I
Quando Maria foi arrebatada aos céus, quando todos os irmãos partiram, e a Judeia, perturbada pelas discórdias, profanado pelo paganismo dos costumes, rebaixada em sua fé pelos Idumeus, e em sua liberdade pelos procuradores Felix, Festus, Albinus e mais tarde Gessius Florus, pareceu-lhe tender para essas desolações preditas pelo Mestre, João resolveu deixar também Jerusalém e procurar outro campo para a santa semente. Vamos encontrá-lo na Ásia proconsular. Não viera só. Acompanhavam-no os anciãos da Igreja de Jerusalém que não tinham fugido além do Jordão. Papias de Hierápolis menciona um enorme cortejo de chefes que se reuniram a João. Eram íntimos dos grandes apóstolos e, tendo-os visto e ouvido, podiam repetir
«o que haviam dito André, Pedro, Felipe, Tomé, Tiago, Mateus e os outros discípulos do Senhor» (1)
. Não se pode fixar com exatidão a data de sua chegada à Éfeso. Calcula-se que seja posterior ao ano 54 de Jesus Cristo, porque naquela época os Atos falando na pregação de São Pedro nessa cidade, não fazem menção alguma de São João. Muitos presumem até que só veio depois da ruína de Jerusalém.