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Tag: tormentos

Tormentos interiores do Pecador

Contritio et infelicitas in viis eorum, et viam pacis non cognoverunt — “Aflição e calamidade há nos caminhos deles; e não conheceram o caminho de paz” (Sl 13, 3)

Sumário. Pobres pecadores! Pretendem ser felizes por meio dos pecados, mas como assim servem ao demônio, que é um tirano, só encontram a amargura e remorsos. É só Deus quem dá a paz, e Deus a dá a seus amigos, mas não a seus inimigos. Quantos homens se tornariam grandes santos, se sofressem por Jesus Cristo o que sofrem para se condenarem. Por isso gritam desesperados no inferno: Cansamo-nos no caminho do pecado! Não sejamos nós tão insensatos e aprendamos à custa dos outros.

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Meditação sobre o Inferno

Inferno, por Giovanni da Modena. Pintura de 1410, presente na Basílica de São Petrônio

Capítulo XV

PREPARAÇÃO

1. Põe-te na presença de Deus. 2. Pede a Deus que te inspire. 3. Imagina uma cidade envolta em trevas, toda ardendo em chamas de enxofre e pez, que levantam uma fumaça horrível, e toda cheia de habitantes desesperados, que dela não podem sair nem morrer...

CONSIDERAÇÃO

I. Os condenados estão no abismo do inferno, como desventurados habitantes dessa cidade de horrores. Padecem dores incalculáveis em todos os seus sentidos e em todo o corpo; pois, assim como empregaram todo o seu ser para pecar, sofrerão também em todo ele as penas devidas ao pecado. Deste modo, sofrerão os olhos por seus olhares pecaminosos, vendo perto de si os demônios em mil figuras hediondas e contemplando o inferno inteiro. Aí só se ouvirão lamentos, desesperos, blasfêmias, palavras diabólicas, para punir por estes tormentos os pecados cometidos por meio dos ouvidos. E de modo análogo acontecerá aos demais sentidos.

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Remorsos do condenado

Remorso

Confira as importantes advertências de Santo Afonso para bem aproveitar esta obra!

CONSIDERAÇÃO XXVIII

Vermis eorum non moritur - "O seu verme não morre" (Mc 9, 47)

PONTO I

Este verme que não morre nunca significa, segundo São Tomás, o remorso de consciência dos réprobos, o qual há de atormentá-los eternamente no inferno. Muitos serão os remorsos com que a consciência roerá o coração dos condenados. Mas há três que principalmente os atormentarão, a saber: o pensar no nada das coisas pelo qual o réprobo se condenou, no pouco que tinha a fazer para salvar-se e no grande Bem que perdeu. Depois que Esaú tinha comido o prato de lentilhas, preço do seu direito de primogenitura, ficou tão magoado por ter consentido na perda que, conforme a Escritura, pôs-se a rugir... (Gn 27,34). Que gemidos e clamores soltarão os réprobos ao ponderar que, por prazeres fugidios e envenenados, perderam um reino eterno de felicidade, e se veem condenados para sempre a contínua e interminável morte! Chorarão mais amargamente que Jônatas, sentenciado a morrer por ordem de Saul, seu pai, sem ter cometido outro delito do que provar um pouco de mel (1Rs 14,43). Que pesar sofrerá o condenado ao recordar-se da causa de sua ruína!... Sonho de um instante nos parece nossa vida passada. O que hão de parecer ao réprobo os cinquenta ou sessenta anos de sua vida terrena, quando se encontra na eternidade, onde, depois de terem decorrido cem ou mil milhões de anos, vir que então aquela sua vida está começando? E, além disso, os cinquenta anos de vida na terra são, acaso, cinquenta anos de prazer? O pecador que vive sem Deus goza sempre de doçuras em seu pecado? Um momento só dura o prazer culpável; no demais, para quem vive separado de Deus, é tempo de penas e aflições... Que serão, portanto, para o infeliz réprobo esses breves momentos de deleite? Que lhe parecerá, particularmente, o último pecado pelo qual se condenou?...
“Por um vil prazer que durou apenas um instante e que como o fumo se dissipou, exclamará, hei de arder nestas chamas, desesperado e abandonado, enquanto Deus for Deus, por toda a eternidade!”

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Das penas do inferno

A queda do Pecador (Peter Paul Rubens, por votla de 1620)
A queda do Pecador (Peter Paul Rubens, por votla de 1620)

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CONSIDERAÇÃO XXVI

Et ibunt in supplicium aeternum - "E irão estes ao suplício eterno" (Mt 25, 46)

PONTO I

O pecador comete dois males quando peca: aparta-se de Deus, Sumo Bem, e se entrega às criaturas.
“Dois males fez meu povo: abandonaram-me a mim, que sou fonte de água viva, e cavaram para si cisternas rotas, que não podem reter a água” (Jr 2,13)
Em vista de o pecador se ter dado às criaturas com ofensa a Deus, será justamente atormentado no inferno por essas mesmas criaturas, pelo fogo e pelos demônios: esta é a pena do sentido. Como, porém, sua maior culpa, na qual consiste a maldade do pecado, é a separação de Deus, o maior suplício do inferno é a pena do dano ou da privação da visão de Deus, perda irreparável. Consideremos, em primeiro lugar, a pena do sentido. É de fé que existe inferno. No centro da terra se encontra esse cárcere, destinado ao castigo dos que se revoltaram contra Deus.

Que é, pois, o inferno?

O lugar de tormentos (Lc 16,28), como o chamou o mau rico; lugar de tormentos, onde todos os sentidos e todas as faculdades do condenado hão de ter o seu castigo próprio, e onde aquele sentido que mais tiver servido para ofender a Deus mais acentuadamente será atormentado (Sb 11,17; Ap 18,7). A vista padecerá o tormento das trevas (Jó 10,21). Digno de profunda compaixão seria um infeliz encerrado em tenebroso e acanhado calabouço, durante quarenta ou cinquenta anos de sua vida. Pois o inferno é cárcere fechado por completo e escuro, onde nunca penetrará raio de sol nem qualquer outra luz (Sl 48,20). O fogo que aqui na terra ilumina, não será luminoso no inferno.

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