A santa Igreja de Cristo nada precisa dissimular. A sua história dezenove vezes centenária é uma sequencia tão ininterrupta de atividade grandiosa e abençoada, que é tranquilamente, sem espanto, que vemos na sua fisionomia algumas rugas acidentais, e lemos, sem decepção, nos grossos e magníficos volumes da sua história as poucas páginas deploráveis em que o elemento humano sobressai dolorosamente, na sua existência ao passo que se obscurecem os traços divinos.
O grande pensador húngaro Joseph Eötvös tem razão em escrever:
“Numa história perto de dois mil anos, achamos sem dúvida muita coisa que parece vil. Os séculos, como as águas, não depositam na sua passagem os seus elementos mais puros; e, se consideramos o longo passado da civilização cristã, realmente não devemos nos admirar de nenhuma dessas excrescências, mas julgar a árvore, não apenas pelo tronco fendilhado, - que traz cicatrizes centenárias – mas também pela sua abundante folhagem, pelas suas flores e frutos. E quem pode considerar assim o cristianismo sem reconhecer a sua grandiosa beneficência?”.