Sumário. As enfermidades são a pedra de toque para se conhecer o espírito de uma pessoa. Meu irmão, quando o Senhor te visita com esta tribulação, sem dúvida te é lícito rogar-lhe que te restitua a saúde, a fim de a empregar ao seu serviço: podes também tomar os remédios prescritos; mas, afinal, resigna-te sempre à vontade divina, que dispõe tudo para o nosso bem. Para te animar à paciência, lembra-te do que sofreram os santos. Olha sobretudo para Jesus, que durante toda a sua vida foi Homem de dores, e sê devoto de Maria Santíssima, a Rainha dos mártires.Infirmitas gravis sobriam facit animam — “A enfermidade grave faz a alma sóbria” (Eclo 31, 2)
Mês de Dezembro
Breve introdução sobre a Paciência e o Apóstolo Patrono
Estamos na terra para fazermos penitência e merecermos; não é ela, portanto, lugar de repouso, mas de trabalhos e sofrimentos. As dores, adversidades e outras tribulações hão de ser as mais belas jóias da nossa corôa no paraíso. Pratiquemos a paciência: 1. Quando a morte nos arrebata os parentes ou amigos; 2. Na pobreza; 3. Nos desprezos e perseguições; 4. Nas desolações espirituais; 5. Nas tentações; 6. Nas doenças. A resignação na morte, para fazer a vontade de Deus, é bastante para assegurar a nossa salvação eterna. Pondera que nesta vida, quer queiras, quer não, terás necessariamente de padecer. Procura por isso padecer de maneira meritória, isto é, pacientemente; violenta-te e evita romper em queixas e lamentos. Se te venceres, Deus te fará experimentar durante a tribulação uma doçura desconhecida dos mundanos, mas muito conhecida daqueles que amam a Deus. Se Deus te visitar com doenças, pobreza, perseguições e outras adversidades, humilha-te diante dEle, e dize com o bom ladrão:E mesmo que não tenhas perdido a inocência batismal, certamente já terás merecido um longo purgatório. Por isso alegra-te se fores castigado neste mundo e não no outro. Consola-te também nos sofrimentos internos com a esperança do céu. Recorda-te das palavras de São Paulo:"Recebemos o que mereciam nossas ações” (Lc 23, 41).
“Os padecimentos deste mundo não tem comparação com a glória futura que será manifestada em nós” (Rom 8, 18)
Se tua vida te parecer insuportável, olha para teu divino Salvador, que te precede, carregando a cruz. Ouve o que Ele diz:“O que aqui é para nós uma tribulação momentânea e ligeira produz em nós, de um modo maravilhoso no mais alto grau, um peso eterno de glória” (2 Cor 4, 17)
Teu Salvador vai sempre adiante, e só pára ao chegar ao monte Calvário, para ai morrer por ti. Acostuma-te a submeter-te já antecedentemente na oração a todos os sofrimentos que talvez te sobrevirão; assim procederam os santos e por isso estavam sempre prontos a abraçar todas as cruzes, mesmo as que lhes sobrevinham inesperadamente. Suplica, finalmente, ao Senhor instantemente que te conceda a graça da paciência, pois, sem a oração, nunca obterás essa grande graça. Justamente na oração encontraram os santos mártires a coragem para suportar os mais atrozes tormentos e a morte mais ignominiosa. Se recorreres ao Senhor com confiança, Ele te livrará dos teus padecimentos ou então te concederá a graça de suportá- los com paciência. Ele mesmo disse:“Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo e tome todos os dias a cruz sobre si” (Lc 9, 23)
Sumário I. A sua natureza II. Da Paciência em Geral III. Da Paciência nas Enfermidades IV. Da Paciência nas Injúrias e Perseguições V. Da Paciência na Desolações Espiritual VI. Alguns avisos a respeito do Exercício da Paciência VII. A Abnegação e o Amor da Cruz no Redentor VIII. A Prática da Paciência IX. Orações para alcançar a Virtude do Mês“Vinde a mim todos que andais em trabalhos e vos achais carregados e eu vos aliviarei” (Mt 11, 28)
Meditação para o Dia 16 de Dezembro
São tantas e tão consoladoras as vantagens da paciência nas enfermidades que impossível seria enumerá-las todas. Vejamos algumas. “A paciência – diz o Pe. Lapuente (1) – coloca-nos no auge da vida cristã, porque ela, segundo o apóstolo São Tiago, é a que faz a obra perfeita e dela,…
Meditação para o Dia 07 de Dezembro
Consolem-se as boas almas, cheias de ardor apostólico, na sua enfermidade. Esta página Diário da Confidente do Amor Misericordioso há de lhes falar ao coração. Estava enferma a esposa predileta de Nosso Senhor.– “Minha Benigna – disse-lhes Jesus – agora estás aqui sem nada fazer e tinhas tanto que escrever! Entretanto, agora fazes muito mais, porque fazes a Minha Vontade. Que fiz Eu quando estava oculto no seio de Minha Santíssima Mãe? Vim para salvar o mundo e fazia a Vontade de Meu Pai.
Meditação para o Dia 04 de Dezembro
Veio a enfermidade, e o apóstolo, sequioso de almas, sonhando arrebatar e conquistar muitos corações para Jesus Cristo, vê-se reduzido a uma inação forçada, preso entre as paredes de um quarto de enfermo, numa solidão, quase abandonado. Deus assim o quis! E quem pode saber os desígnios da Providência? O Pe. Perreyve, que havia experimentado essa provação difícil, escrevia a um amigo em idêntica situação:"Meu caro, Deus neste momento te faz uma pergunta estranha, pergunta que sempre repete Ele às almas que O desejam servir muito: 'Meu filho, consentes em ser absolutamente nada?' – Sim, Senhor. - Pois então, pasce agnos meos... Super multa te constituam... Duc in altum... Coragem, meu amigo, demos tudo o que Jesus pede. Esta é a condição para a fecundidade de nosso apostolado e da felicidade no Céu, Amém! Soframos, Amém! Trabalhemos, ou nada façamos, o silêncio, a palavra, a doença, a força, a glória, a vergonha, a vida, a morte!... Amém! Amém! Amém!”
Meditação para o Dia 31 de Outubro
O enfermo se purifica no sofrimento. Por oração lhe bastam estas palavras, muitas vezes repetidas:Basta que as recite mentalmente, se não o puder fazer com os lábios. O essencial é que saiam do coração. Aliás, o sofrimento já é em si uma oração. Que fazer a criatura se lhe tirar Deus a saúde e a reduzir a um estado penoso e difícil de inação? Blasfemar? Não, mas, pelo contrário, recitar esta jaculatória de amor resignado e confiante:“Meu Deus! Meu Pai! Faça-se a Vossa Santíssima Vontade!”
“Bendito seja Deus!”