Em Roma, centro da cristandade, ergue-se a maior igreja do mundo, a basílica de São Pedro. Todos vós já ouvistes falar dela, já lestes alguma cosa sobre as suas proporções gigantescas, sobre as suas incomparáveis belezas artísticas; mas, quando a gente vai a Roma e olha pela primeira vez para aquela famosa basílica, um grito de decepção nos escapa dos lábios: “É mesmo esta aquela maravilhosa obra prima? Onde estão as suas gigantescas dimensões? Onde está a sua beleza sem igual? Não vejo nela nada de extraordinário”. Efetivamente a primeira impressão produz alguma decepção. E essa impressão de desapontamento só desaparece quando a gente circula, durante horas, por aquela igreja. Quando, alguns dias depois, a ela tornamos, quando nela entramos dez vezes, vinte vezes, quando paramos a contemplar uma estátua ou um túmulo, quando, sob a direção dum guia ao corrente de tudo, examinamos minuciosamente cada altar e cada capela, então compreendemos por que é que a basílica de São Pedro figura entre os primeiros e mais belos edifícios do mundo. O mesmo sucede não somente com a basílica de São Pedro, como também com aquela que a elevou: a Igreja Católica. Ouvimos, sabemos, lemos muita coisa sobre ela. Sabemos que no mundo inteiro não existe sociedade tão extensa, tão antiga, tão importante e tão benéfica como a Igreja Católica. Mas, para que não a conheçamos apenas de um modo geral para que lhe conheçamos também as belezas, para que a amemos, a sigamos, a defendamos e nos orgulhemos dela, não basta um relance de olhos superficial. Temos absoluta necessidade de um guia experimentado. Esse guia, achamo-lo nesta frase do Símbolo dos Apóstolos que vamos agora comentar: “Creio na Santa Igreja Católica”. Escutai, só, atentamente, quando na missa solene se canta o Credo, com que transporte, com que alegria, com que convicção, com que ufania o coro canta em tom de triunfo: “Unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam” – “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”. Qual é pois a causa desse entusiasmo, dessa alegria, dessa ufania e dessa convicção? Que é essa Igreja Católica à qual pertenço por uma graça particular de Deus? Que me dá ela? Por que me posso ufanar dela? Quais são seus méritos?... Outras tantas questões a que responderemos minuciosamente. Não trataremos resumidamente este assunto, mas lhe consagraremos vinte instruções, procurando focalizar do melhor modo a Igreja Católica. E, quando tivermos considerado a fundo esse gigantesco edifício, dos nossos lábios escapará, com alegre ufania e num grito de gratidão, esta profissão: “Credo unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam”.