Sumário. Significado da palavra “Páscoa”. A grande solenidade pascal judaica, aniversário de sua libertação da escravidão egípcia. Como Deus desenvolveu a festa e banquete pascal patriarcal na páscoa hebraica. Os hebreus libertados para prefigurar como a humanidade havia de ser libertada da escravidão do demônio. As ordens pormenorizadas que Deus deu a Moisés. A páscoa egípcia e a festa dos pães ázimos, prefiguradoras da Crucificação e da Missa. O cordeiro. Hora, lugar e cerimônias do sacrifício. O sangue sobre os umbrais das portas era figura típica da Cruz. A páscoa egípcia e a perpétua; a primeira e segunda páscoas. Tempos em que a páscoa foi imolada no decorrer da história dos hebreus. Como o cordeiro prefigurava Cristo. Origem da Páscoa cristã. Como eles crucificavam o cordeiro. Como Deus expandiu a páscoa patriarcal no tabernáculo e no Templo, e o pão e vinho na festa dos ázimos. Sentidos místicos dos alimentos na antiga páscoa. A rejeição dos sacrifícios judaicos. Josefo sobre a páscoa hebraica. Uma descrição da páscoa tal como celebrada hoje pelos samaritanos. A páscoa celebrada por treze judeus em Sião a que o autor esteve presente, etc.
Pode adicionar-se aos frutos antecedentes um quarto fruto, nascido não tanto da quarta palavra, quanto da circunstância da ocasião em que ela foi proferida; quero dizer, das horrendas trevas, que sem muito intervalo a antecederam, pois são elas muito apropriadas para esclarecerem os Hebreus e para conservarem os Cristãos na verdadeira fé se quiserem prestar séria atenção à força do raciocínio que vamos propor, deduzido daquelas mesmas trevas. Esta demonstração pode coligir-se sem dificuldade nenhuma de quatro verdades. A primeira é que estando Cristo na Cruz, o Sol se obscureceu completamente todo, de modo que no Céu se viram as estrelas, como se vêem de noite. Esta verdade resulta do dito de cinco testemunhas, merecedoras de todo o crédito, de diversas nacionalidades, e, que escreveram em diversos tempos e lugares, e por isso não podiam escrever coisas que entre si tivessem combinado, para as fazerem passar por fatos.
Meditação VIII - Sexta-feira da I semana da Quaresma
Por Dom Henrique Soares da Costa
Reze o 118/119, 57-64:57SENHOR, eu disse: «A herança que me toca é pôr em prática as tuas ordens.» 58De todo o coração imploro: tem piedade de mim, segundo a tua promessa! 59Reflecti sobre os meus caminhos e voltei a obedecer aos teus preceitos. 60Apressei-me e não demorei em cumprir os teus mandamentos. 61Cercaram-me os laços dos ímpios, mas não me esqueci da tua lei. 62A meio da noite levanto-me para te louvar, por causa das tuas justas sentenças. 63Sou amigo de todos os que te obedecem e cumprem as tuas ordens. 64SENHOR, a terra está cheia da tua bondade; ensina-me as tuas leis.Agora leia mais uma vez, com atenção, como se fosse a primeira vez a Epístola de São Paulo aos Gálatas 2, 15-21:
15Nós, por nascimento, somos judeus, e não pecadores de entre os gentios. 16Sabemos, porém, que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo; por isso, também nós acreditámos em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei; porque pelas obras da Lei nenhuma criatura será justificada. 17Mas se, ao procurarmos ser justificados pela fé em Cristo, fomos também nós achados como pecadores, não será Cristo um servidor do pecado? De maneira nenhuma! 18Se, com efeito, aquilo que eu tinha destruído, o volto a construir, sou eu que a mim próprio me apresento como transgressor. 19É que eu pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo. 20Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21Não rejeito a graça de Deus; porque, se a justiça viesse pela Lei, então teria sido inútil a morte de Cristo.
Costumamos chamar a Igreja de Cristo, a Igreja Católica, segundo a expressão de São Paulo, “o corpo místico de Cristo”, de Cristo que continua a viver, de maneira misteriosa, entre nós. Mas, se assim é, então não nos podemos admirar de que a história da Igreja seja a repetição, a edição aumentada da historia da vida terrena de Cristo, e de que a Igreja seja obrigada a suportar todos os sofrimentos que foram o destino de Cristo. No curso dos séculos, só mudaram os nomes, os lugares e as datas, mas o fundo dos acontecimentos é o mesmo, Cristo foi perseguido por Herodes e Judas, Caifaz e Pilatos, pelos Fariseus e Escribas; a Igreja foi perseguida pelos imperadores romanos, pelos déspotas bizantinos, pelos príncipes grandes e pequenos; tem sido perseguida pelos maçons e pelos bolchevistas, - mas a perseguição é essencialmente a mesma, é sempre o mesmo grito: “Não queremos que Ele reine sobre nós” (Lc 19, 14), “crucifica-o” (Mc 15, 13). A digna esposa de Cristo perseguido, verdadeiramente, só podia ser a Igreja perseguida.