Amo os que me amam, minhas delícias consistem em estar com os homens. Amei tanto o mundo que por ele dei minha vida, para que os que cressem em mim não se condenassem e alcançassem a vida eterna. Minha filha, por ti trabalhei, padeci fome, sede, fui ultrajado e perseguido, por teus pecados fui chagado, oprimido, angustiado, sofri a morte, para tua justificação ressuscitei, o amor com que te adotei como filha, me decidi a padecer assim: faze, pois penitência de tuas culpas volta-te para mim, lava-te no sangue das minhas chagas; adorna-te com os merecimentos da minha vida: tudo te dou com boa vontade, e por ti os ofereço; como Pai amante, com os braços abertos saio ao teu encontro a receber-te nas minhas entranhas; para que, me ames como te amo, vem a mim para eu te santificar, só quero teu coração.
Tu que na velhice ou no fim da vida começastes a seguir o caminho da virtude, deixando as torpezas dos vícios e culpas, e que já é homem de vontade reta, para que te assustas e te domina a tristeza, como se não tivesses esperança de salvação? Recorda-te de teu misericordioso e dulcíssimo Redentor, que veio ao mundo salvar pecadores; por eles encarnou, trabalhou, padeceu terrível Paixão, derramou Seu sangue, morreu!
Meditação para o Dia 10 de Novembro
"Nada mais triste – escreveu Frederico Ozanan – nada mais desolador do que o vácuo aberto pela morte em redor de nós. Conheci esse tormento depois da morte de minha mãe, porém, durou pouco. Não tardaram a vir outros momentos, em que cheguei a compreender que não estava só e que algo, de uma suavidade infinita, passou-se dentro de mim. Era uma confiança que não me havia abandonado. Era uma presença benfazeja, embora invisível. Era como se uma alma estremecida me acariciasse, de passagem, com a ponta de suas asas. E, assim como outrora, eu reconhecia agora os passos, a voz, a respiração de minha mãe.
Meditação para o Dia 07 de Novembro
Que criança encantadora! Era o raio de sol de um lar feliz. De repente, a mão gelada e inexorável da morte vem ceifar a florzinha ainda não desabrochada de todo para a vida! Quem pode avaliar a dor imensa de um coração materno, feridona sua corda mais sensível e delicada? Chorai, mãe cristã! É tão natural o vosso pranto e tão necessário para o desafogo do coração! Mas não vos desespereis! Vosso filhinho, tão belo, tão puro, não deveria ficar mais na terra, porque a vontade de Deus o queria no Céu. Ora, vamos! Coragem!Meditação para o Dia 01 de Junho
Um dia, Nosso Senhor, cheio de ternura e de compaixão pelos sofrimentos que nos acabrunham, abriu seus braços, num gesto de amor, e exclamou:Que bondade do coração de Jesus! Quer consolar-nos a aliviar-nos das amarguras da vida. E são tantas! Que nos há de consolar neste mundo?“Vinde a mim, vós que sofreis e estais sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (1)
“Os homens - diz Jó – são consoladores importunos. Só Nosso Senhor, só Ele,Bondade Infinita, Abismo insondável de misericórdia, pode aliviar-nos do peso quase insuportável dos sofrimentos da vida!”
Meditação para o Dia 13 de Maio
Aos 13 de maio, a florzinha delicada de Nossa Senhora, Santa Teresinha do Menino Jesus, foi agraciada pelo sorriso da Virgem. Uma doença estranha acabrunhava a pobre criança. O pai e as irmãs recorreram à Santíssima Virgem.“E eu – escreve Teresinha – já não encontrando nenhum socorro neste mundo, quase a morrer de dor, voltara-me para minha Mãe do Céu, suplicando-Lhe que tivesse compaixão de sua filhinha. Animou-se de súbito a estátua (1). A Virgem tomou um aspecto tão belo que nunca achei expressão para descrever essa formosura Divina. Ressumbravam do seu semblante uma doçura, uma bondade e ternura inefáveis, mas o que se me gravou nas profundezas da alma foi o seu sorriso arrebatador! Desvaneceram-se minhas mágoas, brotaram-se-me dos olhos duas grossas lágrimas, que me rolaram silenciosamente pela face. Ah! Eram lágrimas de alegria celeste e sem mistura! A Virgem Santíssima adiantou-se para mim! Sorriu-me!... Que ventura a minha!” (2)
Meditação para o Dia 12 de Maio
“Na época em que se realizavam as aparições de Lourdes, conta o Conde de Broussard, eu me encontrava em Cauterets. Nenhuma crença tinha nessas aparições, nem acreditava na existência de Deus. Era um devasso e ateu declarado. Lendo num jornal a notícia de que Bernadete tivera mais uma aparição, em 16 de junho, na qual a Virgem lhe sorria, tomei a resolução de ir a Lourdes para convencer a menina de que era uma embusteira. Fui à casa dos Soubirous, onde encontrei Bernadete sentada à porta, cerzindo meias. Ela me parecia bastante vulgar, mas, nos traços do semblante sofredor, espalhava-se uma grande doçura.