Levando seus pais o Menino Jesus ao Templo, Simeão esclarecido pelo Espírito Santo, de que não havia de morrer antes de ver Jesus Cristo, com inefável gozo o recebeu nos braços e disse: Agora deixa teu servo partir em paz, como se a necessidade e não à vontade o detivera no mundo; quebram-se nossas cadeias e a alma se liberta quando deixa a companhia do seu corpo, e isenta-se das terrenas tribulações. Para os justos a morte é porto de descanso, ficando livres da carga e embaraço do corpo, que os inclinava para os vícios, sua alma voa para as alturas habitar com o imortal e sumo Bem! Eis o destino dos que buscam praticar virtudes, obedecer a Deus. Não nos assuste, pois com demasia o fim destinado a todos os homens, anelemos sem temor pela presença do nosso Redentor, companhia dos Santos, e congregação dos Justos: aí veremos os mestres da nossa fé; embora não tenhamos feito muitas obras boas, havemos de reunir-nos a Abraão, Isaac, Jacó; lá também jubila o bom ladrão, companheiro dos cortesões da celeste Corte complexo de gozos, onde não há neves, trovões, relâmpagos, tempestades, trevas nem inferno. Não há frio, chuva, o sol atual, estrelas, pois só o resplendor de Deus lá fulgura; quando estivermos para morrer, recorramos com amorosa devoção a Jesus, Senhor nosso, abracemos Seus divinos pés, e O adoremos com as santas mulheres a quem apareceu no dia da Sua ressurreição, para que também nos diga:
Alegrai-vos desvanecei o temor dos pecados, pois Sou o perdão deles, não vos assustem as trevas, pois Sou a luz, nem a morte porque Sou a vida, e quem recorre a Mim não sofrerá a morte eterna.