trilhar a estrada da perfeição, o segundo vos servirá de guia seguro, para caminhardes bem e fazerdes progressos nela. O primeiro é o desejo de conquistar a perfeição, e sem este nada se consegue. Ninguém poderia aprender uma arte que não desejasse saber, e só a sabe bem quem vivamente a deseja. Se quereis ter a perfeição, desejai ardentemente obtê-la. Não julgueis soberbo o anelo de atingir a santidade perfeita; o demônio, disse Santa Tereza, faz pensar que é soberbo tão santo desejo; não o é, sim boa vontade de fazermos o que Deus exige de nós, pois é sua vontade que nos santifiquemos: Voluntas Dei sanctificatio vestra. Felizes seriamos se todos tivéssemos esta santa soberba! A de querermos ser santos!

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A Direção Espiritual

Meditação para o Sábado da Quarta Semana da Quaresma. A Direção Espiritual

Meditação para o Sábado da Quarta Semana da Quaresma

SUMARIO

Meditaremos como complemento das nossas meditações sobre o Sacramento da Penitência: 1.° A obrigação de nos deixarmos dirigir pelo nosso confessor; 2.° A maneira com que se deve fazer esta direção. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De tomarmos parecer com o nosso confessor sobre o regulamento da nossa vida e o emprego do nosso tempo, sobre a reforma dos nossos defeitos, sobre a prática das virtudes e o gênero de boas obras que melhor nos convém, se estamos nas circunstâncias de as fazer; 2.° De consultarmos o nosso confessor nas dificuldades e dúvidas que ocorrerem. Conservaremos como ramalhete espiritual a palavra do Espírito Santo:

"Pedi sempre conselho ao sábio" - Consilium semper a sapientia perquire (Tb 4, 19)

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Panegírico de São Francisco de Sales

Panegírico de São Francisco de Sales

São Francisco de Sales nasceu em 1567, no castelo de Sales, perto de Annecy. Completou os seus estudos em Paris e estudou direito em Pádua, foi advogado em Chambery, entrou nas ordens sacras e foi toda a sua vida um modelo de zelo e de piedade. Tendo-se feito missionário, converteu muitos protestantes do Chablais e do país de Gex. Depois, nomeado bispo de Genebra, cuidou zelosamente das suas ovelhas, e veio por várias vezes à França, onde pregou pela Quaresma com o mais brilhante triunfo. Fundou a confraria da Cruz e, em 1610 a Ordem da Visitação, confirmada por Paulo V. Era incansável na sua devoção sempre ativa. Três dias antes de morrer, ainda pregava, apesar do quebrantamento das forças. A sua festa celebra-se a 24 de Janeiro, no calendário litúrgico para o rito na forma Ordinária; e a 29 de Janeiro, para o rito na forma Extraordinária.

Pregado em Paris, no mosteiro da Visitação, 28 de dezembro de 1662.

SUMÁRIO

Exórdio.  Não parece ser difícil louvar um Pai tão venerável perante filhas tão respeitosas. Bossuet, porém, deseja que outrem faça o elogio do santo. Proposição e divisão.  É muito natural quererem os homens elevar-se a lugares eminentes para ostentarem pomposamente o lustre de uma grandeza majestosa. Outro tanto se não dá com São Francisco de Sales, a quem o orador considera sucessivamente: 1.° Como doutor e Pregador; 2.° Como bispo; 3.° Como diretor das almas. Sob estes três pontos de vista, mostra Bossuet como ele foi na Igreja de Deus um astro luminoso e vivificador. 1.º Ponto. — Como doutor e pregador, São Francisco procurou no Evangelho essa ciência que não só ilumina as almas, mas também lhes dá a piedade, ciência que fortifica o espírito e lhe dá luz, que sabe mostrar o caminho da virtude e conduzir a ele, que sabe ensinar a devoção e até obrigar os pagãos a amá-la. 2.º Ponto. — Como bispo, evitou todos os desvios da ambição, viu apenas no seu cargo eminente mais um meio para ensinar a ciência de Jesus Cristo, e não um degrau para se alcandorar as dignidades eclesiásticas. Insensível aos aplausos e ao favor do público, também o foi aos desagrados em que incorreu e as injustiças de que foi vítima. 3.º Ponto. — Como diretor das almas, insinuou-se ao mesmo tempo no coração e no espírito, e a brandura foi o seu principal meio de triunfo. De extraordinária caridade, teve compaixão e condescendência para com todos os pecadores, mas particularmente para com os hereges. Peroração. Elogio e carácteres da caridade, segundo São Francisco de Sales e Santo Agostinho. A caridade é dispensada a todos.

Ille erat lucerna ardens et lucens Ele era uma... luz ardente e resplandecente (Jo 5, 35)

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A Sociedade e a Solidão

Parte III Capítulo XXIV

Tanto procurar como fugir a convivência com os homens são dois extremos censuráveis na devoção, que deve regrar os deveres da vida social. O fugir é um sinal de orgulho e desprezo do próximo e o procurar é fonte de muitas coisas ociosas e inúteis. Cumpre amar ao próximo como a nós mesmos. Para demonstrar-lhe esse amor, não devemos fugir a sua companhia, e para patentear o amor que temos a nós mesmos devemos estar contentes, quando estamos sozinhos.

Pensai em vós mesmos, diz São Bernardo, e depois nos outros

Se nada te obriga a fazer ou receber visitas, fica contigo mesma e entretém-te com teu coração; mas, se algum motivo te impõe esses deveres, cumpre-os em nome de Deus, tratando o próximo com toda a amabilidade e caridade.

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Exercício de Mortificação Exterior

Parte III Capítulo XXIII

Afirmam os naturalistas que, escrevendo-se uma palavra numa amêndoa ainda intacta e fechando-a de novo, cuidadosamente, em sua casca, uma vez lançada em terra, todos os frutos que daí nascem trazem escrita essa mesma palavra. Quanto a mim, Filotéia, nunca aprovei o método de certas pessoas que, para reformarem o homem, começam pelo exterior: pelo semblante, pelos vestidos e pelos cabelos. Parece-me, ao contrário, que se deva começar pelo interior.

Convertei-vos a mim, diz Nosso Senhor, de todo o vosso coração. Meu filho, dá-me o teu coração.

E, de fato, o coração é a fonte das ações e são estas exatamente qual é o coração. O divino Esposo, convidando a alma para uma perfeita união, lhe diz:

Põe-me como um selo sobre o teu coração e sobre o teu braço.

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Breve método de Meditação. Primeiro ponto da Preparação: Pôr-se na Presença de Deus

Pássaros voando

Parte II Capítulo II

Poderá ser, Filotéia, que não saibas como se faz a oração mental; pois, infelizmente, poucos o sabem nos nossos tempos. Por isso torna-se necessário que resuma aqui em algumas regras um método proveitoso, deixando para os bons livros dedicados a esta matéria e principalmente para a prática a tua instrução mais completa. A primeira regra tem em vista a preparação, que consiste nestes três pontos: pôr-se na presença de Deus, pedir-lhe o auxílio de suas luzes e inspirações, propor-se o mistério que se quer meditar.

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A Necessidade da Oração

Parte II Capítulo I

1. A oração, fazendo o nosso espírito penetrar na plena luz da divindade e expondo a nossa vontade abertamente aos ardores do amor divino, é o meio mais eficaz de dissipar as trevas de erros e ignorância que obscurecem a nossa mente e de purificar o nosso coração de todos os seus afetos desordenados. É ela a água da graça, que lava a nossa alma de suas iniquidades, alivia os nossos corações, opressos pela sede das paixões e nutre as primeiras raízes que a virtude vai lançando, que são os bons desejos. 2. Mas o que muito em particular te aconselho é a oração de espírito e de coração e, sobretudo, a que se ocupa da vida e Paixão de Nosso Senhor: contemplando-O, sempre de novo, pela meditação assídua, tua alma há de por fim encher-se dEle e tu conformarás a tua vida interior e exterior com a Sua. Ele é a luz do mundo; é nEle, por Ele e para Ele que devemos ser iluminados.

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Necessidade de Purificar a Alma mesmo das Imperfeições Naturais

O vício da Ira

Capítulo XXIV

Possuímos ainda, Filotéia, algumas imperfeições naturais, que, embora se originem dos próprios pecados, não são pecados mortais nem veniais: chamam-se imperfeições, e os atos resultantes daí tem o nome de defeitos ou faltas. Santa Paula, por exemplo, como nos conta São Jerônimo, era de natureza tão dada a melancolia, que, a morte de seu marido e seus filhos, pensava morrer de tristeza. Era isso uma grande imperfeição, mas não um pecado, porque era contra a sua vontade. Existem algumas pessoas que são ele um espírito leviano e outras de um caráter ríspido; muitas há de um ânimo indócil e difícil de aceder aos conselhos e as palavras de amigos; outras que tem a bílis fácil de inflamar-se, e muitas outras que possuem um coração por demais terno e suscetível a amizades humanas. Numa palavra: quase que não existe pessoa alguma em que não se note uma imperfeição semelhante.

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Necessidade de Purificar a Alma das Coisas Inúteis e Perigosas

O Teatro, por Henry Tenré
O Teatro, por Henry Tenré

Capítulo XXIII

Os jogos, os bailes, os festins, os teatros e tudo aquilo, enfim, que se pode chamar pompa do século, de si mesmos e de sua natureza não são de modo algum coisas más, mas sim indiferentes, que podem ser usadas tanto bem como mal. Contudo, sempre são coisas perigosas e mais ainda o é afeiçoar-se a elas. É por esta razão que te digo, Filotéia, que, embora não seja pecado um jogo comedido, uma dança modesta, vestir-se rica e elegantemente, sem ares de sensualidade, um teatro honesto tanto quanto a composição como quanto a representação, um bom jantar, sem intemperança, contudo, a afeição que se poderia adquirir a estas coisas seria inteiramente contrária a devoção, muito nociva a alma e de grande perigo para a salvação. Ah! Que grande perda encher o coração de tantas inclinações vãs e loucas, que o tornam insensível para as impressões da graça e de tal modo tomam posse dele que não lhe deixam nem energia nem gosto para as coisas sérias e santas!

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Necessidade de Purificar a Alma de todos os Afetos ao Pecado Venial

Uma abelha pintada a aquarela

Capítulo XXII

A medida que o dia se vai clareando, nós vamos vendo melhor num espelho as nódoas do nosso rosto; de modo semelhante, à proporção que o Espírito Santo nos comunica maiores luzes interiores, nós vamos descobrindo mais distinta e evidentemente os pecados, as imperfeições, as inclinações que se podem opor de qualquer modo à devoção; e é muito de notar que essas luzes que esclarecem o nosso espírito acerca de nossas faltas excitam também no nosso coração um desejo ardente de corrigi-las. Deste modo, Filotéia, em tua alma, embora já purificada dos pecados mortais e das afeições que levam a cometê-los, encontrarás ainda um grande número de disposições más, que a inclinam ao pecado venial; não digo que descobrirás aí muitos pecados veniais, mas, sim, que a encontrarás cheia de afeições más, que são as fontes dos pecados veniais.

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