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Espiritualidade

Espiritualidade

A onipotência de Deus – a razão da nossa fé e esperança

Tempestade da Fé

Sermão de John Hernry Cardeal Newman

Quarto domingo depois da Epifania

Comentário ao Evangelho de Mt 8, 27

(30 de janeiro de 1848)

Nosso Senhor ordenou aos ventos e o mar, e os homens que o viram se maravilharam, dizendo:
“Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?” (Mt 8, 27).
Foi um milagre que mostrou o poder de nosso Senhor sobre a natureza. E, portanto, eles se perguntavam, porque não conseguiam entender – e com razão – como um homem poderia ter poder sobre a natureza, a menos que lhe fosse concedido por Deus. A natureza trilha seu próprio caminho e não podemos alterá-la. O homem não pode alterá-la; só pode usá-la. A matéria, por exemplo, descende: a pedra, o ferro, todos precipitam-se sobre a terra, quando deixados a si mesmos. Mais uma vez, deixados a si mesmos não podem se mover, exceto pela queda. Só se movem quando são puxados ou empurrados à frente. A água nunca fica em porção ou massa, mas flui por todos os lados, tanto quanto pode. O fogo sempre queima, ou tende a queimar. O vento sopra de um lado para outro, sem qualquer regra ou lei detectável, e não podemos dizer como vai soprar amanhã observando como sopra hoje. Vemos todas estas coisas; elas têm o seu próprio curso, não podemos alterá-las. Tudo que tentamos fazer é usá-las; nós as tomamos da maneira que as encontramos e as usamos. Não tentamos mudar a natureza do fogo, da terra, do ar ou da água, mas observamos qual é a natureza de cada um e tentamos nos beneficiar. Nós nos beneficiamos do vapor, e o usamos em carros e navios; nos beneficiamos do fogo e o usamos de mil maneiras.

A paz que Deus faz gozar aos bons religiosos

Sedebit populus meus in pulchritudine pacis, et in tabernaculis fiduciae, et in requie opulenta - “Assentar-se-á meu povo na formosura de paz, e nos tabernáculos da confiança, e num descanso opulento” (Is 32, 18)

Sumário. Vida Consagrada Por isso vemos que os bons religiosos, encerrados em suas celas, bem que mortificados, desprezados, pobres e enfermos, vivem mais contentes do que os grandes do mundo com todas as riquezas, pompas e prazeres que gozam. Se os homens refletissem bem nesta grande verdade, todo o mundo se tornaria um convento, todos se fariam religiosos.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
“Maria, a cheia de Graça que adianta as nossas orações, ampara-nos nas aflições, protege-nos e dá-nos santas inspirações para vivermos profundamente a caridade. Mais ainda, ela anima e fortalece nos momentos mais difíceis. É fiel defensora dos seus filhos”. (Santo Afonso Maria de Ligório)
Neste dia 27 de Junho, celebramos a festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Inspirados por este belo comentário de Santo Afonso, busquemos conhecer um pouco mais sobre a bela história desta devoção: O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é de origem oriental, grega. Em fins do século XV, um negociante roubou o quadro do altar onde estava, na Ilha de Creta, onde era venerado pelo povo cristão. Escapou milagrosamente de uma tormenta em alto mar, levando o quadro até Roma. Adoeceu mortalmente e procurou um amigo que cuidasse dele. Estando para morrer, revelou o segredo do quadro e pediu ao amigo que o devolvesse a uma igreja. O amigo prometeu realizar o seu desejo mas, por causa da sua esposa, não quis desfazer-se de um tão belo tesouro. O amigo também morreu sem ter cumprido a promessa.

Importância do último momento da vida

Morte de São Francisco de Assis - Giotto
Morte de São Francisco de Assis - Giotto

Mortuo homine impio, nulla erit ultra spes, et expectatio sollicitorum peribit - “Morto o homem ímpio, não restará mais esperança alguma e a expectação dos ambiciosos perecerá” (Pv 11, 7)

Sumário. Um pagão, a quem perguntaram qual era a melhor sorte neste mundo, respondeu: Uma boa morte. Que dirá, pois, o cristão, que sabe pela fé que nesse momento começa a eterna alegria ou o eterno sofrimento? Oh! De que importância é o último momento, a última respiração, o último cair do pano sobre o teatro do mundo! Que loucura, portanto, a nossa, se, por amor aos prazeres vis e passageiros deste mundo, nos expuséssemos ao perigo de morrermos de morte desgraçada e de irmos sofrer para sempre no inferno!

As turbas famintas e a vaidade dos bens terrestres

Vaidade dos Bens Terrenos

6º Domingo depois de Pentecostes

Misereor super turban: quia ecce iam triduo sustinent me, nec habent quod manducent - “Tenho compaixão da multidão; porque desde três dias já me acompanham e não têm o que comer” (Mc 8, 2)

Sumário. A fome das turbas de que fala o Evangelho, nos pode ensinar que a felicidade das riquezas, das dignidades e dos prazeres, jamais pode saciar o nosso coração. Persuadamo-nos bem de que o que possui todos os tesouros da terra, mas não possui a graça de Deus, é o homem mais pobre do mundo... Se em tempos passados tivemos a insensatez de apegar o nosso coração às vaidades, sejamos agora mais prudentes; unamo-nos à Jesus Cristo, que nos saciará espiritualmente, assim como com sete pães apenas saciou corporalmente mais de quatro mil pessoas.

Maria Santíssima, modelo de obediência

Virgem Maria, modelo de obediência

Ecce ancilla Domini: fiat mihi secundum verbum tuum - “Eis aqui a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38)

Sumário. A obediência de Maria foi incomparavelmente mais perfeita que a dos outros santos; porque, imune de todo labéo de culpa, ela era como que uma roda que pronta se movia a cada inspiração divina. Pelo mérito desta virtude Maria remediou o dano que causou Eva com sua desobediência. E tu como é que obedeces a teus superiores? Como é que observas as leis de Deus e da Igreja e os deveres próprios do teu estado? Lembra-te de que a virtude de obediência faz entrar os bem-aventurados na glória.

Quanto agrada a Jesus a lembrança da sua Paixão

Paixão de Cristo

Gratiam fideiussoris ne obliviscaris; dedit enim pro te animam suam - “Não te esqueças da graça que te fez teu fiador, pois ele expos sua alma para te valer” (Eclo 29, 20)

Sumário. Quão agradável é a Jesus que nos lembremos da sua Paixão, conclui-se de que o Santíssimo Sacramento foi instituído exatamente para conservar em nós a memória dela. Eis porque todos os santos meditavam continuamente nos sofrimentos e desprezos que o Redentor padeceu em toda a sua vida e particularmente na morte. Procuremos dar esta satisfação ao Coração amabilíssimo de Jesus; contemplemo-lo muitas vezes, mormente na sexta-feira, moribundo por nós, lembrando-nos as penas que com tamanho amor sofreu por nós.

Jesus no Santíssimo Sacramento é prisioneiro de amor

Sacrário

Descendit cum illo in foveam, et in vinculis non dereliquit eum - “Desceu (Deus) com ele ao fosso, e não o deixou nas cadeiase” (Sb 10, 13)

Sumário. Considera que Jesus está noite e dia sobre os altares como em outras tantas prisões de amor. Bastava que ali ficasse só de dia; porém Ele quis ficar também durante a noite, afim de que de manhã o possa achar quem o venha buscar. Só esta fineza devia excitar todos os homens a ficar sempre na presença de Jesus sacramentado; mas é o contrário que se dá. Nós ao menos procuremos dar-Lhe alguma compensação, multiplicando o mais possível nossas visitas, e ao sairmos da Igreja, deixemos nossos corações com todos os seus afetos ao pé do altar, ou encerrados dentro do santo Tabernáculo.

Deus é o bem que faz o paraíso

São Felipe Neri

Ego ero merces tua magna nimis - “Eu serei tua recompensa infinitamente grande” (Gn 15, 1)

Sumário. A formosura dos Santos, as harmonias celestiais e todas as outras delícias do céu, são os menores bens desse reino bem-aventurado. O bem que faz a alma plenamente feliz e faz propriamente o céu é o Bem supremo, é Deus, é vê-lo face a face e amá-lo. Ânimo, pois, meu irmão, visto que tão grande recompensa nos aguarda também. Mas, para o conseguirmos, mister é que abracemos de boa vontade as cruzes e tribulações da vida presente, mormente se no passado houvéssemos tido a desgraça de merecer o inferno.

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Dos Sermões de São Bernardo (1091-1153), abade e doutor da Igreja Saiba toda a alma que busca a Deus que ela foi por Ele procurada primeiro, que a buscou antes que ela O buscasse.
«Toda a noite procurei Aquele que o meu coração ama» (Ct 3,1).
A alma procura o Verbo, mas é o Verbo Quem a procura de antemão. Quando entregue a si própria, a nossa alma mais não é do que um sopro que passa e não volta (Sl 78(77),39). Escutai o que ela diz, ao longe fugitiva e à deriva:
«Ando errante como ovelha perdida; vem à procura do teu servo» (Sl 119(118),176).