Meditação para o Dia 26 de Novembro
1. a) "E passando, Jesus viu um homem que era cego de nascença: e seus discípulos lhe perguntaram: 'Mestre, que pecado fez este, ou fizeram seus pais, para nascer cego?'". Não julgas também tão leviana e precipitadamente os outros?b) Para curá-lo, Jesus "cuspiu na terra e fez lodo com a saliva e untou com ele os olhos do cego". O que a um outro teria cegado, a este curou. Deus se serve às vezes de meios que transcendem tua inteligência; não deixes, por isso, de confiar nEle."Jesus respondeu: Nem este pecou nem seus pais, mas foi para que as obras de Deus se manifestem nele"
As Cerimônias
Meditação para o dia 25 de Novembro
O simbolismo tocante e belo das cerimônias da Missa dos defuntos não pode ser ignorado de quantos querem assistir com proveito ao melhor e o maior dos sufrágios que se pode oferecer pelos mortos — o Santo Sacrifício dos nossos Altares. Esta Missa é celebrada com o paramento de cor preta, simbolizando o luto. Não tem o Glória. É semelhante às Missas do tempo da Paixão. Mostra a dignidade do cristão assemelhado a Jesus Cristo na Paixão. Não tem o Salmo Judica me, porque nele se diz: quare tristis est anima mea et quare conturbas me? Por que perguntar à alma porque esta triste quando já foi julgada? O sinal da cruz que o sacerdote faz sobre si nas outras Missas, aqui é feito sobre o Missal, para dizer que tudo é agora para os mortos, os frutos e méritos da cruz. Nem o padre nem o diácono beijam o Missal, simbolizando que as almas não receberam o ósculo da paz de Deus no céu.Meditação para o Dia 25 de Novembro
1. a) "Dá conta da tua administração, porque já não poderás ser meu feitor". Terrível palavra que um dia o Eterno Juiz há de dirigir a ti! Deus te deu ricos dons do corpo e da alma, não para que sejas seu dono absoluto, e sim para que os uses em Seu serviço, contribuindo assim para tua própria felicidade. Que uso fizeste deles? O que não é feito para Deus, é perdido. Faze, pelo menos desde agora, um bom uso dos dons do corpo: saúde, robustez, os cinco sentidos; dos dons de fortuna: honras, boa reputação, bens; e dos dons da alma: inteligência, memória e vontade.Ofícios Fúnebres
Meditação para o dia 24 de Novembro
Funerais vem da palavra “funus”, que por sua vez deriva de “funalia”, tocha, porque outrora se faziam os enterros à noite, e eram acompanhados com tochas acesas ou archotes. O cristianismo purificou esta cerimônia pagã, santificando-a com as luzes empregadas nos ofícios fúnebres, mas as luzes agora simbolizavam, diz São João Crisóstomo, alegria e esperança na ressurreição da carne. Nos primeiros dias do cristianismo, na época das perseguições, a cerimônia do sepultamento dos mártires era festiva e tinha uma nota de alegria e de triunfo. Era a festa da entrada do céu e da glorificação dos que sofreram e morreram por Cristo. Os mártires, dizia São Cipriano, passavam da prisão para a imortalidade. De carcere ad immortalitatem transibant. Assim, o dia da morte era celebrado como dia de festa. Adornava-se festivamente o vestíbulo da casa mortuária com guirlandas e coroas, escreve São Gregorio Nanzianzeno, e o interior era decorado com verduras, flores e tapeçarias e fachos de luz. Tal eram os funerais dos primeiros cristãos. Os de hoje são bem diferentes. Já não têm mais a nota festiva.Meditação para o Dia 24 de Novembro
1. a) "Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha e, indo buscar frutos nela, não os achou". Esta figueira plantada na vinha do Senhor, isto é, Sua Igreja, é tua alma. Deus espera frutos que correspondam ao teu estado e à tua idade. Pobre alma, se Deus em ti não encontrar o que, com razão, procura! b) "Disse então ao cultivador da vinha: Há já três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os acho; corta-a, pois, pelo pé". Talvez já por mais anos Deus procura frutos em tua alma e não os acha. Quanto não deves recear que ocupes inutilmente a terra, onde outros produziriam frutos abundantes!O Mérito do Sufrágio
Meditação para o dia 23 de Novembro
Que os sufrágios que prestamos às pobres almas sofredoras do purgatório seja uma obra muito meritória e receberá certamente grande recompensa de Deus, nenhum teólogo o contesta. É uma obra de caridade, e Nosso Senhor, que promete recompensa até a um copo de água dado em seu Nome, como não há de ser propício a quem socorre as mais miseráveis e infelizes e desprotegidas criaturas: as pobres almas, que nada podem fazer por si para se livrarem dos tormentos a que estão submetidas pela Divina Justiça e dependem da nossa caridade! É certo que as almas libertadas das chamas da expiação, no céu, intercedem por seus benfeitores, porque estão cheias da Divina Caridade e podem, como os Santos, nos valer neste mundo. Portanto, o mérito que adquirimos com a caridade do sufrágio será bem recompensado porque a ingratidão nunca entrou no céu e as santas almas salvas por nós serão nossas advogadas e tudo farão por nós junto de Deus. São Francisco de Sales vê no socorro que prestamos às almas, todas as obras de caridade.“Não é visitar os enfermos, diz o Santo Doutor, obter por nossas orações o alívio das pobres almas que sofrem no purgatório? Não é dar de beber aos que têm sede tão grande da visão de Deus, dar o orvalho da nossa oração às que estão entre as chamas? Não é dar de comer aos que têm fome, ajudá-las pelos meios que a fé nos oferece? Não é verdadeiramente libertar os prisioneiros? Não é vestir os nus e lhes dar uma veste de luz e de glória? Não é dar hospitalidade, dar entrada na Celeste Jerusalém e fazer as almas amigas de Deus e dos Santos, fazendo-as moradoras eternas da Eterna Sião?” (1)
Meditação para o Dia 23 de Novembro
1. "Então lhe disse um da turba: Mestre, dize a meu irmão que divida comigo a herança". O amor desordenado aos bens da terra muitas vezes é a causa de discórdias mesmo entre aqueles que mais se devem amar. Valem, na realidade, tanto? Aquele homem, que a Jesus devia ter pedido a herança eterna, preferiu pedir os bens passageiros da terra. Que triste cegueira! Qual é o principal objeto de tuas orações? Negócios e desejos temporais ou a maior perfeição cristã? Amando demasiadamente riquezas e honras deste mundo, estás em perigo de ser pobre e desprezado na eternidade.A Questão
Meditação para o dia 22 de Novembro
Levanta-se a questão célebre — o que será mais útil e necessário: rezar pela conversão dos pecadores ou pela libertação das almas do purgatório? A dizer a verdade, penso que não há escolha entre as duas obras. Ambas são necessárias e não é possível que quem ame a Nosso Senhor possa ficar indiferente à sorte de tantos miseráveis pecadores arriscados a se perderem eternamente. Que zelo não precisamos ter pela salvação das almas remidas pelo Sangue de Cristo!Sob este aspecto parece mais necessária realmente a oração pelos pecadores. Todavia, sabemos que a glória de Deus exige a libertação das pobres almas, almas queridas, cuja sorte depende de nós somente. Que será delas sem nós? O pecador abusa da graça, está no tempo de poder lucrar méritos e graças e não aproveita, põe obstáculo aos nossos esforços, não aproveita muita vez o que fazemos por ele. Pela opinião de vários autores piedosos e teólogos, e entre outros o rei dos teólogos, Santo Tomás de Aquino com a sua autoridade de maior Doutor da Igreja, afirma que Deus acolhe com mais fervor a oração que Lhe fazemos pelos mortos do que a que Lhe dirigimos pelos vivos."Os pecadores estão arriscados a se perderem, e no caminho da eterna condenação, dizem, e as almas estão já na segurança do céu"