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Tag: bossuet

A Verdadeira Conversão

4º Domingo do Advento - I. A Verdadeira Conversão

I. Sermão para o 4º Domingo do Advento

Pregado em 22 de dezembro de 1669.

SUMÁRIO

Exordio. — Assim como sucedeu aos judeus, informados por São João Batista cerca do verdadeiro Messias, assim sucede que a paixão não nos deixa conhecer a verdade quando ela nos confunde. Proposição e divisão. — Tal como São João Batista, assim é o pregador: Vox clamantis in deserto: parate viam Domini. Resta compreendermos: 1.° O que é o deserto onde ela clama; 2.° Que preparação nos exige; 3.° Que equidade nos prescreve. 1.º Ponto. — O deserto em que deve achar-se o pecador que se quis converter é o retiro do mundo, ao menos pelo espírito, e um positivo regresso à própria individualidade, visto que o mundo nos conduz ao mal: Ipsumque aerem... scelestis vocibus constupratum. Foi para chorar os nossos pecados que Deus nos concedeu a faculdade do arrependimento e o dom das lágrimas. 2.º Ponto. — É preciso sofrermos provações, porque a conversão é coisa difícil, o bem custa mais do que o mal e certas afeções viciosas nas quais se envelheceu, não desaparecem com um único esforço. 3.º Ponto. —A pureza de coração que Deus exige ao pecador é a caridade: Diligere incipiunt... ac propter a moventur adversus peccata per odium aliquod ac detestationem. O temor não faz desaparecer o mal, porque é o efeito do amor. Peroração. — Despertemos nos nossos corações um princípio de amor, e cultivemo-lo, a fim de que ele estenda os seus ramos para toda a parte, e receemos a tentação.

Ego vox clamantis in deserto. Eu sou a voz daquele que clama no deserto (Jo 1, 23)

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Divindade da Religião

2º Domingo do Advento - II. A Divindade da Religião

II. Sermão para o 2º Domingo do Advento

Nota: Ms. t. XI, p. 164. - Déforis, IV, 200. - Lachat, VIII, 177. — Este magnífico sermão deve ser estudado de muito perto sob todos os pontos de vista; haveria grande proveito em o comparar com os Pensamentos de Pascal; é, por assim dizer, o resumo eloquentíssimo dessa Apologia do cristianismo. O discurso da Divindade da Religião seria talvez, se o discurso da Unidade da Igreja não existisse, a obra prima de Bossuet, como autor de Sermões

Pregado no Louvre no dia 6 de dezembro de 1665.

SUMÁRIO

Exordio. — O Salvador passou, fazendo bem e curando todas as enfermidades. Os milagres eram os sinais sagrados dos prodígios sobrenaturais que a sua religião devia realizar. Proposição e divisão. — Jesus Cristo quis na fé «que as verdades fossem sublimes; na regra dos costumes que o caminho fosse estreito; na remissão dos pecados que o meio fosse fácil». 1.º Ponto.«A doutrina do Salvador estabeleceu-se no mundo e mantem-se nele como uma rainha no seu império; ora a sublimidade das verdades cristãs» leva-nos a sublevar-nos «contra a autoridade de Jesus Cristo». 2.º Ponto. — A moral do Salvador disciplinou maravilhosamente o indivíduo, a família, as amizades e a sociedade; ora, a exatidão da regra cristã leva-nos a queixar-nos do rigor da Igreja. 3.º Ponto. — As portas da penitência estão sempre abertas, o que nos arrasta a abusar da paciência da Igreja. Peroração. — Nós devemos viver de tal maneira que as instituições da clemência divina não venham a ser para nós uma causa de condenação.

Caeci vident, claudi ambulant, leprosi mundantur, etc., e quase em seguida: Beatus qui non fuerit scandalizatus in me! Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar! (Mt 11, 5 e 6).

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Jesus Cristo, objeto de Escândalo

2º Domingo do Advento - I. Jesus Cristo, objeto de Escândalo

I. Sermão para o 2º Domingo do Advento

SUMÁRIO ESCRITO PELA MÃO DE BOSSUET

O seu coração escutava a voz da miséria e solicitava o seu braço. A alma, afastando-se de Deus, desvigoriza o corpo. Pecado maior que o castigo. Pobres evangelizados. De como ele veio a ser objeto de escândalo: Scandalizantur in me? Razão porque não consideramos a obra de Deus como scandalum: é porque imaginamos que Deus tudo destrói quando reedifica, contra o empreendedor. É preciso crer antes de ver. Devemos submeter o entendimento assim como a vontade. Crer no que é incrível e fazer o que é difícil. É preciso reconhecer o perdão, porque a natureza tende a pecar. Jesus Cristo, escândalo para todos e até para os cristãos.

Caeci videnl, claudi ambulant, leprosi mundantur, surdi audiunt, mortui resurgunt, pauperes evangelizantur, et beatus esi qui non fuerit scandatizatus in me. Os cegos recebem vista, os surdos ouvem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres, e bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar (Mt 11 5, 6)

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O Juízo Final

1º Domingo do Advento - III. O Juízo Final

III. Sermão para o 1º Domingo do Advento

Pregado em 1669.

SUMÁRIO

Exordio. — A alma é julgada depois de se ter separado do corpo, e quando da ressurreição geral; no juízo final é que os pecadores hão de ser confundidos e cobertos de opróbio. Proposição, divisão. —No juízo final os pecadores que se esconderam serão descobertos, os que se disseram inocentes serão declarados criminosos, os que eram tão orgulhosos e tão insolentes ficarão humilhados e estarrecidos. 1.° Ponto — Há diversas categorias de ateus: os que negam a existência de Deus, os que desejariam que Ele não existisse e os que são indiferentes pela sua existência. Teme-se o olhar dos homens e não se teme o de Deus. A luz há de fazer-se e os hipócritas serão vergonhosamente punidos. 2.° Ponto — Ó pecador hipócrita é semelhante a um ouriço, e é como Adão que se esconde e se mostra inocente. Os pecadores serão confundidos na presença dos justos: quod fecerunt utique fieri posse docuerunt. Pensai nisto, cristão, em quanto vos for útil o Pensamento. 3.° Ponto — Deus e os santos hão de rir-se dos pecadores, sobretudo dos pecadores insolentes e escandalosos. Peroração. —Evitemos esta vergonha eterna: notam ignominiae sempiternam. Não está longe a hora da morte em que o nosso estado há de ser definido. Real Senhor, vivei feliz, vitorioso, sempre temente a Deus e sempre disposto a dar-Lhe contas.

Tunc videbunt Filium hominis venientem in nube, cum potestale magna et majestate Então eles verão o Filho do homem sobre uma nuvem, cheio de grande poder e de grande majestade. (Lc 20, 27)

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O Juízo

1º Domingo do Advento - II. O Juízo

II. Sermão para o 1º Domingo do Advento

Pregado em São Tomé do Louvre em 1668.

SUMÁRIO

Exordio. — A Igreja, sabendo que o receio vem antes do amor, mostra-nos Jesus Cristo terrível nos seus juízos antes de no-lo mostrar condescendente para com as nossas misérias. Proposição, divisão. — Os que desprezarem a bondade do Senhor, hão de suportar a Sua justa cólera. Se se sublevarem contra o Seu poder, ela há de abatê-los; se desprezarem a Sua bondade, experimentarão os Seus rigores; se não quiserem viver num império suave e legítimo, ficam sujeitos a uma dura e insuportável tirania. 1.° Ponto — Devemos usar da nossa liberdade para nos submetermos filialmente a Deus a quem pertencemos absolutamente. 2.° Ponto — O amor de Deus enche-nos de favores, e se nós desconhecemos os benefícios do Senhor e as liberdades infinitas de Jesus Cristo, sofreremos as Suas terríveis consequências. 3.° Ponto — Visto que não quisestes servir o Senhor alegremente, haveis de sofrer o jogo do vosso inimigo. Não há império mais suave e mais legítimo do que o de Deus sobre o homem. Peroração — Os nossos inimigos preferem antes corromper-nos do que atormentar-nos. Envergonhemo-nos de suportar a sua tirania e de sermos algemados, depois de Jesus Cristo nos ter feito reis.

Justus es Domine, et rectum judicium tuum Senhor, vós sois justo e o vosso juízo é reto. (Sl 118, 134)

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Necessidade de Trabalhar para a Salvação da Alma

1º Domingo do Advento - I. Necessidade de Trabalhar para a Salvação da Alma

I. Sermão para o 1º Domingo do Advento

Pregado a 29 de novembro de 1665, com a assistência do rei e da corte.

SUMÁRIO

Exordio. A Igreja fala-nos no juízo final com o fim de nos excitar a trabalhar para a nossa salvação e a velar por todas as nossas disposições e ações. Proposição e divisão. Eu hei de combater o sono, que nos insensibiliza para o trabalho da nossa salvação, e a languidez que, além de nos tornar indolentes, não nos deixando agir, ainda nos conduz de novo ao sono. 1.° Ponto — Adormecermos na indiferença a respeito da grande obra da salvação, é cometer o crime de ateísmo, porque, aqueles que não creem em Deus, também não admitem que outros creiam verdadeiramente nele. Deus não dá logo o castigo porque é misericordioso e eterno. O sono letárgico dos pecadores já é um castigo terrível. Ai de ti, pecador indiferente: Thesaurisas tibi iram. 2.º Ponto — Nós devemos consagrar à grande obra da nossa salvação todos os instantes porque a morte há de arrebatar-nos como se fosse um rapinante. A juventude, em vez de ser um tempo de dissipação e de desregramento deve, pelo contrário, ser um tempo de colheita. Peroração — Receai a insensibilidade e praticai a vigilância contínua. Real Senhor, de que vos serviriam as vossas conquistas e a vossa grandeza, se não trabalhásseis em obras que merecem ser escritas no livro da vida. Deus compõe um diário da nossa vida, e nós devemos nos esforçar por embelezá-lo.

Hora est jam nos de somno surgere Já é tempo de despertarmos do nosso sono (Rm 13, 11)

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Ressurreição Final

Ressurreição Final - Sermões de Bossuet

III. Sermão da Ressurreição Final - Dia de Finados

SUMÁRIO

Exordio. A morte é obra do pecado e do demônio. Jesus Cristo, destruindo o pecado, triunfa da morte. Proposição, divisão. Nós devemos concorrer para a operação da graça que nos ressuscita pela palavra, pelo corpo e pelo espírito de Jesus Cristo. 1.° Ponto — Dirigem-se duas palavras aos mortos, porque há duas partes no homem e ambas têm a sua morte: assim como o corpo morre quando perde a sua alma, assim o espírito morre quando perde o seu Deus. Deus há de reconstituir o corpo que serviu a alma e há de reuni-los tomo o requer a sua sabedoria. 2.° Ponto — O corpo de Jesus Cristo é o modelo, o penhor e o princípio da ressurreição do nosso corpo. 3.° Ponto — O Espírito Santo habita em nossas almas. Há como que um sagrado enlace entre o nosso espírito e o espírito de Deus. Nesta união o corpo acompanha a alma como sendo uma parte do seu dote. O espírito que ressuscitou Jesus Cristo há de ressuscitar-nos também. Peroração — Desprendamo-nos da vida, da saúde e da vaidade, e morreremos sem aflição para ressuscitar com glória.

Novissima inimica destruetur mors O último inimigo a ser destruído há de ser a morte (1 Cor 15, 26)

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Deus será tudo em todos

II. Deus será tudo em todos

II. Sermão para a Festa de Todos os Santos

SUMÁRIO

Exordio. Desenvolvimento do texto. Deus é tudo pela imensidade da sua essência, está em todos pela incompreensível fecundidade com que se comunica. Proposição e divisão. Para tornar o homem feliz, devemos dar-lhe a verdade, a alegria e a paz. No céu teremos: 1.° A presença de Deus, o verdadeiro e mais nobre exercício do nosso espirito; Neste 1.º Ponto - Os bem-aventurados possuem pela presença de Deus a verdade sem erro, sem dúvidas, sem fadigas. Felizes, os que têm o coração puro, porque verão a Deus devendo purificar-se neste mundo. 2.° No gozo de Deus, a perfeita alegria dos nossos corações; Neste 2.º Ponto - As alegrias do mundo não passam de ilusões. No céu, a nossa alma flutuará eternamente na mais nobre e perfeita alegria. Aspiremos a essa alegria. 3.° Na tranquila posse de Deus, a imutável firmeza do nosso repouso. Neste 3.º Ponto - No céu eternos repousos. A nossa paz não será perturbada como neste mundo. Peroração. Meditemos esta felicidade. Votos pela glória e pela felicidade do rei neste mundo e no outro.

Ut sit Deus omnia in omnibus. Deus será tudo em todos. (I Cor 15, 28)

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Bem-aventurança dos Santos

I. Bem-aventurança dos Santos. Realização da Obra de Deus

I. Sermão para a Festa de Todos os Santos

SUMÁRIO

Bem-aventurança dos santos, realização da obra de Deus. Glória de Jesus Cristo e o amor de Deus Pai a iluminá-los. Ego claritatem quam dedisti mihi, dedi eis (Jo17, 22). Dilectio qua dilexisti me in ipsis sit, et ego in eis ( Jo 17, 26) Deus ampliará as almas para que possam ter uma felicidade, suprema e uma alegria sobrenatural. Advocabit cœlum desursum et terram discernere populum suum (Sl 49, 4)

Omnia vestra sunt, vos autem Christi Tudo é vosso e vós sois de Jesus Cristo, diz São Paulo falando aos justos. (I Cor. 3, 22-23)

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