Meditação para a Terceira Terça-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
O culto de latria, que tributamos a Deus pelo Santo Sacrifício, e ao qual devemos unir-nos, junta à suma estima e ao profundo respeito para com Deus uma completa submissão ao Seu supremo domínio. Veremos, portanto: 1.° Como Jesus, no Santo Sacrifício tributa esta submissão a Seu Pai; 2.º Como nós mesmos devemos ser em tudo perfeitamente submissos ao supremo domínio de Deus. — Tomaremos depois a resolução: 1.º De nos conservarmos sempre em uma humildade e amorosa submissão a todas as ordens da Providência; 2.º De sacrificarmos com alegria, até nas coisas que nos custam mais, a nossa própria vontade ao supremo domínio e à vontade de Deus. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do grande sacerdote Eli, sabendo da morte de seus dois filhos e do desastre do seu povo:
"Deus é o Senhor: faça o que for agradável a seus olhos" - Dominus est: quod bonum est in oculis suis faciat (1Sm 3, 18)
Breve introdução sobre a Obediência e o Apóstolo Patrono
Se poucas almas há que se dão inteiramente a Deus, é porque poucas são as que se submetem inteiramente à obediência. Há pessoas tão aferradas à própria vontade, que a mesmíssima coisa que, fora da obediência, lhes seria de gosto para ser executada, amarga e difícil se lhes faz quando exigida por obediência, é unicamente por esta causa; tais pessoas tomam prazer somente com executar o que lhes dita a vontade própria. Este não é o proceder dos santos, os quais só ficam tranquilos quando obedecem. São Filipe Néri dizia:
“Os que desejam progredir no caminho de Deus devem submeter-se a um confessor instruído, e dar-lhe obediência como ao próprio Deus; quem procede assim, pode estar certo de que não dará a Deus contas do que faz”
Deve-se ter confiança no confessor, ajuntava o Santo, e crer que Deus não lhe permitirá se engane: não existe meio mais seguro para um desfazer os artifícios do inimigo que seguir no bem a vontade de outrem; ao contrário, nada mais perigoso do que querer dirigir-se pelos seus conselhos pessoais. Se queres andar seguro no caminho da perfeição, deixa-te guiar por teus superiores, quanto às coisas externas, e obedece, em tudo que diz respeito a teu interior, a teu diretor espiritual. Os negociantes, para se assegurarem de seus negócios, exigem que outros prestem fiança; do mesmo modo, para assegurar teu eterno ganho, deves procurar a fiança da obediência para tuas obras todas. Persuade-te, por isso, vivamente de que é a Deus que obedeces quando obedeces a teus superiores. Se Jesus viesse pessoalmente para te encarregar de algum negócio ou ofício, recusar-te-ias talvez a obedecer-lhe ou desculpar-te-ias? Ora, é muito mais certo que é Deus mesmo quem te fala, quando teus legítimos superiores te mandam alguma coisa, do que quando Jesus, aparecendo-te, te incumbisse de alguma coisa, porque essa aparição poderia basear-se em um engano, ao passo que está fora de dúvida que Deus disse, em relação aos superiores:
“Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10, 16)
Esforça-te, portanto, para obedeceres em tudo que não for claramente pecado, com toda a prontidão, alegria e simplicidade. Não te faças muito rogar: um verdadeiro obediente não demora, não se desculpa, não mostra sua repugnância interna por um rosto enfadado, mas começa a executar imediatamente o preceito com alegria, nem sequer espera a ordem expressa do superior: basta saber que é sua vontade dirigir-se conforme isso. Não desejes igualmente saber as razões por que te mandaram fazer isto ou aquilo, pois assim tua obediência seria muito imperfeita. Se quiseres ser muito agradável a Jesus Cristo, suplica a teus superiores que te tratem inteiramente conforme o seu parecer e sem consideração alguma por ti; o merecimento da obediência será então muito maior. Esforça-te para que tua obediência se origine sempre da intenção de cumprir com a vontade de Deus, porque, se a praticares com outro intenção, por exemplo, para granjear a benevolência de teus superiores, satisfarás aos homens, mas não a Deus. Em casos duvidosos, faze aquilo que julgas que teus superiores ordenariam; e se não puderes resolver de forma alguma, faze aquilo que é mais oposto à tua inclinação. Sumário I. A sua natureza II. Do Mérito da Obediência III. Da Obediência dos Filhos a seus Pais IV. Da Obediência dos Criados a seus Amos V. Da Obediência ao Diretor Espiritual VI. A Obediência do Redentor VII. A Prática da Obediência VIII. Orações para alcançar a Virtude do Mês
Meditação para a Terceira Segunda-feira depois de Pentecostes
SUMARIO
O culto de latria, que rendemos a Deus pelo Santo Sacrifício, e ao qual devemos unir-nos, não só consiste na suma estima de Deus, mas também no profundo respeito das Suas grandezas. Veremos: 1.º Quanto respeito Jesus Cristo, no Santo Sacrifício, demonstra a seu Pai; 2.º Quão respeitosos, na nossa conduta habitual, devemos ser para com Deus. — Tomaremos a resolução: 1.º De falarmos sempre a Deus nas nossas orações com profunda devoção, acompanhada de uma perfeita modéstia dos sentidos; 2.º De termos em todos os lugares um grande respeito para com a presença de Deus, que nos vê de dia e de noite. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Salmista:
"Cheio de temor vosso, vos adorarei no vosso santo templo" - Adorabo ab templum sanctum tuum in timore tuo (Sl 5, 8)
Evangelho de Nosso Senhora Jesus Cristo segundo São Lucas 15, 1-10
1Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. 2Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» 3Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: 4«Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? 5Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros 6e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’ 7Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.» 8«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? 9E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’ 10Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»
Meditação para o Sábado depois da oitava do Santíssimo Sacramento
SUMARIO
Continuaremos a meditação desta manhã, e veremos, que a suma estima de Deus, de que o santo sacrifício é a expressão, é para a alma: 1.° Uma preservação do pecado; 2.º Um meio de progredir nas virtudes. — Tomaremos depois a resolução: 1.º De conservarmos sempre em nós um elevado sentimento das grandezas de Deus, e com esta consideração, de fazermos cada uma das nossas ações o melhor possível para a tornar menos indigna de tão augusto Ser; 2.° De não nos descuidarmos mais das coisas pequenas que das grandes, porque importa, que se agrade a tão augusto Ser até nas mínimas coisas. O nosso ramalhete espiritual será estas três palavras, com que São Miguel fulminou os anjos rebeldes:
Meditação para a Sexta-feira na oitava do Santíssimo Sacramento
SUMARIO
Como a Eucaristia é ao mesmo tempo sacrifício e sacramento, a consideraremos separadamente debaixo destes dois pontos de vista. Considerada como sacrifico, é, antes de tudo, um sacrifício latrêutico, isto é, destinado a honrar as grandezas divinas e o supremo domínio de Deus sobre toda a criatura. Para compreender a honra, que o santo sacrifício presta a Deus, veremos: 1.° Que ele é um culto de suma estima para com as grandezas divinas; 2.° Que estas grandezas são eminentemente dignas desta extrema veneração. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De assistirmos ao santo sacrifício com profunda devoção para com as grandezas de Deus, que Jesus Cristo honra tão perfeitamente; 2.° De não perdermos de vista em toda a nossa conduta e até nos nossos mais íntimos sentimentos a suma estima devida a Deus sobre todas as coisas. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Jó:
"Com efeito, Deus é grande, que sobrexcede a nossa ciência" - Ecce Deus magnus vincens scientiam nostram (Jó 36, 26)
Meditação para a Quinta-feira na oitava do Santíssimo Sacramento
SUMARIO
Meditaremos o nosso segundo dever para com a Eucaristia, que é amá-la; e consideraremos: 1.º Quanto Jesus na Eucaristia merece todo o nosso amor; 2.° Como havemos de mostrar-Lhe este amor — Tomaremos depois a resolução: 1.° De formarmos muitas vezes, até no meio das nossas ocupações, aspirações de amor para com Jesus sacramentado; 2.° De Lhe oferecermos todas as nossas ações com espírito de reconhecimento e de amor. O nosso ramalhete espiritual será a palavra da Igreja:
"Quem não amará aquele que nos ama tanto?" - Sic nos amantem quis non redamaret?
Meditação para a Quarta-feira na oitava do Santíssimo Sacramento
SUMARIO
Depois de termos visto o que é a Eucaristia para conosco, meditaremos o que devemos ser para com ela. À primeira classe desses deveres pertence o respeito. Veremos pois: 1.° Quão profundo deve ser o nosso respeito com a Eucaristia; 2.° Que grandes bens tiraremos deste profundo respeito. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De nos conservarmos sempre na igreja com uma profunda devoção, uma compostura decente, um semblante modesto; 2.° De nela guardarmos rigoroso silêncio, sem falar a ninguém, mas só a Deus, salvo o caso de necessidade. O nosso ramalhete espiritual será as palavras dos livros santos:
"Que terrível é este lugar! Tremei diante do meu santuário!" - Quam terribilis est locus iste! (Gn 28, 17). Pavete ad sanctuarium menum! (Lv 26, 2)
Meditação para a Terça-feira na oitava do Santíssimo Sacramento
SUMARIO
Consideraremos a Eucaristia: 1.º Como a força do cristão; 2.° Como sua consolação e a sua alegria. — Tomaremos depois a resolução: 1.º De recorrermos ao Santíssimo Sacramento nas nossas tentações, nos nossos trabalhos e desalentos; 2.° De olharmos como os instantes da vida mais venturosos e mais bem empregados os momentos, que pudermos passar na presença do Santíssimo Sacramento. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Salmista:
"Quão amáveis são os vossos tabernáculos, Senhor dos exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor" - Quam dilecta tabernacula tua, Dominum virtutum! Concupiscit et deficit anima mea in atri, Domini (Sl 83, 2)
Meditação para o dia 24 de junho, Panegírico de São João Batista
SUMARIO
Meditaremos sobre o zelo de São João Batista: 1.° Pela sua santificação; 2.° Pela santificação dos outros. — Tomaremos depois a resolução: 1.° De não amarmos o mundo, e de lhe preferirmos a vida da família ou os encantos do lar doméstico; 2.° De procurarmos, como São João, progredir nas virtudes, principalmente na humildade e mortificação; 3.º De movermos ao bem todos os que nos cercam, com os nossos exemplos e conselhos. O nosso ramilhete espiritual será o elogio que Nosso Senhor fez de São João:
"Era uma alampada que ardia e alumiava" - Erat lucerna ardens et lucens (Jo 5, 35)