
A novena a São Vicente Ferrer inicia-se em 27 de março e deve ser rezada por nove dias consecutivos, encerrando-se em 04 de abril, comemorando a festa no dia 05.
São Vicente Ferrer, conhecido como o Apóstolo da Europa, nasceu em 1357 na Espanha e destacou-se desde cedo por sua inteligência e profunda piedade. Entrou para a Ordem Dominicana aos 18 anos e tornou-se um pregador poderoso, realizando milhares de conversões por toda a Europa. Enfrentou tentações, perseguições e recusou honrarias para dedicar-se inteiramente à missão evangelizadora. Dotado de dons proféticos e milagres, sua vida foi marcada por penitência, oração e caridade. Morreu em 1419 e foi canonizado em 1455. Quer saber mais sobre seus feitos e milagres impressionantes? Continue a leitura!
Como rezar esta Novena a São Vicente Ferrer?
- Inicia-se com o Sinal da Cruz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
- Reza-se o Ato de Contrição;
- Reza-se a oração inicial;
- Faz-se a meditação proposta sobre o tema do dia;
- Reza-se as orações finais,
- Finaliza-se com o Sinal da Cruz.
Ato de Contrição
Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, meu Criador e Redentor, em cujos mistérios de fé creio; de quem espero, por vossa misericórdia e pelos méritos infinitos de vossa Paixão e Morte, ser eternamente feliz; a quem amo sobre todas as coisas, mais do que à minha própria vida: pesa-me, meu Deus, de vos ter ofendido por serdes vós quem sois e por vossa infinita bondade. Quisera antes perder mil vidas, se as tivesse, que tornar a vos ofender. Proponho firmemente satisfazer, com o auxílio da vossa divina graça, por minhas ofensas, confessar-me e afastar-me de todas as ocasiões de vos ofender. Espero, por vossa infinita misericórdia, que me haveis de perdoar todos os meus pecados e me dareis a graça de perseverar firme nestes propósitos, empenhando-me no vosso santo serviço até a morte. Amém.
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Oração inicial da Novena a São Vicente Ferrer
Glorioso pai São Vicente, digníssimo filho de São Domingos, destinado por Deus a serdes pregador das nações! Vós merecestes que vossa alma fosse adornada com todas as virtudes e dons do Espírito Santo, para que, com vossa doutrina e exemplo, convertêsseis os pecadores à verdadeira penitência e atraísseis os infiéis à fé de Jesus Cristo: humildemente vos peço que intercedais, por vossos poderosos méritos, junto ao nosso Deus e Senhor, para que, afastando de mim tudo o que lhe desagrada, me conceda a graça de imitar vossas virtudes e com elas me empenhar no seu santo serviço até o último momento da minha vida. Amém.
Oração final da Novena
Glorioso apóstolo de Valência, São Vicente! Vós conheceis as necessidades de minha alma e o consolo de que necessita, por isso vos suplico humildemente que, por vossos poderosos méritos, intercedais por mim a Deus, a fim de que a piedade divina me conceda as virtudes e a graça que peço nesta novena e, na hora da minha morte, me conserve a consciência e a fala para confessar minhas culpas, me conceda uma perfeita contrição delas e uma caridade ardente, de sorte que eu possa dizer com toda a segurança e de coração puro: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito. Vós, que sois bendito e glorioso pelos séculos dos séculos”. Amém.
Sumário da Novena
- 1º Dia da Novena
- 2º Dia da Novena
- 3º Dia da Novena
- 4º Dia da Novena
- 5º Dia da Novena
- 6º Dia da Novena
- 7º Dia da Novena
- 8º Dia da Novena
- 9º Dia da Novena

1º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Temor de Deus
Dulcíssimo Jesus, que, desejando que todos os homens, com a ajuda da vossa divina graça, trabalhassem com temor e tremor por sua eterna felicidade, lhes haveis manifestado sempre, com vossas palavras e exemplos, o fundamento da verdadeira sabedoria neste mesmo temor, e que em vosso servo São Vicente Ferrer lhes oferecestes um modelo prático deste precioso dom do Espírito Santo, mandando-o anunciar a todos os povos a proximidade do vosso Juízo, para que os pecadores se retratassem de suas ofensas e fizessem uma salutar penitência: concedei-me, meu Deus, pela intercessão do mesmo santo, que, penetrada minh’alma deste santo temor, e tendo diante dos olhos vossos altos juízos, fuja de todas as ocasiões de pecar e me faça digno de vossas misericórdias. Amém.
Medita-se o dia do Juízo e procura-se imprimir na alma o santo temor de Deus. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o primeiro dia. Amado pai São Vicente, que, possuído do santo temor de Deus, destes frutos abundantes de verdadeira sabedoria e, pregando aos pecadores e infiéis, os alumiastes nos verdadeiros caminhos da eterna felicidade: alcançai-me a graça de, temendo a Deus, trilhar o caminho das virtudes de que tantos e tão repetidos exemplos nos destes, o único que conduz ao objeto de minha felicidade, que consiste em possuir a Deus mesmo. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
2º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Humildade
Dulcíssimo Jesus, que desejoso de plantar no coração dos homens a verdadeira humildade, não duvidastes em tomar forma de servo, humilhando-vos até a morte, e morte de Cruz, e que em vosso servo São Vicente renovastes frequentemente exemplos de humildade com os quais eu abatesse meu amor próprio: iluminai, meu Deus, minh’alma, para que, conhecendo a minha miséria, fuja do orgulho e da vaidade, seus inimigos capitais, e deseje unicamente o desprezo e a humilhação, para que assim, segundo a vossa promessa, eu seja um dia exaltado e glorificado por vós entre os verdadeiros humildes na glória. Amém.
Medita-se sobre o nada que cada um é, e pede-se a Deus a verdadeira humildade. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o segundo dia. Amado pai São Vicente, espelho claríssimo de humildade, que, louvado e aclamado por pontífices, reis, príncipes e povos, que porfiavam em vos cumular de honras, soubestes conservar-vos humilde, despido de todo orgulho e vaidade: alcançai-me esta virtude, com a qual, a vosso exemplo, eu despreze o vício da soberba e, vendo o meu nada e a minha miséria, conheça que só Deus é grande, o único a quem se devem a honra e a glória, e dele espere a [glória] que tem preparada para os humildes e mansos de coração. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
3º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Caridade
Dulcíssimo Jesus, que por amor aos homens descestes do céu à terra, vos vestistes de nossa natureza humana e padecestes morte atroz em uma Cruz, para deste modo lhes chamar a atenção, à força de benefícios, ao vosso amor e serviço, dando-lhes além disso um modelo de caridade heroica em vosso servo São Vicente, com cuja virtude tanto soube ele vos agradar e servir: vos suplico inflameis minha vontade com o fogo desta caridade, para que somente a vós ame, somente a vós sirva e por vós despreze minha própria vida, lucrando-a assim para minha própria felicidade. Amém.
Medita-se o amor que nos tem Deus e a obrigação que temos nós de corresponder a Ele. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o terceiro dia. Amado pai São Vicente, que, qual serafim abrasado de amor a Deus, dia e noite meditáveis sua santa Lei, a fim de em tudo lhe serdes grato; indagáveis sua divina vontade para a cumprir e em contínuos louvores ao Senhor manifestáveis vossa caridade: abrasai minh’alma com o fogo desta heroica virtude, para que, imitando a vós, eu sirva a Deus e o ame com todo o meu coração, a fim de que, desprezando todas as coisas por amor a Ele, mereça alcançar sua graça e sua glória. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
4º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Castidade
Dulcíssimo Jesus, que, agradando-vos de tal modo da virtude da castidade, nascestes de Mãe Virgem e distinguistes com particular amor ao vosso virginal discípulo São João, e, sobre estes exemplos, nos destes em vosso servo São Vicente um anjo nesta santa virtude, para que, a exemplo dele, sejamos puros e castos em obras, palavras e pensamentos: concedei-me, meu Jesus, por sua poderosa intercessão, afastar do meu coração todo desejo impuro, ser casto em obras e palavras e, assim, me tornar digno de entoar aquele doce cântico que cantam os puros e castos nos Céu. Amém.
Medita-se a beleza da pureza, e pede-se ao Senhor que no-la dê de corpo e de alma. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o quarto dia. Amado pai São Vicente, espelho claríssimo de pureza e castidade, que conservastes com o auxílio da graça todo o transcurso de vossa vida, afastando-vos das ocasiões perigosas que os inimigos da alma escolhem para a enredar e perder, vivendo sempre mortificado em vossos sentidos e contendo vossas paixões com o jejum e a penitência: alcançai-me que, mortificando minhas paixões e apetites e mantendo-me sempre puro e casto em obras, palavras e pensamentos, seja templo vivo do Espírito Santo. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
5º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Mortificação
Dulcíssimo Jesus, que, tendo vindo ao mundo para redimir o homem e lhe ensinar os caminhos da salvação com vossos exemplos e doutrinas, o guiastes pelo da mortificação, jejuando, velando, passando fome, nudez e cansaço, e lhe destes por modelo desta virtude o vosso servo São Vicente, para que, como ele, mortificássemos nossa carne e seus apetites: infundi, meu Salvador, em minha alma vivos desejos de vos imitar, para que, mortificados meus apetites e paixões, e macerada minha carne com a penitência, satisfaça de algum modo à vossa justiça por minhas culpas, e mereça se inscrito no Livro da Vida. Amém.
Medita-se a necessidade de mortificar a carne para que ela não se rebele contra o espírito. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o quinto dia. Amado pai São Vicente, que, para ter sempre sujeitos os vossos apetites e paixões, os tivestes durante toda a vida cravados na Cruz de Jesus Cristo, mortificando-os com jejuns, abstinências, cilícios, disciplinas e demais gêneros de penitência com os quais pudestes vencer os inimigos da nossa salvação: alcançai-me aquele espírito de mortificação que Jesus Cristo nos veio ensinar, para que, crucificado com Ele na terra, mereça ressuscitar com Ele em sua glória. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
6º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Paciência
Dulcíssimo Jesus, homem de dores e sofrimentos, que os tolerastes com a mais heroica paciência sob o peso dos pecados dos homens; que, longe de abrir a boca para vos queixar dos golpes, injúrias, opróbrios e contusões com que indignamente fostes tratado, rezastes pelos mesmos inimigos que assim vos mortificavam e crucificavam; que, por sobre isso, nos quisestes dar por admirável modelo de paciência o vosso servo São Vicente nos trabalhos que padeceu, a fim de que nos envergonhássemos do nosso pouco sofrimento: dai-me, meu Deus, esta paciência, para que, imitando a vós, eu sofra resignado em vossa divina vontade as ofensas e injúrias dos meus semelhantes e os trabalhos que de um modo ou de outro me sobrevenham, e assim se cumpra em mim o que disse vosso Apóstolo: “Se com Cristo padecemos, com Cristo seremos glorificados”. Amém.
Medita-se a resignação que teve Jesus Cristo em meio aos seus tormentos e à sua morte, e o pouco sofrimento que temos em nossos trabalhos. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o sexto dia. Amado pai São Vicente, perfeito imitador de Jesus Cristo crucificado, que sofrestes com a maior paciência e mansidão tanto os grandes trabalhos e doenças com que Deus punha à prova a vossa virtude quanto os maus-tratos, os falsos testemunhos, as calúnias e as burlas grosseiras de homens perdidos, de mulheres escandalosas e até de alguns de vossos discípulos, perdoando-os, à semelhança do mesmo Jesus Cristo, e dispensando-lhes favores e benefícios: alcançai-me imitar esta mesma mansidão e paciência, a fim de dizer verdadeiramente ao meu Deus: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
7º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Oração
Dulcíssimo Jesus, que, tendo persuadido os homens da necessidade de orar, e havendo lhes ensinado como fazê-lo, lhes destes contínuos exemplos de oração e quisestes que, dedicado sempre a esta virtude, se verificasse no vosso servo São Vicente o que dizia São Paulo: “Somos cidadãos do céu”, para que nós, seguindo-lhe os passos, nos acostumássemos a este santo exercício: movei, meu Jesus, minh’alma a dedicar-se toda à oração, merecendo por meio dela vencer os inimigos de minha salvação eterna e suportar as tribulações por que devo passar para ser feliz. Amém.
Medita-se a necessidade que temos dos auxílios de Deus, que se conseguem por meio da oração. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o sétimo dia. Amado pai, São Vicente, que, penetrado da bondade e misericórdia do Senhor para com os homens, e [certo de] que somente de suas benéficas mãos lhes hão de vir os auxílios e a graça para o amarem, servirem e vencerem os inimigos da salvação, vos eleváveis à mais alta contemplação a fim de lhe render graças por tão incomparáveis benefícios: alcançai-me que, penetrado também eu destes mesmos sentimentos, seja homem de oração de tal modo fervorosa, que consiga quanto me for necessário à salvação de minha alma.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
8º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Amor ao próximo
Dulcíssimo Jesus, que por amor aos homens quisestes, sendo Deus, nascer verdadeiro homem, viver e conversar com eles, lhes ensinar os caminhos da verdadeira felicidade e morrer por eles, exemplo que, unido ao do vosso servo São Vicente, que se desfazia pelo bem de seus semelhantes, nos atesta o amor mútuo que deve reinar entre os homens: comunicai-me, meu Deus, desejos eficazes de amar os meus semelhantes, incluídos meus próprios inimigos, e de lhes fazer todo o bem possível, assim temporal como espiritual, de modo que eu mereça ouvir um dia de vossa boca o que hão de ouvir os vossos eleitos: “Vinde, benditos de meu Pai, para o reino que vos tenho preparado”. Amém.
Medita-se a obrigação que temos de amar ao próximo, pois todos somos filhos do mesmo Pai, que é Deus. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o oitavo dia. Amado pai São Vicente, que, abrasado de amor aos vossos semelhantes, lhes procuráveis todos os bens possíveis por meio de vossa pregação, orações e penitências pela salvação eterna delas, e com vossos estupendos milagres por seu bem temporal: vos suplico me alcanceis do Senhor iguais desejos de me empenhar na salvação de meus irmãos, ainda que sejam os meus maiores inimigos, amando-os de todo o coração e procurando-lhes a verdadeira felicidade, a fim de que eu receba o prêmio devido no reino dos céus. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
9º dia da Novena a São Vicente Ferrer
Penitência
Dulcíssimo Jesus, que, cheio de bondade, não quereis a morte do pecador, mas que se converta e viva, proporcionando-lhe o remédio da conversão pela penitência e a detestação de suas culpas, e dando-lhe um vivo exemplo no vosso servo São Vicente, o qual, sendo embora inocente, castigava continuamente o corpo e o reduzia à obediência para que eu aprendesse a castigar o meu, que tantas vezes tem pecado: concedei-me, Senhor, fortaleza para satisfazer com obras de penitência as muitas ofensas que vos tenho feito e, assim justificado como o publicano, mereça o vosso perdão, a vossa graça e a vossa glória.
Medita-se a necessidade de fazer penitência em satisfação dos próprios pecados. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:
Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.
Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.
Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.
Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.
Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.
Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai…
Oração a São Vicente para o nono dia. Amado pai São Vicente, espelho claríssimo de inocência, que, não tendo culpa grave de que chorar, derramáveis por defeitos leves e para deles vos precaver copiosas lágrimas de dor e castigáveis o vosso inocente corpo com o jejum, o cilício e as disciplinas, no mais das vezes até ao sangue: alcançai-me verdadeiro conhecimento de meus pecados, dor intensíssima de ter ofendido a Deus e ânimo resoluto de satisfazer ao Senhor com obras de penitência, a fim de que eu pague nesta vida as penas que por eles mereço e, assim purificado e santificado, possa entrar no reino da glória. Amém.
Rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai.
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Quem foi São Vicente Ferrer?
Por Pe. João Baptista Lehmann
Este grande Santo, que por causa da sua pregação e as numerosíssimas conversões que conseguiu, com razão é chamado o Apóstolo da Europa, nasceu em 1357 em Valença na Espanha, tendo tido por pais um casal muito piedoso e temente a Deus. De uma inteligência rara, já em menino distinguiu-se favoravelmente dos seus companheiros. Tendo apenas 7 anos reunia seus amiguinhos e lhes reproduzia verbalmente práticas que tinha ouvido na igreja. Vendo esta boa disposição intelectual em seu filho, os pais proporcionaram-lhe os meios para se dedicar ao estudo das ciências. Apenas com idade de doze anos, Vicente começou o estudo da filosofia e com dezessete anos tinha já terminado o curso de teologia. Não menos admirável que sua inteligência era sua piedade. Frequentes vezes procurava a igreja, passando longas horas em oração; às quartas e sextas-feiras observava rigoroso jejum. Suas devoções mais queridas eram à sagrada Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e a Santíssima Virgem.
Na idade de 18 anos entrou na Ordem dominicana. Seis anos depois fazia ele preleções sobre filosofia aos jovens religiosos. Mandado pelos superiores às universidades de Barcelona e Lerida com o fim de completar seus estudos teológicos, tão brilhante curso fez, que, tendo apenas 28 anos, foi lhe conferido o título de doutor e nesta qualidade começou a lecionar as matérias teologais em Valença. Neste ramo de atividade não abandonou suas práticas ele piedade, e na observação da regra foi ele sempre o mais exemplar. Além disto começou a dedicar-se à pregação da palavra de Deus, com muito resultado como se pôde observar no tempo de uma terrível fome que assolou o país.
Sua sabedoria e santidade tinham já adquirido grande fama, quando o Cardeal Pedro de Luna veio à França no caráter de delegado apostólico. A convite deste Cardeal, Vicente dirigiu-se para França onde por algum tempo trabalhou como missionário; não querendo, porém, seguir o Cardeal até Avignon, voltou para Valença.
Para que fosse provada sua virtude, Deus permitiu que tentações horríveis contra a castidade o atormentassem. Mil imagens abjetas o demônio apresentou à sua fantasia, para perturbar a paz do religioso e, se não fosse possível levá-lo a pecar, pelo menos inocular-lhe o desânimo. No seu desejo de vê-lo perder-se, recorreu ao auxílio de uma mulher, que se tinha deixado tomar de forte paixão pelo santo sacerdote. Ela, fingindo-se doente, mandou a Vicente pedindo-lhe que a ouvisse em confissão. Vicente, nada suspeitando, dirigiu-se à casa da doente artificiosa. Tendo tomado lugar à cabeceira do leito da enferma, para exercer a função de confessor, esta muda de atitude e, em vez de se dispor a receber o santo sacramento, fez ao sacerdote propostas indecorosas, revelando-lhe sua paixão e tudo fez para conseguir o consentimento de sua vítima. Vicente, sem dizer palavra, levantou-se e, imitando o exemplo de José do Egito, fugiu daquele lugar. A mulher, porém, desapontadíssima pelo modo com que foi tratada, enfureceu-se e valeu-se da calúnia, de perfeito acordo com o celebre exemplo dado pela mulher de Putifar. Não achou, porém, quem lhe acreditasse e assim começou a reconhecer o mal que fez. Humilhada e arrependida procurou ao Santo, pedindo-lhe perdão, Vicente não só lhe perdoou, como também curou-a de um mal oculto que Deus lhe tinha mandado em castigo por seus pecados.
As armas que São Vicente usou e que lhe deram a vitória no combate contra as tentações a que nos referimos, foram a oração, a fuga da ocasião, a mortificação, uma grande vigilância sobre seus sentidos e um especial cuidado de suprimir as primeiras manifestações da concupiscência. Contra outras ciladas do demônio defendeu-se pelo sinal da cruz. Seu coração estava constantemente na presença de Deus, de modo que assim todas as suas ocupações se transformaram em oração. Esta prática ele recomendava aos outros mui particularmente.
Se quiseres tirar muito fruto do estudo, cuida ser a piedade companheira inseparável dos teus trabalhos intelectuais, e formular a intenção de santificar a tua alma por meio da ciência. Mais que o livro deve Deus ser teu conselheiro e dEle deves pedir a graça da compreensão daquilo que lês. O estudo fatiga o espírito e seca o coração. Avive ambos aos pés de Jesus crucificado. Uns momentos de repouso nas santas chagas renovam as forças e dão luz. Interrompe de quando em vez teu trabalho, pelas jaculatórias. Teu trabalho principie e termine pela oração.
Uma parte dos Cardeais deu seu voto ao Cardeal Pedro de Luna, o qual como antipapa e com o nome de Benedicto XIII lixou residência em Avignon. Para lá chamou a Vicente, ao qual confiou a mordomia do seu palácio. Vicente tudo fez para que se findasse o triste cisma que dividia a família de Jesus Cristo na terra. A todas as suas instâncias o antipapa respondeu com evasivas. Vicente procurou então ocupar-se fora do palácio, pregando missões por toda a parte, recusou as dignidades hierárquicas que repetidamente lhe foram oferecidas e afinal conseguiu de Benedicto XIII licença para estender suas missões sobre a França toda, sobre Piemonte, Savoia, Alemanha e Lorena. Em 1405 recebeu de Benedicto XIII um convite para Genua. Com isto teve ocasião de santificar com as missões as regiões vizinhas. Mais uma vez percorreu toda a França. Quando chegou ao Monte da Gália, o rei da Inglaterra, Henrique VI convidou-o para visitar também a Grã-Bretanha. Aceitando este convite, Vicente pregou na Inglaterra, Escócia e na Irlanda. Finda sua missão nas ilhas britânicas voltou sobre França para Granada. Grandioso foi por toda a parte o resultado de seu trabalho. Contam aos milhares as conversões, que se efetuaram em consequência de sua atividade, de Judeus, Mouros, Sarracenos, hereges e maus católicos.
Suas missões foram grandemente glorificadas pela santidade de sua vida, pelo dom da profecia e pelos numerosos milagres que Deus obrou por intermédio do grande missionário. Fazendo sua pregação ao ar livre, diante dum auditório que contava a milhares, deu-se o fato de as pessoas as mais afastadas terem ouvido sua voz com a mesma perfeição que os que se achavam ao pé do seu púlpito. Na diocese de Viech renovou-se o milagre da multiplicação dos pães. Em Salamanca, na presença de muito povo, sua palavra chamou um morto à vida. Na mesma cidade como também em Toledo converteram-se tantos Judeus que as sinagogas passaram a ser igrejas católicas.
No meio de todos estes trabalhos Vicente conservou a austeridade de vida que sempre o caracterizou. Religioso exemplar, observava fielmente os votos da pobreza e da obediência: Observando o jejum todos os dias, nas quartas-feiras e nos sábados tomava só pão e água. Seu leito era um colchão de palha e todas as noites flagelava seu corpo. A preparação às suas práticas era feita ao pé do crucifixo. Terminada a pregação, ia ao confessionário, onde grande número de pecadores encontraram a paz e o perdão.
Pelo fim da sua vida levava consigo cinco religiosos da sua Ordem, em companhia dos quais percorreu toda a Bretagne francesa semeando a palavra e doutrina de Jesus Cristo. A morte o colheu no meio do seu trabalho. Vicente morreu aos 5 de Abril de 1419 em Vannes, tendo alcançado a idade de 70 anos.
Sua morte foi glorificada por muitos milagres. A bula da canonização conta mais de 400 curas que se realizaram por sua intercessão. Pio II inseriu o nome de Vicente no catálogo dos Santos da Igreja Católica em 1455.
Nota: esta novena foi vista primeiramente no site do padre Paulo Ricardo e ampliado aqui no Apostolado Rumo à Santidade.