




"Tenho trabalhado desde a minha mocidade" - In laboribus a juventute mea (Sl 88, 16)
NUNCA, como hoje, tiveram os homens tantos meios de poupar tempo. E nunca, como agora, tiveram tão pouco tempo de lazer ou de repouso. Contudo, poucos se dão conta disto: os reclamos criaram, na mentalidade moderna, a falsa noção de que lazer e não trabalhar são a mesma coisa, de que, quanto mais rodeados estivermos de ferrolhos e rodas, de interruptores e aparelhos, mais tempo temos ao dispor.
MUITO poucos, nos tempos que vão correndo, fazem aquela espécie de trabalho que gostariam de fazer. Em vez de escolherem, livremente, as suas ocupações, são forçados, por necessidade econômica, a dedicar-se a tarefas que não conseguem satisfazê-los. Dizem muitos: «eu deveria ocupar-me em alguma coisa de superior ao que estou agora a fazer», ou «este meu trabalho só é importante, porque mo pagam». Tal atitude está na base de tanto trabalho imperfeito e mal executado. O homem que escolhe o trabalho, porque este satisfaz a uma finalidade que se harmoniza com o seu modo de ser, é o único que se engrandece pelo trabalho. Verdadeiramente, só ele poderá dizer, quando chegar ao fim:«Está acabado»