Meditação para a Vigésima Quarta Quinta-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Meditaremos sobre a falsa sabedoria do mondo, e veremos: 1.º Quanto ela é digna de reprovação; 2.° Quanto efetivamente Deus a reprova. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De deixarmos o mundo obrar, dizer e pensar o que quiser, e de seguirmos a Jesus Cristo como a única verdadeira sabedoria; 2.° De consultarmos muitas vezes este adorável Salvador, rogando-Lhe que nos esclareça a respeito de tudo o que devemos pensar, dizer ou obrar. O nosso ramalhete espiritual será o anátema que Deus proferiu contra a falsa sabedoria do mundo:"Destruirei a sabedoria dos sábios e reprovarei a prudência dos prudentes" - Perdam sapientiam sapientium, et prudentiam prudentium reprobabo (1Cor 1, 19)
Meditação para a Vigésima Quarta Terça-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Como o espírito do mundo, sobre que meditamos esta manhã, expõe máximas que passam por axiomas incontestáveis, consideraremos na nossa oração: 1.º Quão falsas são estas máximas; 2.° Que todo o cristão deve preferir-lhes e amar as máximas de Jesus Cristo. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De não nos importarmos com as máximas do mundo; 2.º De termos sempre por norma do nosso proceder as máximas de Jesus Cristo. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Evangelho:"Um só é o vosso mestre, Jesus Cristo" - Magister vester unus est, Christus (Mt 23, 10)
Meditação para a Vigésima Quarta Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
Continuaremos a meditar sobre o mundo, e veremos: 1.° O quanto o espírito do mundo é oposto ao espírito de Jesus Cristo; 2.° Que não se pode ser cristão, sem que se renuncie ao espírito do mundo e se abrace o espírito de Jesus Cristo. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De conformar as nossas ações, bem como todos os nossos sentimentos, com o espírito de Jesus Cristo, perguntando-Lhe muitas vezes o que pensaria no nosso lugar; 2.° De não nos importarmos com os juízos do mundo, e de tomarmos por divisa:O nosso ramalhete espiritual será a palavra de São Paulo:Fazer bem, e deixar falar
"Não vos conformeis com este século" - Nolite conformari huic saeculo (Rm 12, 2)
Por Dom Henrique Soares da Costa
A Igreja precisa sempre se converter, sim. Mas, não ao mundo pagão. A conversão da Igreja deverá ser sempre mais a Cristo, com todas as Suas exigências! Somente assim ela será sal e luz. Não são uma doutrina e uma moral feitas sob medida para o mundo que prestarão um serviço à humanidade! Uma Igreja sob medida não serveria para mais nada a não ser para ser jogada fora e pisada pelos homens! A verdade é Cristo – e é o homem quem deve converter-se a Ele, não Ele ao homem.“Nenhum homem pode modelar um deus à sua semelhança: porque, sendo mortal, forja com suas mãos iníquas um morto! De fato, ele é melhor do que aqueles aos quais cultua, porquanto pelo menos vive, mesmo sendo mortal, ao passo que aqueles nunca viverão!” (Sb 15,16b-17).São palavras contra a idolatria, culto aos falsos deuses e seus simulacros. No sentido bíblico mais profundo, a idolatria consiste em o homem endeusar, divinizar e idolatrar a criatura ao invés do Criador, divinizar a obra de suas mãos, como se fosse um deus que lhe pudesse dar a vida. Nossa cultura tem modelado tantos deuses: a tecnologia, a razão, as ciências tão avançadas, o divertimento, o culto do corpo e do bem estar, do sucesso e da fama, o prazer em todas as formas possíveis e imagináveis... E tem colocado em tudo isso a sua esperança de uma vida feliz, de realizar sua existência... Mas, é uma ilusão, uma armadilha: essas coisas não salvam, não dão o sentido, não podem servir de fundamento válido e duradouro para a existência! Elas simplesmente não são Deus; elas são vaidade, isto é, inconsistência! Aliás, como adverte o texto sagrado, o homem mortal – pó que o vento leva – não pode modelar um Deus imortal!
Sumário. Vendo tantos ímpios em prosperidade e tantos justos em tribulação, os próprios pagãos, guiados pela luz da razão, reconheceram que a terra não é nossa pátria, mas somente um lugar de passagem e de merecimento. Quão insensatos, pois, somos, se, sendo cristãos e crendo as verdades da fé, nos afeiçoamos aos bens deste mundo, do qual teremos de sair um dia e, entretanto, nos descuidamos de construir com as boas obras uma morada no outro mundo, onde ficaremos por toda a eternidade!Non enim habemus hic manentem civitatem, sed futuram inquirimus - “Não temos aqui cidade permanente, mas procuramos a futura” (Hb 13, 14)
Tire o maior proveito desta Meditação seguindo os passos para se fazer a Oração Mental proposta por Santo Afonso!
Sumário. Jesus Cristo quis morrer crucificado para nos livrar do amor ao mundo perverso. Tendo-nos chamado ao seu amor, quer que nos coloquemos acima das promessas e ameaças do mundo. Quer que não façamos caso nem das censuras do mundo nem das suas aprovações, e nos alegremos por sermos odiados e perseguidos como o próprio Jesus. Para alcançarmos um fim tão elevado, habituemo-nos a prever já de manhã as contrariedades e os desprezos que nos possam vir do correr do dia, e preparemo-nos para os sofrer com paciência.Mihi autem absit gloriari nisi in cruce Domini nostri Iesu Christi, per quem mihi mundus crucifixus est et ego mundo - “Longe esteja de mim o gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6, 14)
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Sumário. É preciso pesar os bens na balança de Deus e não na do mundo enganador. Olhemos não somente os bens que possui tal Senhor, mas atentemos também no que leva consigo na morte. Perguntemos a todos esses ricos, sábios, príncipes e imperadores, que entraram na eternidade e estão queimando no inferno: Que vos restou das pompas, delícias e riquezas gozadas na terra? Todos respondem: “Nada! Os nossos gozos passaram qual sombra, e nada nos resta senão uma eterna desesperação.” Sirva a desgraça dos outros de exemplo para nós!In manu eius statera dolosa, calumniam dilexit - “Na sua mão está uma balança enganosa; amou a calúnia” (Os 12, 7)
Tire o maior proveito desta Meditação seguindo os passos para se fazer a Oração Mental proposta por Santo Afonso!
Sumário. Os nossos parentes e amigos que estão na eternidade, lá da outra vida nos recomendam que não diligenciemos alcançar neste mundo senão os bens que nem mesmo a morte nos faz perder. Com efeito, de que aproveita ganharmos o mundo inteiro, se depois perdermos a alma? Perdida a alma, perdemos tudo! Penetrados desta grande máxima, quantos jovens se resolveram a encerrar-se nos claustros, quantos anacoretas a viver nos desertos, quantos mártires a dar a vida por Jesus Cristo!.Quid prodest homini, si mundum universum lucretur, animae vero suae detrimentum patiatur? - “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma” (Mt 16, 26)