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Tag: apocalipse

O Apocalipse

Lição 1: As circunstâncias de origem

Nos últimos decênios do séc. I vários cristãos atravessavam séria crise de fé. Com efeito; a expectativa da segunda vinda de Cristo para breve ficava de pé, mas achava-se um tanto abalada: em 64 Nero imperador declarou ilícito o nome de cristão, desencadeando então forte perseguição aos discípulos de Cristo; os judeus, por sua vez, hostilizavam-nos; Cristo, porém, não voltava para reconfortar os seus; parecia ter esquecido a sua igreja peregrina na terra. O Imperador Domiciano (81-96) moveu nova perseguição aos cristãos, deportando então São João, bispo de Éfeso, para a ilha de Patmos (cf. 1,9). Nestas circunstâncias, o Apóstolo quis escrever aos fiéis da Ásia Menor um livro de consolação e esperança, que seria o Apocalipse. Apocalipse (em grego, apokálypsis = revelação) é um gênero literário que se tornou usual entre os judeus após o exílio da Babilônia (587-583 a.C.): versa sobre o fim dos tempos; descreve o juízo de Deus sobre os povos, de modo a punir os maus e premiar os bons. Essa intervenção de Deus é acompanhada de sinais que abalam a natureza (todo apocalipse descreve sempre cenários cósmicos); é freqüente o recurso a símbolos e números simbólicos nesse gênero literário.

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O Apocalipse de São João

Capítulo 19: O Apocalipse de São João

I

Foi no exílio que João teve a célebre visão do Apocalipse.
"João vosso irmão, escreve ele no princípio deste livro divino, eu, participante na tribulação, no reino e na paciência de Jesus Cristo, estive na ilha de Patmos por causa da palavra de Deus e testemunho de Jesus. - Ego Joannes frater vester, et particeps in tribulatione, et in regno et patientia in Christo Jesu, fui in insulá quae appellatur Patmos propter Verbum Dei et testimonium Jesu. Um domingo fui arrebatado em espírito, e ouvi uma voz forte como de uma trombeta" - Fui in spiritu in dominicá die, et audivi post me vocem magnam tanquam tubae (Ap 1, 9-10)
Era a voz solene das revelações divinas; e chegamos agora ao ponto mais maravilhoso de nossa história. A pequena distância do porto da Scala e da antiga cidade de Patmos galga-se a montanha de São João por uma rampa íngreme e mal calçada. Passando-se a escola helênica, construída há dois séculos sobre o rochedo, e onde professores afamados atraíam então numerosos estudantes da Grécia continental e das ilhas, chega-se à uma gruta que os insulares chamam a Gruta do Apocalipse. É uma grande cela formada pelas escavações naturais da montanha, coberta pela abobada fendida do rochedo, e onde se notam os vestígios de um riacho saindo da pedra, como se costuma representar a morada dos primeiros anacoretas. São Cristódulo, fundador do convento de Patmos, fez daí uma capela cujo pórtico está ornado de pinturas antigas representando cenas do Apocalipse.

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