Meditação XXVII - sábado da IV semana da Quaresma
Por Dom Henrique Soares da Costa
Reze o Salmo 118/119, 41-48:41Desça sobre mim, SENHOR, a tua bondade; salva-me, segundo a tua promessa! 42Darei, então, resposta aos que me insultam, porque confio na tua palavra. 43Não me tires da boca a palavra da verdade, porque pus a minha esperança nas tuas sentenças. 44Assim, cumprirei continuamente a tua lei, para todo o sempre. 45Andarei seguro no meu caminho, porque busquei as tuas instruções. 46Diante dos reis falarei dos teus preceitos e ninguém me há-de envergonhar. 47Deleito-me nos teus mandamentos, que muito amo. 48Levanto as mãos para os teus mandamentos e meditarei nas tuas leis.Leitura da Epístola de São Paulo aos Gálatas 5, 1-12:
1Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão. 2Reparai, sou eu, Paulo, que vo-lo digo: se vos circuncidardes, Cristo de nada vos servirá. 3Uma vez mais o atesto a todo o homem que se circuncida: fica obrigado a cumprir toda a Lei. 4Tornastes-vos uns estranhos para Cristo, vós os que pretendeis ser justificados pela Lei; abandonastes a graça. 5Porque nós, é em virtude da fé, pelo Espírito, que aguardamos a justiça que esperamos. 6Pois, em Cristo, nem a circuncisão vale alguma coisa, nem a incircuncisão, mas sim a fé que actua pelo amor. 7Corríeis bem. Quem foi que vos deteve, impedindo-vos de obedecer à verdade? 8Uma persuasão assim não vem daquele que vos chama. 9Um pouco de fermento faz fermentar toda a massa. 10Eu, a respeito de vós, tenho confiança no Senhor, de que de maneira nenhuma ireis pensar de outro modo. Mas quem vos perturba sofrerá a condenação, seja ele quem for. 11Quanto a mim, irmãos, se eu ainda prego a circuncisão, porque sou ainda perseguido? 12Acabou-se, portanto, o escândalo da cruz. Aqueles que vos inquietam, o que eles deviam era castrar-se.
PARECE banal e insípida a vida para muita gente. Admiram-se por que não progridem ou se desenvolvem, por que não se aperfeiçoam ou aprendem. Julgam ter caído em marasmo e gostariam de saber como sair dele. É simples a resposta a este problema, embora a sua aplicação não seja fácil. É de desprendimento que tais homens e tais mulheres precisam. O desprendimento é uma questão de quebrar todos os laços que nos prendem à terra, permitindo assim que a nossa alma voe livre para Deus. Somos como balões. E podemos estar presos à terra tanto por cabos de aço, como por débeis fios de teias de aranha; mas, se não são cortados, nunca estaremos livres da prisão das bagatelas, que, cá em baixo, nos prendem e escravizam.