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Espiritualidade

Espiritualidade

Desprezo do mundo com o pensamento da morte

Tudo é vaidade

Qui utuntur hoc mundo, tamquam non utantur; praeterit enim figura huius mundi - “Os que usam deste mundo, sejam como se não usassem; porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 31)

Sumário. A sombra sinistra da morte escurece o brilho de todos os cetros e coroas; faz-nos compreender que o que o mundo estima não é senão fumaça, lodo e miséria. Com efeito, para que servem as riquezas, as dignidades e as honras, já que depois da morte não nos restará nada senão um caixão, dentro do qual nosso corpo se corromperá? Para que serve a beleza e a saúde do corpo, já que afinal não restará nada senão um punhado de pó nojento e alguns ossos descarnados? Nossas obras somente acompanhar-nos-ão para a eternidade. Todavia quão poucos são os que procuram fazer provisão de boas obras?

O compêndio da lei é o preceito da caridade

Caridade

17º Domingo depois de Pentecostes

In his duobus mandatis universa lex pendet et prophetae - “Nestes dois mandamentos está encerrada toda a lei e os profetas” (Mt 22, 40)

Sumário. Eis aí a bela resposta que Jesus deu ao fariseu que lhe perguntou sobre qual era o maior preceito da lei: “Amarás”, disse-lhe, “o Senhor teu Deus de todo o teu coração... Este é o máximo e o primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a este: Amarás a teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos está encerrada toda a lei e os profetas.” Meu irmão, como é que praticas o grande mandamento da caridade? Amas a teu Senhor de todo o teu coração?... Amas a teu próximo como a ti mesmo?

Maria Santíssima é a esperança de todos

Maria, nossa doce esperança

In me omnis spes vitae et virtutis - “Em mim há toda a esperança da vida e da virtude” (eclo 24, 25)

Sumário. O Rei do céu deseja sumamente enriquecer-nos das suas graças; mas como da nossa parte é necessária a confiança, afim de aumentá-la em nós, nos deu por Mãe e Advogada a sua própria Mãe, a quem deu todo o poder para nos ajudar. Por isso quer o Senhor que nela ponhamos a esperança de nossa salvação e de todo o nosso bem. Qual não deve, pois, ser nossa gratidão para com a bondade divina! Qual a confiança que devemos ter em Maria!

Vida desolada de Jesus Cristo

Vida desolada de Jesus Cristo

Magna est velut mare contritio tua. Quis medebitur tui? - “É grande como o mar o teu desfalecimento; quem te remediará?” (Lm 2, 13)

Sumário. A vida do Redentor foi destituída de qualquer consolação; porquanto os suplícios que devia sofrer até à morte eram-Lhe em todo tempo presentes. O que, porém, O afligia não era tanto esta previsão, como a vista dos pecados que os homens haviam de cometer e a eterna perdição que dali havia de provir. Quando nos acharmos em desolação, animemo-nos unindo a nossa desolação à de Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, lembremo-nos de que pelos nossos pecados temos também concorrido para afligir e contristar o seu amabilíssimo Coração.

Como ter presença de Deus?

Por Pe. Francisco Faus

O Poço e o Túnel

O teólogo belga Jacques Leclecq usa uma comparação su­gestiva. Diz que muitos são como um homem que vive agachado no fundo de um poço, estreito, escuro e cheio de lama. Não é um poço alto. Bastaria que fizesse o esforço de ficar em pé, de apoiar as mãos na borda do poço, retesar os músculos e erguer-se até colocar a cabeça para fora. Veria, então, um panorama maravilhoso: cam­pos verdejantes, caminhos, riachos, montanhas ao longe, cidades... Uma paisagem que poderia ser para ele um mundo novo, um mun­do maravilhoso, se se decidisse a sair do poço. Quando alguém começa a ter presença de Deus, sai do poço; ou então, sai de dentro de um túnel, como dizia São Josemaria, mostrando, além disso, em que consiste este “mundo novo”:
"Alguns passam pela vida como por um túnel, e não compreendem o esplendor e a segurança e o calor do sol da fé" (Cami­nho, n. 575).

A Santa Missa é um meio eficaz para obtermos as graças de Deus

Santos Redentoristas

In omnibus divites facti estis in illo - “Em todas as coisas fostes enriquecidos nele” (1 Cor 1, 5)

Sumário. Posto que o Senhor esteja sempre disposto a nos conceder as suas graças, dispensa-as todavia com mais largueza no tempo da missa aos rogos do sacerdote, juntos aos de Jesus Cristo que é o oferente principal. Os mesmos anjos aproveitam o tempo da missa para intercederem mais eficazmente em nosso favor; e o que então se não obtém, obter-se-á dificilmente em outro tempo. Que tesouros podemos, pois, ajuntar pela celebração devota do divino sacrifício e pela sua devota assistência!

A casa da eternidade

Céu ou Inferno (pintura por Hannah Greer)
Céu ou Inferno (pintura por Hannah Greer)

Ibit homo in domum aeternitatis suae - “O homem irá à casa de sua eternidade” (Ecl 12, 5)

Sumário. Erramos quando chamamos nossa a casa na qual atualmente moramos. Em breve a casa do nosso corpo será a cova, onde ficará até o dia do juízo; a casa da nossa alma será o céu ou o inferno, e ali ficará durante toda a eternidade. Meu irmão, dize-me: se o Senhor te deixasse morrer neste instante, qual das duas casas seria a da tua alma?... Ah! Reflete bem: tantos há que não pensavam que seriam condenados e agora estão ardendo nos abismos do inferno!

Oração: esperar o abraço de Deus

São Macário, o Grande, bispo do Egito, eremita († c. 391)
São Macário, o Grande, bispo do Egito, eremita († c. 391)

Das homilias de São Macário, monge egípcio do século V

Para rezar, não são precisos nem gestos, nem gritos, nem silêncio, nem genuflexões. A nossa oração, ao mesmo tempo sábia e fervorosa, deve ser espera de Deus, até que Deus venha e visite a nossa alma por todas as suas vias de acesso, por todos os seus caminhos, por todos os seus sentidos. Demos tréguas aos nossos silêncios, aos nossos gemidos, aos nossos soluços: não procuremos na oração senão o abraço apertado de Deus. Não é verdade que, no trabalho, empregamos todo o nosso corpo num mesmo esforço? Não colaboram nisso todos os nossos membros? Que também a nossa alma se consagre toda ela à oração e ao amor do Senhor; que ela não se deixe distrair nem bloquear com pensamentos; que toda ela seja espera de Cristo!

Devemos recear que o primeiro novo pecado seja talvez o último

“Não há ninguém tão louco”, diz Santo Agostinho, “que tome veneno e diga: pode ser que depois me cure com remédios”
“Não há ninguém tão louco”, diz Santo Agostinho, “que tome veneno e diga: pode ser que depois me cure com remédios”

Fili, peccasti? Ne adicias iterum; sed et de pristinis deprecare, ut tibi dimittantur - “Filho, pecaste? Não tornes a pecar, pelo contrário roga para que os pecados cometidos te sejam perdoados” (Eclo 21, 1)

Sumário. Não há ninguém tão louco que tome veneno e diga: “Pode ser que os remédios me curem"; e há cristãos que se condenam à morte eterna na esperança de se livrarem dela mais tarde. Meu irmão, tu ao menos sê prudente, e se outrora foste pecador, deves temer mais à proporção do número de teus pecados; porque mais um pecado faria talvez baixar a balança da divina justiça, e então não haveria mais perdão. Oh, quantos foram precipitados no inferno, no mesmo instante em que procuravam qualquer satisfação proibida!

Do zelo da salvação das almas que devem ter os religiosos

Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentoristas
Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentoristas

Recupera proximum tuum secundum virtutem tuam - “Assiste ao teu próximo segundo as tuas forças” (Eclo 29, 27)

Sumário. Quem ama muito o Senhor, não se contenta de ser só em amá-Lo; desejaria atrair todo o mundo ao seu amor. E que maior glória para o homem, que ser cooperador de Deus na grande obra da salvação das almas? Correspondamos, pois, à nossa sublime vocação, abrasando-nos sempre mais de santo zelo, dirijamos para este fim todos os nossos empenhos. Deste modo, à medida que socorrermos as almas do nosso próximo, asseguraremos a nossa própria salvação, e obteremos um lugar alto no paraíso.