Vive na pobreza
Consideremos a Sagrada Família, composta de Jesus, de Maria e de José. Esta Santíssima Família tinha só a Deus por seu único bem, vivia na obscuridade, nos trabalhos, talvez em desprezo, e sem dúvida na pobreza. Mas quanto não era rica em graças e virtudes! Nunca houve família mais santa, mais respeitável, mais feliz nem mais digna da vassalagem dos anjos e dos homens. Não são os bens e as honras deste mundo, o que faz a verdadeira felicidade, mas sim a graça de Deus; a virtude e a santidade. Oh! Quanto é rico e ditoso aquele que ama a Deus, e só a Ele possui!Meditação para Sábado da 5ª Semana depois da Epifania
SUMARIO
Depois de termos visto Jesus adolescente, em Nazaré, crescendo em sabedoria e em graça, o consideraremos hoje chegado à idade do homem feito; e veremos: 1.° Que Ele tinha na Sua pobre morada uma vida laboriosíssima; 2.° Como santificava o Seu trabalho. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De não perdermos o tempo, mas de o empregarmos assiduamente no trabalho; 2.° De oferecermos o nosso trabalho a Deus, rogando-Lhe que o abençoe e nos ajude a fazê-lo bem; 3.° De unirmos o nosso trabalho e as nossas intenções ao trabalho e às intenções de Jesus Cristo. O nosso ramalhete espiritual será a palavra que Jesus Cristo disse de Si próprio:"Tenho trabalhado desde a minha mocidade" - In laboribus a juventute mea (Sl 88, 16)
NUNCA, como hoje, tiveram os homens tantos meios de poupar tempo. E nunca, como agora, tiveram tão pouco tempo de lazer ou de repouso. Contudo, poucos se dão conta disto: os reclamos criaram, na mentalidade moderna, a falsa noção de que lazer e não trabalhar são a mesma coisa, de que, quanto mais rodeados estivermos de ferrolhos e rodas, de interruptores e aparelhos, mais tempo temos ao dispor.
MUITO poucos, nos tempos que vão correndo, fazem aquela espécie de trabalho que gostariam de fazer. Em vez de escolherem, livremente, as suas ocupações, são forçados, por necessidade econômica, a dedicar-se a tarefas que não conseguem satisfazê-los. Dizem muitos: «eu deveria ocupar-me em alguma coisa de superior ao que estou agora a fazer», ou «este meu trabalho só é importante, porque mo pagam». Tal atitude está na base de tanto trabalho imperfeito e mal executado. O homem que escolhe o trabalho, porque este satisfaz a uma finalidade que se harmoniza com o seu modo de ser, é o único que se engrandece pelo trabalho. Verdadeiramente, só ele poderá dizer, quando chegar ao fim:
«Está acabado»