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Espiritualidade

Espiritualidade

Jesus envolto em faixas

Et pannis eum involvit - “Envolveu-o em faixas” (Lc 2, 7)

Sumário. Imaginemos ver a Maria que toma com reverência seu divino Filho, o adora, o beija e em seguida o envolve nas faixas. O santo Menino oferece obediente as mãos e os pés, e sentindo que lhe apertam as faixas, pensa nas cordas com que um dia será amarrado no Horto. Se um Deus assim se deixa enfaixar, não será por ventura justo que nos deixemos ligar também com os laços de seu amor, e nos desfaçamos de qualquer afeto terreno?

Porque Jesus quis nascer criança

Parvulus enim natus est nobis, et filius datus est nobis - “Nasceu-nos uma criança; foi-nos dado um filho” (Is 6, 9)

Sumário. São vários os motivos pelos quais Jesus quis nascer criança. Primeiro, quis desta forma mostrar-nos a sua propensão e facilidade em dar-nos os seus bens. Quis, em segundo lugar, afastar de nós todo o temor ao vermo-Lo reduzido, por assim dizer, a um estado de impotência para nos castigar pelos nossos pecados. Mas sobretudo Jesus nasceu como criança para se fazer amar por nós, não somente de apreço, senão de ternura. Amemo-Lo, pois, de todo o coração, cheguemo-nos a Ele, e peçamos-Lhe toda a sorte de bens.

Festa do Santíssimo Nome de Jesus

In nomine Iesu omne genu flectatur, coelestium, terrestrium et infernorum – “Ao nome de Jesus dobre-se todo o joelho no céu, na terra e nos infernos”

Domingo entre a Circuncisão e a Epifania

Vocatum est nomen eius Jesus, quod vocatum est ab Angelo, priusquam in utero conciperetur - “Foi-lhe posto o nome de Jesus, como o havia chamado o Anjo, antes de concebido” (Lc 2, 21)

Sumário. O divino Nome de Jesus é comparado pelo Espírito Santo com azeite, porque, assim como o azeite dá luz, alimenta e cura, assim o Nome de Jesus é luz para o espírito, alimento para o coração, medicina para a alma. Felizes de nós se formos sempre devotos deste grande Nome, e, juntamente com os de Maria e José, o tivermos frequentes vezes nos lábios, especialmente no tempo das tentações! Quem jamais se perdeu tendo invocado estes santíssimos Nomes na tentação?

A Circuncisão de Jesus e o Sacramento do Batismo

Consummati sunt dies octo, ut circuncideretur Puer - “Foram cumpridos os oito dias para ser circuncidado o Menino” (Lc 2, 21)

Sumário. A cerimônia da circuncisão era figura do sacramento do batismo. Podemos, por tanto, imaginar que Jesus Cristo, quando foi circuncidado, pensou em cada um de nós, e que oferecendo a seu divino Pai as primícias do seu sangue, desde então nos mereceu a graça de sermos regenerados pelo batismo. Oh, que dom inestimável é o do santo batismo! Como, porém, temos respondido a tamanho favor? Temos, por ventura, manchado a vestimenta branca da inocência?

Ainda não falam e já proclamam Cristo

Dos Sermões de São Quodvultdeus, bispo (Sermo 2 de Symbolo: PL 40, 655)

Nasceu um pequenino que é o grande Rei. Os magos chegam de longe e vêm adorar, ainda deitado no presépio, aquele que reina no céu e na terra. Ao anunciarem os magos o nascimento de um Rei, Herodes se perturba e, para não perder o seu reino, quer matar o recém-nascido. No entanto, se tivesse acreditado nele, poderia reinar com segurança nesta terra e para sempre na outra vida. Por que temes, Herodes, ao ouvir que nasceu um Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demônio. Como não compreendes isso, tu te perturbas e te enfureces; e, para que não escape o único menino que procuras, tens a crueldade de matar tantos outros.

Meditação para o Dia do Natal do Senhor

Por Dom Henrique Soares

“Um Menino nasceu para nós: um Filho nos foi dado! O poder repousa nos Seus ombros. Ele será chamado ‘Mensageiro do Conselho de Deus’” (Is 9,6).

Na noite de ontem, na madrugada deste hoje, contemplamos como Igreja um mistério inaudito: um Menino nos nasceu, pobre e frágil de uma Virgem Mãe! Quantos vieram ao Sacrifício eucarístico foram inundados pela paz desse Menino, descido do Céu no meio da escuridão deste mundo. Agora, passada a noite, vencida a aurora, com o sol já alto, aproximemo-nos, inclinemo-nos para ver melhor: Quem é Aquele que repousa nos braços da Virgem Maria?

Meditação para a Noite do Natal

Por Dom Henrique Soares da Costa

“A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens!”

Esta palavra da segunda leitura desta Noite santíssima exprime de modo admirável o sentido da Festa de hoje. Vinde, caríssimos, seguindo a indicação do Anjo aos pastores, aproximemo-nos do Presépio! Para nossa surpresa, encontraremos, envolto em faixas, reclinado na manjedoura, Aquele que é a Graça de Deus feita carne, feita gente, feita um de nós; a graça de Deus com rosto humano! Que Mistério tão grande e tão doce!

Meditação para o IV Domingo do Advento

Por Dom Henrique Soares Estamos às portas do Santo Natal. Eis o que vamos contemplar nos ritos, palavras e gestos da sagrada liturgia: o Verbo eterno do Pai, o Filho imenso, infinito, existente antes dos séculos, fez-Se homem, fez-Se criatura, fez-Se pequeno e veio habitar entre nós. Sua vinda ao mundo salvou o mundo, elevou toda a natureza, toda a criação. Mas, atenção: a Palavra de Deus hoje nos diz que este acontecimento imenso, fundamental para a humanidade e para toda a criação, passou pela vida simples e humilde de um jovem carpinteiro e de uma pobre menina-moça prometida em casamento numa aldeia perdida e pobre das montanhas da Galileia. O Deus infinito dobrou-Se, inclinou-Se amorosamente sobre a pequena e pobre realidade humana para aí fazer irromper o Seu plano de amor! Acompanhemos piedosamente o Evangelho deste Quarto Domingo do Advento.

A Virgem santa: humilde e confiante, como virgem e mãe

Maria é bem-aventurada, como lhe diz sua parenta Isabel, não apenas porque Deus a olhou, mas porque acreditou. A sua fé é o mais belo produto da bondade divina. Mas, foi necessário que a arte inefável do Espírito Santo pousasse sobre Ela, para que tanta grandeza de alma se unisse a tanta humildade no segredo do seu coração virginal. A humildade e a grandeza de alma de Maria são, como a sua virgindade e a sua fecundidade, semelhantes a duas estrelas que se iluminam mutuamente, porque em Maria a profundidade da humildade em nada prejudica a generosidade da alma, e reciprocamente. Julgando-se a si mesma de forma tão humilde, Maria nem por isso foi menos generosa na sua fé na promessa que lhe tinha sido feita pelo anjo.

Uma consciência, um grito

Nascimento do Menino Jesus
Por Dom Henrique Soares da Costa A Igreja de Cristo está vivendo o santo Tempo do Advento, quatro semanas que nos preparam para o Natal do Senhor e nos recordam que Ele virá um Dia. No século XII, pregando aos seus monges neste tempo de Advento, São Bernardo de Claraval, falava em três vindas de Cristo: aquela na humildade de nossa humana condição, em Belém; aquela gloriosa, como Juiz, que aguardamos para o final dos tempos e mais uma: aquela vinda pequena e escondida, de cada dia. Isso mesmo: Ele vem vindo, vem vindo sempre: nas situações, nas pessoas, na Sua Palavra santa e, sobretudo, na Eucaristia. Sabemos reconhecê-Lo? Sabemos acolhê-Lo? Sabemos abrir-Lhe nosso coração e nossa vida?