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Author page: Gabriel

A Pré-História Bíblica: Caim e Abel, Cainitas, Setitas e Semitas

Lição 1: Caim e Abel

Logo após a descrição da queda original, o autor sagrado apresenta o morticínio de Caim, que matas eu irmão Abel. Cf. Gn 4,1-16. Quem observa este episódio, verifica que supõe um estado adiantado da cultura humana, ou seja, o período neolítico: os homens já domesticavam os animais, de modo que Abel é pastor, e já cultivavam industriosamente a terra, de modo que Caim é agricultor (4,2); Caim funda uma cidade (4,17), tem medo de se encontrar com outros homens (4,14), sabe que haverá um clã pronto para defendê-lo... Diante destes traços literários, os autores propõem duas maneiras de entender o episódio:

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A Pré-História Bíblica: A Queda Original

Lição 1: O paraíso terrestre

O documento javista, além de apresentar o casal humano e sua dignidade no mundo, aborda a difícil questão da origem do mal ou o tema do pecado original. Este assunto tem sido muito controvertido nos últimos decênios; não é de alcance das ciências naturais nem da filosofia, mas pertence ao plano da fé. Por isto só poderá ser devidamente considerado se levarmos em conta as declarações do magistério da Igreja atinentes à temática do pecado originai. É o que vamos fazer: estudaremos o texto bíblico em seus aspectos lingüísticos e humanos e procuraremos ouvir o que a respeito tem dito a Santa Igreja no decorrer dos séculos. O primeiro ponto a encarar é o do paraíso terrestre (Gn 2,8-15). A Bíblia nos fala de um jardim ameno, irrigado por quatro rios: o Fison, o Geon, o Tigre e o Eufrates. Os estudiosos têm procurado localizar esse paraíso: o Tigre e o Eufrates são rios da Mesopotâmia muito conhecidos, mas o Geon e o Fison não podem mais ser identificados. Foram propostas, no decurso dos tempos, cerca de oitenta sentenças para situar o paraíso terrestre. Hoje em dia, porém, os estudiosos julgam que esse "jardim bíblico” não significa um lugar determinado, mas tão somente o estado de harmonia e felicidade a que o homem foi levado logo depois de criado.

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A Pré-História Bíblica: As Origens

Lição 1: O relato javista e a origem do homem

Sabemos que em Gn 2,4b tem início outra narração referente às origens, de estilo mais primitivo que a anterior; recorre a muitos antropomorfismos (Deus é oleiro, jardineiro, cirurgião, alfaiate, em vez de criar com a sua palavra apenas, como em Gn 1,1 -2,4a); não menciona nem o mar com seus peixes nem os astros (o que revela horizontes limitados). Data do século X a.C. (fonte javista, J). Essa descrição começa por notar que não havia arbusto, nem chuva nem homem, mas apenas uma fonte da água, que ocasionava a existência de barro. Para compreender a intenção do autor sagrado, examinemos, antes do mais, a dinâmica do texto em pauta: Muito estranhamente, Deus cria em primeiro lugar o homem (2,7). Depois planta um jardim ameno, onde o coloca (2,8.15); verifica que o homem está só (2,18). Cria os animais terrestres (2,19); mas o homem continua só (2,20). Então Deus cria a mulher e a apresenta ao homem, que exclama:

"Esta sim! É osso dos meus ossos e carne da minha carne!" (2,23).

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O Hexaémeron

A quarta etapa do nosso Curso apresenta a exegese de textos bíblicos seletos, a começar pela "pré-história bíblica” (Gn 1-11).

Lição 1: A pré-história bíblica

A seção de Gn 1-11 chama-se "pré-história bíblica" porque se refere a acontecimentos anteriores à história bíblica, que começou com o Patriarca Abraão (séc. XIX ou 1850 a.C.). Por conseguinte, a pré-história bíblica não coincide com a pré-história universal, que vai desde tempos imemoriais até o aparecimento da escrita (8000 a.C.?).

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Os Profetas Menores

Lição 1: Generalidades

Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias são chamados "menores", não porque tenham pouca importância, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no séc. II a.C. eram colecionados num só volume, mais ou menos igual ao volume de um dos profetas maiores (Is, Jr, Ez); o Eclesiástico, escrito no século III a.C., supõe já realizada a compilação dos doze profetas num só rolo; cf. Eclo 49,10. O texto hebraico, o grego dos LXX e a Vulgata latina chamam-nos "os doze Profetas". A designação de "Profetas Menores" aparece pela primeira vez em Santo Agostinho, †430 (Da Cidade de Deus 18,29). A ordem dos Profetas Menores no catálogo sagrado varia no texto hebraico e no dos LXX. Não é cronológica; torna-se difícil assinalar a época precisa de um ou outro desses homens de Deus, Como quer que seja, eles recobrem um período que vai do séc. VIII ao séc. III a.C.; fornecem-nos dados importantes para o nosso conhecimento da história de Israel e dos povos vizinhos. Os seus escritos breves e cheios de imagens apresentam especiais dificuldades para o intérprete; aludem a fatos históricos e pormenores dos costumes do Israel antigo de maneira sucinta e nem sempre clara.

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Ezequiel e Daniel

Lição 1: Ezequiel

1. Ezequiel (= Deus da força) era sacerdote (Ez 1,3), casado, que perdeu a esposa pouco antes da queda de Jerusalém (Ez 24,16-18). Foi chamado para a missão profética em 593 (Ez 1,2); exerceu seu ministério até 571 (Ez 29,17). Não se sabe bem onde nem quando morreu; uma tradição judaica pouco segura diz que foi apedrejado pelos judeus em virtude das censuras que lhes fazia. Por conseguinte, Ezequiel acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob Nabucodonosor (587 a. C.). O livro de Ezequiel compreende quatro partes: após a introdução (cc. 1-3), na qual o profeta recebe sua missão, ocorre a 1a parte (cc. 4-24), com censuras aos judeus antes da queda de Jerusalém; a 2a parte (cc. 25-32) contém oráculos contra os povos estrangeiros, que agravavam os males físicos e morais de Jerusalém; a 3a parte (33-39) consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, prometendo-lhe um futuro melhor; a 4a parte (40-48) descreve a nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio.

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Os Escritos de Jeremias e Baruc

Lição 1: O livro de Jeremias

Ao Profeta Jeremias são atribuídos o livro de profecias e o das Lamentações. Estudaremos cada qual de per si. 1. Jeremias (650-567 a.C.) nasceu em Anatot, perto de Jerusalém. Por volta de 626, foi chamado à missão de profeta (cf. 1,2; 25,3), que ele exerceu em circunstâncias muito difíceis. O reino de Judá era cada vez mais ameaçado por adversários; ora Jeremias devia dizer ao rei e ao povo que não fizessem alianças políticas com estrangeiros, mas se submetessem aos babilônios, que acabaram destruindo Jerusalém em 587. Por causa do teor de sua pregação, Jeremias foi duramente perseguido: em sua cidade de Anatot, os concidadãos quiseram condená-lo à morte, porque lhes censurava os costumes (cf. 11,18-12,6). Jeremias transferiu-se então para Jerusalém e, pelo mesmo motivo, foi colocado no cárcere pelo sacerdote Fassur (cf. 18,1-20,6). Libertado da prisão, predisse a ruína da Cidade Santa e do Templo e, por isto, foi condenado à morte pelos sacerdotes e os falsos profetas, mas escapou, mais uma vez, da morte (cf. 26,1-19).

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Os Profetas. Isaías

Lição 1: Os Profetas em geral

1. A palavra profeta não significa necessariamente "aquele que prediz o futuro", mas sempre designa "aquele que fala em nome de Deus", seja para predizer o futuro, seja para interpretar o presente. Os Profetas, assim entendidos, sempre existiram no povo de Israel a partir de Abraão, o confidente do Senhor (cf. Gn 18,17-19). A primeira mulher tida como profetisa é Maria irmã de Moisés; cf. Ex 15,20. A partir de Samuel (séc. XI a.C.) até Malaquias (séc. V a.C.), a série dos Profetas foi ininterrupta. Também na época de Samuel e depois, floresceram os chamados "colégios de Profetas" (cf. 1Sm 10,5; 19,20; 1Rs 20,35; 2Rs 2,3.5.7.15; Am 7,14); eram comunidades que viviam em pobreza (cf. 2Rs 4,38s; 6,1-6) e obediência (cf. 1Sm 19,20; 1Rs 22,11; 2Rs 2,3.5.7.15-..); os seus membros entravam em êxtase sob o influxo de sugestão individual ou coletiva (cf. 1Sm 10,10-12; 19,20-24), impulsionados por música, canto e dança (cf. 1Sm 10,5; 2Rs 3,15). Os Profetas exercem papel importante na história de Israel; eram conselheiros dos reis, que os dissuadiam de fazer alianças com povos estrangeiros (pois estas levavam facilmente o povo à idolatria), ou censuravam as injustiças e os abusos cometidos na corte ou pelo povo; reprimiam a idolatria e os falsos cultos que se infiltravam na praxe da população israelita.

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Sabedoria e Eclesiástico

Lição 1: Sabedoria

1. O livro é chamado, nos antigos manuscritos, Sabedoria de Salomão; donde se fez Livro da Sabedoria. Tal escrito exalta a sabedoria de Israel, tendo em vista o ateísmo e a idolatria do ambiente que cercava o escritor. Este louvor da sabedoria decorre em três partes: I. 1,16-5,24: a sabedoria é fonte de retidão e de imortalidade. O autor compara entre si o justo e os ímpios; mostra que a prepotência dos maus sobre os bons na vida presente cederá à inversão das sortes: os ímpios serão vítimas de horrível decepção, ao passo que os justos reinarão com Deus na vida póstuma. Sábio é aquele que, desde a vida presente, sabe escalonar os valores de modo definitivo, não se deixando iludir por bens transitórios opostos à Lei de Deus.

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Eclesiastes e Cântico

Lição 1: O Eclesiastes

1. O nome grego Eclesiastes é a tradução do hebraico Qoheleth - o homem que fala na qahal ou na assembléia, ou o orador, o pregador. Tal titulo é tirado de Ecl 1,2.12; 7,27; 12,8-10; significa que o autor pertence ao círculo dos sábios, e que no seu livro transmite reflexões já propostas em uma assembléia de sábios ou discípulos. 2. O livro do Eclesiastes é próximo ao de Jó. Ambos tratam do problema da retribuição de Deus aos homens: enquanto Jó parte da realidade do mal (da doença...), o Eclesiastes procede do vazio ou da deficiência de todos os bens; enquanto o livro de Jó decorre sob a forma de um diálogo entre Jó e seus amigos, o do Eclesiastes é um monólogo: o autor discute consigo mesmo a respeito da possibilidade de encontrar felicidade no gozo do prazer (2,1-11), no trabalho (2,18-23), no cultivo da sabedoria (2,12-17), nas riquezas (5, 9-7,1), e verifica que em tudo há decepções para o homem; todos os bens se assemelham a vaidade, isto é, a sopro ou vento: escapam quando alguém os quer segurar nas mãos (1,2.14; 2,1.11...). Tudo se encaminha para a morte, que põe termo a tudo: 2,17; 3,19-21. Ninguém sabe o que acontece depois desta: 3,19-22. Em conseqüência, o sábio aconselha o leitor a gozar dos prazeres materiais que a vida presente lhe oferece: 3,12s; 8,15; 9,7-9 (coma, beba, vista-se bem e perfume a cabeça em companhia da esposa).

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