Meditação para o Dia 22 de Julho
1. Quantas quedas por causa do respeito humano! Ele prejudica o cumprimento de todos os deveres, os para com Deus, os para com a Igreja, o próximo e para consigo mesmo. Receando ser tido por beato, aquele que está dominado pelo respeito humano comporta-se menos reverente na Igreja e na recepção dos sacramentos, e se ainda os recebe, talvez permite sejam atacados em sua presença a Igreja e seus dogmas, e censurados seus ministros e suas instituições. Não temes um Deocleciano, um Nero ou Juliano, mas o simples sorriso sarcástico dum outro! Que falta de caráter!Meditação para o Dia 21 de Julho
1. Só de uma coisa deves ter pejo: é do mal; entretanto, te envergonhas, às vezes, do contrário: de fazer o bem. Não te inquieta nunca a ideia de poderes ser censurado? Não deixas por isso, às vezes, de aproveitar uma graça oferecida por Deus? Quantas conversões do mal ao bem, do bem ao melhor, são impedidas pelo respeito humano! Triste covardia, que te torna escravo do mundo, fazendo sacrificar a tua própria convicção! É infundado, aliás, o receio de censura por firmeza de princípios; o mundo, bem a contragosto seu, estima o corajoso e cala-se diante de quem não se lhe curva.Meditação para o Dia 27 de Abril
1. a) "Chegada, porém, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e estando fechadas as portas, onde, por medo dos judeus, se achavam juntos os discípulos, veio Jesus". Escondidos pelo respeito humano! Não sofres do mesmo mal? Já não perdeste muito devido a ele? A falta de preparação retarda a vinda de Jesus. O Senhor mandou avisar seus discípulos por diversas pessoas, para que se preparassem, vindo por isso tarde. b) As portas dos sentidos devem estar fechadas, para que Jesus possa entrar no coração; senão já terão antes entrado a distração e a tentação.
Capítulo XLV
Os homens buscam naturalmente a felicidade; para a conquistarem sacrificam muitas vezes o repouso e a saúde, expõem até a vida aos maiores perigos; mas quantos a acham? Ai! Ainda se com todos os seus esforços alguns chegassem a consegui-la! Donde procede isto? É que eles a procuram onde ela não existe; querem ser felizes, mas procurar a felicidade onde ela reside não querem. Querem achá-la nas riquezas, nos prazeres dos sentidos, nas honras, na ciência; mas cedo ou tarde se convencem que tudo isto não lhes pode de modo algum contentar o coração. Vede este homem: toda a vida trabalhou por adquirir riquezas; no meio de tantos trabalhos, tantas fadigas, tantas vigílias um só pensamento o sustentava, o pensamento da felicidade. Agora que ele nada no seio da abundância, que vive no meio dos seus tesouros, que tudo parece sorrir-lhe, agora por certo é feliz. Ai! Reconhece que suas riquezas estão abaixo de si, e que não é para elas que foi feito; sente que, longe de lhe darem a felicidade, só lhe dão inquietações e cuidados; não lhe falta nada, e está devorado de desejos sempre renascentes; queria repouso, e ei-lo em incessante movimento por causa destas mesmas riquezas. Pobre infeliz! Tantas fadigas para adquirir seus tesouros, para agora só os possuir com temor, e os perder com dor!Venite ad me, omnes qui laboratis et onerati estis, et ego reficiam vos. Tollite jugum meum super vos, et invenietis requiem animabus vestris, jugum enim meum suave est, et onus meum leve - "Vinde a mim todos que andais em trabalho e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e achareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve" (Mt 11, 28-30)
Meditação para Dia 29 de Março
1. a) "E Pedro ia seguindo-o de longe até ao pátio do príncipe dos sacerdotes". São Pedro segue a Jesus: é sinal de amor; mas segue-o de longe: é sinal de fraqueza. O respeito humano tirou-lhe a antiga coragem e o primitivo zelo. Sofres, acaso, do mesmo mal? b) Pedro aproximou-se dos servos para se aquecer. Oh! Que antes se tivesse aproximado de Deus, para este lhe acender novo amor. Procurou a companhia dos inimigos de seu Mestre. Quem ama o perigo, nele cai. Não serás uma exceção à regra. Cônego Júlio Antônio dos Santos
O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950